15/08/13

Shoping Center, por Mau Mé Mé

No Dubai Mall, o infinito centro comercial da base do burj al Kalifa, cinco mulheres fardadas de burqa da cabeça aos pés, vigiadas à distância por um xeque ternurento, fazem gincanas entre as lojas de marca, afogadas em sacos de compras. Que levarão nos sacos? Burqas Armani para enfeitar os serões do Ramadão?

Islamismo Anão, por Mau Mé Mé

O desejo de se aproximar dos Céus é próprio da arquitectura religiosa, falemos em catedrais góticas, em stupas orientais ou em mesquitas islâmicas. A mesquita, como os seus congéneres de outras latitudes religiosas, também tem, sempre teve, a pretensão das alturas. A mesquita islâmica pretende ser o edíficio mais alto, o mais próximo de Alá. Durante séculos nas cidades islâmicas foi mesmo proibido - e presumo que, em muitos locais, ainda seja - erguer edifícios mais altos que as mesquitas (ainda recentemente a liberal Suíça teve problemas  com a altura dos minaretes das mesquitas).

A maior mesquita do Dubai é a mesquita Jumeirah. Possui dois minaretes que seriam altos em qualquer outro lugar do mundo. Menos aqui. Apagada no imponente skyline do Dubai, a mesquita de Jumeirah parece um edifício anão. E, comparada com a torre em alfinete do Burj Al kalifa, o maior edifício do mundo, que passa as nuvens e acende-se do outro lado do céu, os minaretes da Jumeirah chegam a parecer rídiculos. Dubai 2013, capital do capitalismo islâmico: em vez de Alá é o Rei-Money quem roça as fronteiras dos céus. Sinais dos tempos.