Morreu Antunes Varela. Li algumas notícias em jornais sobre a sua morte com pequenas referências ao seu passado. Há de facto uma ligação de Antunes Varela ao Governo de Salazar, mas nem isso dá o mínimo de sombra à sua obra e às suas imensas capacidades.Testemunho-o na qualidade de aluno. Era um grande mestre, sabia ensinar, sabia escrever, sabia muito, mesmo muito de direito, e quando foi responsável pelo processo civil Português tinhamos de facto uma legislação boa, pensada, lógica, segura e útil.Depois dele só vi mediocridade assente em curiosos cola cartazes licenciados em Direito que vomitaram e cagaram leis sem nexo, a atropelarem-se e pior, a atropelar os direitos dos cidadãos. Junto a Antunes Varela o actual ministro da justiça não existe nem é nada, e pior, não sabe nada!.Notem bem que ninguém coloca em causa o mérito profissional e as capacidades do jurista Antunes Varela, independentemente de preferências politicas. São assim os grandes e insignes homens e neste caso as suas qualidades permitiam-lhe distinguir preferências politicas (interesses pessoais) das necessidades do Estado e de um país, coisa que os actuais pseudo governantes não sabem, uma vez que navegam ao sabor do interesse politico do partido a que pertencem, são portanto pessoas medíocres e governantes incompetentes.Aliás, lamento mesmo muito que uma cidade dê o nome de um estádio a um jogador de futebol novo, vivo e que nada fez pela cidade e quase se recuse a colocar um busto do Mestre num Tribunal, mais um acto vergonhoso de idiotas vestidos de políticos.O homem morreu há dois dias e já se sentem saudades da sua competência, tal é o vazio deste governo do Portugal dos Pequeninos…Blog da RS.T - Real Esseponto do Tinto - Coimbra - Os Três Pastorinhos também bebiam o seu copito
30/09/05
Morreu Antunes Varela, por Cap. Haddock
Morreu Antunes Varela. Li algumas notícias em jornais sobre a sua morte com pequenas referências ao seu passado. Há de facto uma ligação de Antunes Varela ao Governo de Salazar, mas nem isso dá o mínimo de sombra à sua obra e às suas imensas capacidades.Testemunho-o na qualidade de aluno. Era um grande mestre, sabia ensinar, sabia escrever, sabia muito, mesmo muito de direito, e quando foi responsável pelo processo civil Português tinhamos de facto uma legislação boa, pensada, lógica, segura e útil.Depois dele só vi mediocridade assente em curiosos cola cartazes licenciados em Direito que vomitaram e cagaram leis sem nexo, a atropelarem-se e pior, a atropelar os direitos dos cidadãos. Junto a Antunes Varela o actual ministro da justiça não existe nem é nada, e pior, não sabe nada!.Notem bem que ninguém coloca em causa o mérito profissional e as capacidades do jurista Antunes Varela, independentemente de preferências politicas. São assim os grandes e insignes homens e neste caso as suas qualidades permitiam-lhe distinguir preferências politicas (interesses pessoais) das necessidades do Estado e de um país, coisa que os actuais pseudo governantes não sabem, uma vez que navegam ao sabor do interesse politico do partido a que pertencem, são portanto pessoas medíocres e governantes incompetentes.Aliás, lamento mesmo muito que uma cidade dê o nome de um estádio a um jogador de futebol novo, vivo e que nada fez pela cidade e quase se recuse a colocar um busto do Mestre num Tribunal, mais um acto vergonhoso de idiotas vestidos de políticos.O homem morreu há dois dias e já se sentem saudades da sua competência, tal é o vazio deste governo do Portugal dos Pequeninos…23/09/05
Parintins E O Bumba Meu Boi, por Kazinha
Boi de Parintins
A rivalidade é ferrenha, mas sempre respeitando a cordialidade. Tanto que os integrantes de Caprichoso, ou Garantido, limitam-se a chamar o rival de "contrário". E para abrilhantar a festa, a cidade de 80 mil habitantes mais que dobra de tamanho, ficando com mais de 100 mil pessoas entre Parintinenses e turistas.
Boi Garantido
o Bumbódromo
São nove da noite, o apresentador do Boi cumprimenta a platéia (o próximo Boi irá se apresentar por volta da meia-noite). Em seguida a toada começa a incendiar a arena. E o Bumbódromo literalmente treme.
