14/08/15

Banhistas, por Ikkil

Playa del Carmen, México, 3 da tarde. Multidão a banhos. Vêm-se cabeças e braços, não se sabe se pertencem a pessoas altas ou baixas, louras ou morenas, mulheres ou homens, pretos ou brancos. Contudo, no meio daquela babilónia, identifico, sem margem para dúvidas, dois indiscutíveis americanos de quem, praticamente, só vejo os braços. E como se reconhecem braços americanos? Fácil: pela forma como lançam a bola um ao outro, a técnica é de basebol. É notável como transportamos a cultura connosco, mesmo imersos a banhos numa praia no meio de uma multidão de cabeças anónimas. Basta um gesto e está lá, agarrada e indissociável,  a marca da identidade.

O japonês, esse só o identifico a postereori: é o tipo de olhos em bico que está há uma hora com água pela cintura a recolher o sargaço-praga-do-mar e a atirá-lo para os lados enquanto roga pragas furibundas de sol nascente. Maldito sargaço que lhe estraga o postal, a praia, as férias, vem um tipo de tão longe para isto...

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