11/01/08

O Oportunista, por Néné

Não vou discutir a Ota. Nem o referendo ao tratado europeu de Lisboa. Limito-me a assinalar uma coincidência oportunista: pinto de sousa anunciou a nova localização do futuro aeroporto preciamente um dia depois do embaraço político que lhe causara a decisão de não referendar o tratado da união europeia.
O homem estava num claro beco sem saída: junto dos seus colegas europeus ficaria muito mal visto se viesse agora referendar o que há uma semana contribuiu para aprovar, enquanto presidente da União. Por outro lado, vetando o referendo não cumpre mais uma das muitas promessas eleitorais que meteu no bolso. Não que isso nos admire, claro.
Ainda tentou a fuga em frente, sem vergonha na cara, como lhe é próprio. Que não era este tratado aquele que prometera referendar... Mas esta saída era demasiado desavergonhada, esfarrapada, miserável, aldrabona... Tanto que nem os yes men do costume a repetiram muita vez. De modos que havia que tirar esta enorme espinha encravada na garganta do ególatra da ordem do dia. E assim se decidiu num ápice a localização do futuro aeroporto de Lisboa que não de Portugal. Ao sabor da agenda e dos interesses pessoais de um homem que confunde vezes demais o seu umbigo com o interesse do país que é suposto governar.

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