Bumbódromo de Parintins
A Música
O espetáculo acontece ao som dos tambores - levado por mais de 400 ritimistas- e de ao menos uma dezena de toadas, sempre acompanhada pela galera do boi que está se apresentando. Toada é o nome da canção dos bumbás.
O espetáculo grandioso
Nas três noites do Festival, Caprichoso e Garantido se apresentam, durante três horas cada um, para aproximadamente 40.000 espectadores. São 2.500 brincantes em cada Boi que desenrolam uma estória pontuada com figurinos requintados, alegorias complexas e gigantescas, lendas exóticas e personagens amazônicos. E, nos dois lados do bumbódromo, as duas animadíssimas e incansáveis torcidas participam do espetáculo: a vermelha, do Garantido e a azul, do Caprichoso. Chamadas de "galeras", têm uma função toda especial: seu desempenho é fundamental na contagem dos pontos da apresentação; elas participam de ensaios e fazem um show à parte. Quando é o seu Boi que está se apresentando, treme aquela metade do Bumbódromo, enquanto a torcida "contrária" fica no mais respeitoso silêncio.
A animação das galeras
Eles fazem coro na hora de cantar as toadas.
Eu particularmente sou uma torcedora FANÁTICA, quando a marujada e o Caprichoso entram na arena eu não sei se grito, canto ou choro, É EMOCÃO PURA!!
Galera do boi Caprichoso
Galera do boi Garantido
Opinião pessoal:
Aguardo vocês o ano que vem em Parintins para conhecerem não só o meu touro negro como o boi contrário!!
Site recomendado : http://www.pontodevista.com/gale_f.htm
22/09/05
“O Código Malhoa”, por Eleutério Brown
Ó Freitas, apareceu um homem morto no Museu José Malhoa, junto àquele quadro… - “Os Bêbados”, chefe? - Sim, sim… Vá lá e leve a Gisela, a nossa criptógrafa.- E não haverá mais ninguém de turno hoje para tomar conta do sucedido, chefe? Falta-me tão pouco para a reforma… – Eu sei, Freitas, eu sei… mas este é o nosso trabalho. Coragem, homem.Cá estamos, Gisela. Ora então, os “Bêbados”. Já sinto arrepios… Nunca se soube porque é que aquele bêbado do centro está a sorrir, pois não? – Não…o próprio Malhoa sempre foi muito evasivo nos escritos que deixou acerca do quadro. E quem tentou investigar…. coitado do Cardoso... - Gisela, esta não é a altura para reabrir feridas. Coragem! Repara, está um pedaço de pano cozido ao colarinho do casaco do morto! Diz assim: “Lavar a 50 graus”. O que é que isto significa, rapariga? - Hhhmmmm, é claramente uma coordenada para localização de alguém. - O Lavar, claro… - Não, não, desconfio que o nome desse francês é para despistar. Conheço a técnica. Numa célebre investigação que dirigi nos Estados Unidos, sobre um assassinato junto a uma reprodução dos “Bêbados” no
Boa tarde. - Boa tarde, trazem moedas para a troca? - Moedas? - Claro, não está a ver alí escrito “grupo onomástico”? – Pensávamos que era uma ordem onomástica. Queriamos entrar em recolhimento espiritual. Mas porquê “Os Josés”, já agora? - Olhe, só o fundador é que lhe podia explicar isso, mas morreu antes da primeira reunião. Por uma qualquer estranha razão, todos os que convocou se chamavam José. - Isso é suspeito… Gisela, vamo-nos esconder naquele beco!...- Já podemos sair, chefe? - Sim, mas com cautela. Vamos voltar ao interrogatório. Psst, olhe lá,
Boa tarde, o senhor Mário está? - Não, foi ontem ver os “Bêbados”, do Malhoa, e ainda não voltou. Estamos preocupados porque se esqueceu cá da bomba para as crises de asma. - E isso tem acontecido muito? - Desculpe, não posso dizer-lhe mais nada. Compreendam... E agora vão-se embora, por favor. Tenho a vida
(Continua. Vai-se descobrir nos próximos capitulos que o Freitas é afinal o pai da Gisela; que o Chefe é na verdade o mandante do crime e que o Malhoa afinal sabia muito mais do que aquilo que contou, nomeadamente que a Gioconda casou secretamente com o bêbado do centro, que é o Freitas, filho do senhor José, e que vivem os dois em parte incerta na serra da Lousã, na pequena aldeia do Candal, junto ao moinho de água, onde se dedicam à produção de licor de urtigas, cujo segredo é, afinal, o motivo pelo qual tantas pessoas têm sido mortas ao longo dos anos junto ao quadro, que retrata na verdade uma prova cega de whiskies, o que justifica a referencia à tal capela na Escócia, como se vai ver).
