Está bem que os números redondos favorecem as efemérides. E há números redondos para comemorar quando apetece: 1 ano, ou um par. 5 anos ou meia dúzia. 10, 12, 15, 20. 25 anos é um quarteirão, trinta e de 10 em 10. Meio século ou um século inteiro. Ou seja, comemora-se sempre que um homem quiser. A comemoração é sempre interesseira e depende mais da vontade do comemorador do que do facto comemorado. A memória constrói-se. Não se herda. Comemoram-se agora os 20 anos do desastre de Chernobyl, numa altura em que o preço do barril de petróleo bate recordes históricos e em que os governos ocidentais reequacionam a opção nuclear. O terror apocalíptico e os terríveis efeitos de Chernobyl tornam repelente que se considere sequer a possibilidade de pensar a opção nuclear. Ora bem, eu arrisco a polémica e afirmo: A RESPONSABILIDADE DO DESASTRE DE CHERNOBYL RESULTOU MAIS DO REGIME COMUNISTA, ESTALINISTA, TECNOLOGICAMENTE OBSOLETO, CENTRALISTA E CORRUPTO DO QUE DOS PERIGOS INERENTES À PRODUÇÃO DA ENERGIA NUCLEAR. A causa primeira do desastre de Chernobyl foi a natureza do regime soviético.
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