Pois é verdade, quantas almas de entre vós, ó mortais, se podem gabar de ter tido os Rolling Stones a tocar no vosso quintal. Roam-se de inveja e fixem esta merda: OS ROLLING STONES TOCARAM NO MEU QUINTAL. hehehehe! Isto é, no Estádio Cidade de Coimbra, a escassa centena de metros da minha varanda.
Esse concerto, no dia 27 de Setembro de 2003, foi um dos momentos altos do Porco. O Porco esteve lá unido: Tinóni, Mangas, Mau, Nini, Vaice, Grunfo, JP e Moi. Tudo com as respectivas famílias. Uns foram para a bancada, outros para a linha da frente. Ali, onde se podiam ver as rugas do Mick Jagger, a careca do Charlie Watts, a sola das sapatilhas aceleradas do Ronnie Wood e o que resta do Keith Richards: a guitarra.
Em Agosto, o Vaice tinha ido de férias para Espanha onde tinha conduzido umas centenas de quilómetros, sob um calor insuportável, para assistir a um anunciado concerto dos Stones em Marbella. Aí chegado soube que Lord Jagger estava ligeiramente indisposto! O concerto foi adiado. Fosse outro que não Sua Alteza Real, Cavaleiro do Império, e o Vaice teria proferido impropérios capazes de arruinar a reputação a uma virgem. Mas afinal, sendo quem era, o caso era compreensível, elogiável até, e o Vaice limitou-se a fazer as mesmas centenas de quilómetros, agora de regresso, sem balbuciar, sem murmúrio ou blasfémia.
Chegados a Coimbra no final das férias, os jornais locais anunciam em primeira mão: «Rolling Stones vão tocar no novo estádio». Incrível, Jagger é Deus e Deus é o mensageiro das súplicas do Vaice. Ainda a tinta estava fresca na primeira página do «Calinas» e já a malta estava no posto da Galp à espera que a bilheteira abrisse. No dia do espectáculo, lá estávamos, na linha da frente. No final, o papel do alinhamento das canções veio ter às mãos do Vaice. Ei-lo agora revelado ao Mundo, aqui mesmo no Tapor, digitalizado no topo deste "post". Como uma relíquia do Sagrado Lenho, qual ossada de santo, cabelo de mártir em relicário de prata, o Vaice depositou-mo nas mãos, envolto em protectora capa de plástico, para que o digitalizasse. Este mesmo papelinho que aos pés de Jagger & Richards lembrava o alinhamento das canções, este naco de papel onde os mitos pousaram os olhos e onde, quem sabe, até podem ter tocado com a ponta dos dedos, está aqui no Tapor. Até pode ser que um gafanhoto, um pingo de saliva jaggeriana tenha saltado daqueles lábios carnudos que revolucionaram os costumes ocidentais cantando arrastadamente e com desassombro escandaloso que o homem não conseguia ter satisfação, e aterrado nesta folha de papel A4 de 80 gramas. É possível. É este papel que está neste preciso momento entre as minhas mãos, passou pelo meu scanner (yessss!) e ficou digitalizado para, assim imaterializado, poder ser por vós comungado num elevado momento de misticismo eucarístico.
Esse concerto, no dia 27 de Setembro de 2003, foi um dos momentos altos do Porco. O Porco esteve lá unido: Tinóni, Mangas, Mau, Nini, Vaice, Grunfo, JP e Moi. Tudo com as respectivas famílias. Uns foram para a bancada, outros para a linha da frente. Ali, onde se podiam ver as rugas do Mick Jagger, a careca do Charlie Watts, a sola das sapatilhas aceleradas do Ronnie Wood e o que resta do Keith Richards: a guitarra.
Em Agosto, o Vaice tinha ido de férias para Espanha onde tinha conduzido umas centenas de quilómetros, sob um calor insuportável, para assistir a um anunciado concerto dos Stones em Marbella. Aí chegado soube que Lord Jagger estava ligeiramente indisposto! O concerto foi adiado. Fosse outro que não Sua Alteza Real, Cavaleiro do Império, e o Vaice teria proferido impropérios capazes de arruinar a reputação a uma virgem. Mas afinal, sendo quem era, o caso era compreensível, elogiável até, e o Vaice limitou-se a fazer as mesmas centenas de quilómetros, agora de regresso, sem balbuciar, sem murmúrio ou blasfémia.
Chegados a Coimbra no final das férias, os jornais locais anunciam em primeira mão: «Rolling Stones vão tocar no novo estádio». Incrível, Jagger é Deus e Deus é o mensageiro das súplicas do Vaice. Ainda a tinta estava fresca na primeira página do «Calinas» e já a malta estava no posto da Galp à espera que a bilheteira abrisse. No dia do espectáculo, lá estávamos, na linha da frente. No final, o papel do alinhamento das canções veio ter às mãos do Vaice. Ei-lo agora revelado ao Mundo, aqui mesmo no Tapor, digitalizado no topo deste "post". Como uma relíquia do Sagrado Lenho, qual ossada de santo, cabelo de mártir em relicário de prata, o Vaice depositou-mo nas mãos, envolto em protectora capa de plástico, para que o digitalizasse. Este mesmo papelinho que aos pés de Jagger & Richards lembrava o alinhamento das canções, este naco de papel onde os mitos pousaram os olhos e onde, quem sabe, até podem ter tocado com a ponta dos dedos, está aqui no Tapor. Até pode ser que um gafanhoto, um pingo de saliva jaggeriana tenha saltado daqueles lábios carnudos que revolucionaram os costumes ocidentais cantando arrastadamente e com desassombro escandaloso que o homem não conseguia ter satisfação, e aterrado nesta folha de papel A4 de 80 gramas. É possível. É este papel que está neste preciso momento entre as minhas mãos, passou pelo meu scanner (yessss!) e ficou digitalizado para, assim imaterializado, poder ser por vós comungado num elevado momento de misticismo eucarístico.
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