06/09/05
De Lascaux a NY: uma breve história da arte ocidental, por Argonauta Tatuado
Há umas dezenas de milhares de anos alguém pintou às escuras animais selvagens nas inacessíveis grutas da Dordogne, como se fossem úteros. Assim tudo começou ou é, pelo menos, um bom começo. Pela presentificação plástica e simbólica da ausência se inicia um percurso de onde nascerá toda a metafísica, toda a teologia, toda a moral e todas as utopias. A existência declara-se insuficiente, a inexistência torna-se suposição e ganha forma, tal como o desejo pelo tempo se faz história. Os gregos esculpiram deuses com forma humana, monges irlandeses pintaram minuciosas iluminuras na superfície sagrada dos bíblicos pergaminhos como se fossem grutas paleolíticas. Villard de Honnecourt rabisca catedrais com paredes de vidro onde se narram histórias sagradas e coloridas, como se fosse BD. Desde os tempos dolménicos que somos nós a fazer grutas. É isto a arquitectura. As catedrais góticas, apontadas ao céu e cheias de luz como se fossem vítreos arranha-céus novaiorquinos, são as mais belas. A Sagrada Família é a mais bela das mais belas, pois que na sua incompletude estatutária remata o processo dolménico, fazendo com que o misticismo escolástico se equipare a uma fantasia que lembra a Disneylândia. Somos fazedores de espaço com a razão ou com o sonho. Seja pelo alargamento do espaço físico ou pela invenção do espaço simbólico. Por isso a invenção das leis da perspectiva é contemporânea de Galileu e das grandes viagens transoceânicas, tal como Einstein que desfez a imagem clássica do Universo é contemporâneo de Picasso que bidimensionando nos libertou da tirania renascentista. O caminho de Picasso leva-nos ao quadrado de Malevich, onde se nega todo o legado clássico: cor, profundidade, figura e técnica. Outro caminho, iniciado em Goya, supera o cânone racionalista libertando fantasias e subjectivando o mundo. Se o Renascimento inventou a ideia de génio, Pollock destruirá o mito pois que no dripping não há autoria porque não há consciência. Deste beco sairá Warhol reinventando a arte como objecto de consumo de massas e produção mecânica, até que Haring nos resgatou desta banalização irónica. Nas galerias subterrâneas do metropolitano de NY, a Lascaux americana dos finais do século XX, Keith Haring reactivou uma reminiscência original pintando graffitis pictográficos como quem pinta animais selvagens, devolvendo à arte o simbolismo primitivo e descobrindo depois em Grace Jones, que cobriu de adereços e pinturas neo-primitivistas transformando-a numa divindade totémica, uma essencialidade original que afinal nunca se perdeu, onde o corpo se revela outra vez como objecto e instrumento privilegiado da expressão artística. Como nunca deixou de ser e já era antes de Lascaux.05/09/05
04/09/05
Katrina Eufémia, por Fura também Cão
O meu primo com nome de mulher, o Furacão, fez das dele.
Tornou Nova Orleães numa Nigéria taliqual.
Peninha dos negros e dos brancos à la americaine? Pas moi.
Se os nazis tivessem ganho a Segunda GM, que diferenças hoje?
Nenhuma, à excepção dos judeuzitos de merda.
Katrina Eufémia: je t’aime!
Nota do Administrapor: Este post é da exclusiva responsabilidade do seu autor. Os restantes membros deste blog não só repudiam os termos, como os preconceitos aqui expressos. Contudo, e porque a censura nos repudia mais ainda, pedimos que endossem todas as críticas para o blog do nosso confrade e amigo: O Canil do Daniel
02/09/05
Tempestade, por Mangas
Um gavião desenhou dois círculos lá no alto. Voo suspenso sob o céu cinzento. Devem ser um prenúncio qualquer aqueles dois círculos, porque de repente as nuvens ficaram mais carregadas. Ficar por cá para além desta semana pode ter um desenlace inesperado. Às tantas, começo a habituar-me a vaguear pelo French Quarter e a sentir a ligação alienante ao jazz de rua e à comida creoule com muito picante. 