27/01/13

A Minha Lista 2012, por Adérito

Com algum atraso, segue nos próximos posts a lista das minhas leituras do ano que passou. Foi assim:



Janeiro 2012
Fernando Campos – A Rocha Branca
O ano começou bem com o último de Fernando Campos, inspirado na história de Safo – mas uma Safo nos antípodas do folclore que é associado a esta personagem histórica. Não desmerece em nada o conjunto da obra do autor. E sendo Campos, o mais subvalorizado dos grandes escritores portugueses, percebe-se o significado que tem para mim esta afirmação.

 Keith Richards – Life
Desta vez em Português… Comprei e li a edição inglesa em 2012. Pensei que não teria tradução portuguesa e enganei-me. Li-o de novo que sempre se perde alguma coisa numa língua estrangeira.

 Fevereiro:


Cervantes – D. Quixote, vol. II. Tinha começado a ler  o Quixote no ano passado. Agora concluí o segundo volume de uma das grandes obras primas da literatura universal. Confere…

Celso – Contra os Cristãos. Muito interessante. Curioso como alguns dos argumentos que Nietzsche virá invocar contra o cristianismo já aqui estão na sua forma essencial. Nietzsche dá-lhes o brilhantismo do seu estilo romântico e profético, ao passo que Celso procura reduzi-los à sua essência lógica. Como o nome indica o livro apresent uma série de argumentos contra a nova seita cristã que então se afirmava. Celso estava preocupado que a coisa alastrasse e, pelos vistos, tinha razão…


Alan Posener, John Lennon, Expresso. Mais uma boa biografia da colecção do Expresso. É o clássico non stop reading...

24/01/13

Mais «Especialidade» da Deputada - 2.41, por Talocha

A «especialidade» continua. Hoje leio a notícia de que a Deputada-2.41, citada no post anterior a este, faltou durante a semana sequente à piela ao seu local de, chamemos-lhe assim, «trabalho», o parlamento. A justificação foi que esteve doente.

Só que a lei - mais uma especialidade feito pelos srs deputados, para os senhores deputados -  não a obriga a apresentar atestado médico...Se fosse um de nós, nabos, teria que apresentar atestado médico. Mas suas excelências deputadas são consideradas pessoas «responsáveis» e, como tal, basta a declaração da própria a dizer que esteve doente.

Ou seja, se eu faltar ao trabalho e não apresentar atestado perco o vencimento e posso mesmo ser despedido. Mas os deputados da nação, pelo contrário, são pessoas responsáveis (e nós somos o quê? Trogloditas?). Sinceramente: existem leis destas? Há gente que aprova e mantém leis destas? Quantos princípios de elementar justiça esta porcaria viola? E depois esta gentalha politica quer respeito? Eu dava-lhes o respeito...

Especiais de Corrida, por Trolha

Esta senhora tem aspecto de reformada? Não tem, pois não... Mas é. Esta é uma foto da presidente da câmara de palmela, moçoila com 47 primaveras, que acaba de se reformar com cerca de 1800 mocas por mês. Embrulha! Entretanto, nós, os nabos, continuamos a trabalhar cada vez mais e a receber cada vez menos em nome dos sacrifícios e da austeridade que politiquelhos como esta madame nos pedem. Grande exemplo! A culpa nem é da senhora que apenas aproveita a lei feita pelos seus colegas políticos. Ela limita-se a ser medíocre, prontos... O problema é mesmo que ainda existam leis destas e que isto seja possível, um político reformar-se aos 47 anos quando toda a restante população tem que vergar a mola até depois dos 60.

Já me pareceu culpa da própria vir auto-justificar-se que acha bem a lei porque enfim, «os políticos e os autarcas são pessoas especiais que exercem funções especiais». E não quer sua excelência definir o que entende por «funções especiais»? E porque não se reconhece que ser mineiro, carpinteiro, médico, cientista, coveiro, professor ou empreiteiro também são, cada um à sua maneira, «especiais»? Pois, não sei. Só sei que a especialidade de políticos que temos neste país da tanga só lá ia à bazuca.

Esta outra senhora é deputada pelo PS foi apanhada a conduzir com uma taxa de alcoolémia de 2.41 Uma taxa acima dos 2 pontos não é uma coisa venial do descuido de um copito a mais na asa... Há uns tempos eu e um amigo bebemos uma litrosa de tinto só os dois. Apanhámos uma brigada de transito e ele  acusou menos de 1 ponto.
Imaginem agora o que é preciso beber para se acusar 2.41... E dão a um caso destes imunidade parlamentar? Eu pensava que a imunidade parlamentar era só para casos em que o deputado eventualmente violasse a lei mas em casos relacionados com a sua actividade, por exemplo no exercício de um excesso de liberdade de expressão. Mas que eu saiba beber uns valentes copos e a seguir meter-se a conduzir não é uma especificidade parlamentar. E daí, talvez seja. Deve ser isto que a outra senhora quer dizer com «funções especiais» dos nossos políticos.