Há pouco tempo falou-se aqui da relação entre o cliente/cidadão/consumidor e o trinómio instituições/comércio/serviços. Mestre Mangas trouxe para este fórum suino a sua gratificante experiência com uma cadeia de hamburgarias dos States, que trata os clientes nas palminhas e atende, de facto, às reclamações, por mais ridículas que pareçam. Em contraponto, claro está, ao panorama terceiro-mundista e relaxado do nosso país. Pelo meio, aconteceu-me um caso que pode ser encarado como uma excepção exemplar, além de remeter para a polémica da “arte útil” no que respeita à sinalização pública.
Há algum tempo fui a Serralves, aos jardins, ao Siza, etc., corri aquilo tudo. No fim, à saída do Museu de Arte Contemporânea, dei com a caixa de reclamações e sugestões, um grande cubo transparente, vazia e a pedir estreia. Peguei no papelito, elogiei o que havia para elogiar e fiz um reparo, relativamente à sinalética, designadamente aos símbolos abstractos que diferenciam os sexos nos sanitários, bonitos, talvez, mas incompreensíveis para o comum dos cidadãos. Por mais de uma vez passei perto dos wc’s e o panorama era sempre o mesmo: Senhoras e senhores, meninos e meninas, completamente baralhados, a olhar para os bonecos nas portas como bois para um palácio e a fazer complexas equações de cabeça para descobrir a qual pertenciam. Muitos, obviamente, arriscavam às “cegas” e entravam numa qualquer. Não raro, iam ao engano e saíam a fugir aos gritinhos, “ái que me enganei!”. Enfim, uma bonecada completamente abstrusa e nada prática ou informativa. Afinfei no papelito e sai dali satisfeito.
Passado cerca de um mês recebi via correio electrónico a seguinte carta, assinada nem mais que pela excelentíssima senhora doutora Directora Geral, Odete Patrício:
Exm. Senhor,
Gostaríamos, antes de mais, de agradecer a visita que efectuou à Fundação de Serralves, bem como a comunicação que nos endereçou e que mereceu toda a nossa atenção.
É para nós fundamental dispor das opiniões e apreciações dos nossos visitantes, para que possamos implementar acções que visem a constante melhoria dos serviços que prestamos. O nosso objectivo primordial é transformar cada visita efectuada à Fundação de Serralves numa experiência única e muito agradável.
Relativamente ao comentário que formalizou aquando da sua visita, não queríamos deixar de lhe referir o quanto o mesmo nos deixa satisfeitos por se traduzir na confirmação dos nossos objectivos diários. Quanto à sinalética dos sanitários estamos cientes que é bastante subtil mas faz parte integrante do projecto do Arq. Álvaro Siza, pelo que não a podemos alterar.
Aproveitamos para informar que no próximo dia 7 de Maio vamos inaugurar 3 exposições dedicadas às obras de Paulo Nozolino e Gregor Schneider no Museu e Ana Jota na Casa de Serralves, as quais, estamos certos, merecerão uma visita especial. Para mais informações acerca das nossas actividades, sugerimos uma consulta ao site www.serralves.pt, o qual é actualizado regularmente ou tornar-se AMIGO de Serralves usufruindo assim dos benefícios previstos para este núcleo de visitantes.
Agradecendo a disponibilidade em nos ter contactado, ficamos ao seu inteiro dispor para qualquer informação adicional através da DG – Relações Públicas – Assunção Cálem (22 615 65 28).
Com os nossos melhores cumprimentos,
Há algum tempo fui a Serralves, aos jardins, ao Siza, etc., corri aquilo tudo. No fim, à saída do Museu de Arte Contemporânea, dei com a caixa de reclamações e sugestões, um grande cubo transparente, vazia e a pedir estreia. Peguei no papelito, elogiei o que havia para elogiar e fiz um reparo, relativamente à sinalética, designadamente aos símbolos abstractos que diferenciam os sexos nos sanitários, bonitos, talvez, mas incompreensíveis para o comum dos cidadãos. Por mais de uma vez passei perto dos wc’s e o panorama era sempre o mesmo: Senhoras e senhores, meninos e meninas, completamente baralhados, a olhar para os bonecos nas portas como bois para um palácio e a fazer complexas equações de cabeça para descobrir a qual pertenciam. Muitos, obviamente, arriscavam às “cegas” e entravam numa qualquer. Não raro, iam ao engano e saíam a fugir aos gritinhos, “ái que me enganei!”. Enfim, uma bonecada completamente abstrusa e nada prática ou informativa. Afinfei no papelito e sai dali satisfeito.
Passado cerca de um mês recebi via correio electrónico a seguinte carta, assinada nem mais que pela excelentíssima senhora doutora Directora Geral, Odete Patrício:
Exm. Senhor,
Gostaríamos, antes de mais, de agradecer a visita que efectuou à Fundação de Serralves, bem como a comunicação que nos endereçou e que mereceu toda a nossa atenção.
É para nós fundamental dispor das opiniões e apreciações dos nossos visitantes, para que possamos implementar acções que visem a constante melhoria dos serviços que prestamos. O nosso objectivo primordial é transformar cada visita efectuada à Fundação de Serralves numa experiência única e muito agradável.
Relativamente ao comentário que formalizou aquando da sua visita, não queríamos deixar de lhe referir o quanto o mesmo nos deixa satisfeitos por se traduzir na confirmação dos nossos objectivos diários. Quanto à sinalética dos sanitários estamos cientes que é bastante subtil mas faz parte integrante do projecto do Arq. Álvaro Siza, pelo que não a podemos alterar.
Aproveitamos para informar que no próximo dia 7 de Maio vamos inaugurar 3 exposições dedicadas às obras de Paulo Nozolino e Gregor Schneider no Museu e Ana Jota na Casa de Serralves, as quais, estamos certos, merecerão uma visita especial. Para mais informações acerca das nossas actividades, sugerimos uma consulta ao site www.serralves.pt, o qual é actualizado regularmente ou tornar-se AMIGO de Serralves usufruindo assim dos benefícios previstos para este núcleo de visitantes.
Agradecendo a disponibilidade em nos ter contactado, ficamos ao seu inteiro dispor para qualquer informação adicional através da DG – Relações Públicas – Assunção Cálem (22 615 65 28).
Com os nossos melhores cumprimentos,
tal e tal,
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