18/02/08

Eu Tenho Um Amigo…,por Rawalpindi

Parte Um - To Moon

Eu Tenho um amigo…, que esteve na América a aprender o significado do verbo “to moon”. E aprendeu a fazê-lo. A moonar. E não perde uma. Sempre que vai num carro alheio conduzido por jarbas desprevenido, alça-se ao cimo do banco, vira o cu para o vidro e zás, cola a nalgas felpudas à vidraça acelerada em gesto de provocação e insulto. Quiçá de puro prazer!

É um cu bonito, branquinho e rapadinho, que dá gosto ver. Já o avisamos de que aqui num é a américa, mas o gajo não quer saber. Sempre que há oportunidade e mesmo quando não há, o artista desfivela a calcita e tunga, bota o rabudo de fora. De modos que vai um incauto descansado e deliciado a ouvir o encantatório “Bang, Bang” da Nancy Sinatra e bimba, salta-lhe janela fora do carro do lado as bimbas rabudos do meu amigo. To Moon. Na América até criaram um verbo. Literalmente mostrar o rabo à lua.

Por vezes o meu amigo engana-se. Julga reconhecer o carro da malta e quando vai a ver espetou as nalgas fresquinhas nas fuças de uma velha assombrada. Choque e Espanto. Já o avisámos que um dia destes mata alguém. Ou esfrega o nalguedo em GNR disfarçado. Não sei se há multa para os moonadores. Até porque aquilo também não é bem um "atentado ao pudor". Nas américas os moonadores são perdoados e aceites. É esquisito, mas é assim. Prisão se mostra a maminha, perdão se mostra o rabinho. E o meu amigo esteve na américa. Pra mim tem cem anos de perdão.

Mas Portugal não computa tradições alheias. Basta ver a escandaleira da era cavaquista, quando um aluno do secundário subiu aos ombros dos colegas e mostrou o cu à Assembleia da República. Nasceu aí o “geração rasca”. Mas o meu amigo não se importa, nem se ofende e nós nem desgostamos de apreciar tão cuidado rabinho. To Moon. A américa aqui e agora, no facies inocente de um rabo bem tratadinho. À Lua.

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