28/12/07

Let The Sun Shine!, por Apolo

Raispartam a União Europeia e o caraças da globalização! Muito se fala da uniformização - da comida, da cultura, da diversão, da vida - mas o pior e o mais incompreensível sintoma da standardização da Europa é este intolerável alinhamento do tempo solar pelo tempo da economia. Em nome das Bolsas e dos ritmos dos senhores do capital, decidiram os burocratas do Economês que toda a Europa passaria a reger-se pelo tempo dos nórdicos e dos escandinavos. Resultado: agora fica noite em Portugal às cinco da tarde, como se vivêssemos em Estocolmo, em Oslo ou em Copenhaga!!! E pensar que eles, os nórdicos, desde o tempo dos Romanos que fogem de lá para cá, para se safarem da inclemência das trevas e disfrutarem da dádiva do sol. Pensem como eram os Invernos quando éramos crianças, reparem como o Criador fez tudo certinho para virem, agora, estas alimárias estragar... Dantes anoitecia às sete no Inverno e às nove no Verão. Agora é noite às cinco no Inverno e às dez no pico do Verão! E o burro sou eu?

Estamos de cócoras, toda a Europa do Sul que abdica do seu tempo para se reger pelo dos outros. Mais os portugueses, gente capacho, gente de cócoras, que nisso nuestros hermanos conservam uma hora solar a mais que nós e a siesta ninguém lhes tira(é nesses pormenores que somos diferentes, nós e eles)... Cada dia que passa neste maldito Outono-Inverno gótico apetece-me apertar a garganta aos burocratas que se dizem nossos representantes e que nos traem nos corredores de Bruxelas em pormenores tão simples quanto graves como este. Por causa deles perdemos todos horas preciosas de vida e recolhemos às cinco e meia a casa quando era nosso direito natural contar com luz até às seis e meia-sete. Devíamos meter-lhes um processo colectivo, Portugal contra os seus representantes...

Lembro-me de quando era puto e ficava de olhos esbugalhados quando me diziam que havia países em que o sol se punha às cinco da tarde! Nem queria acreditar... Deve ser por isso que se suicidam, comentava. O pior é que nem percebo que é que se ganha em termos económicos com esta patifaria... Os gastos energéticos são, obviamente, muito maiores, ja que somos obrigados a acender aquecedores, iluminação eléctrica, etc, etc, muito mais cedo do que seria natural. Ainda me custa a crer que tudo isto seja uma mera quetão de unifomização da economia mundial. Se o é não percebo, não temos todos que andar em contra-ciclo por causa dos interesses económicos, isso seria um problema dos economistas, uma especificidade da sua profissão e ponto final. O que é que que tenho a ver com isso? Não somos obrigados a viver de noite - quer dizer, quase que somos - só para andarmos ao ritmo dos guarda nocturnos, dos homens do lixo ou dos porteiros de discotecas, certo?

Só sei que tenho saudades dos dias grandes, do sol de Inverno até às sete da tarde. Só sei que a loucura do sol de Verão na praia até às dez ainda agrava mais esta espécie de esquizofrenia em que temos que viver. A Europa até o sol pretende uniformizar... Tou farto da Europa,fónix!

Pic do mestre da luz, o espanhol J. Sorolla, um artista quase, quase ao nível dos célebres pintores da marina de Vila Moura ;););)

24/12/07

Uma Boa Razão Para Gostar do «Romance Histórico», por Zagazabo

Talvez seja mais uma efeito lateral do fenómeno Dan Brown mas o certo é que, nas livrarias deste país, comecei a dar por uma nova secção a crescer, a crescer, a engordar mesmo, a secção do chamado «romance histórico». Basta passarmos numa das Fnacs do burgo para verificarmos que o espaço concedido a este novo género (?) é largamente superior ao espaço concedido a áreas tão fundamentais como, por exemplo, a História, a Sociologia ou a Filosofia. As três juntas… Compreendo, por isso, a aversão com que um amigo reagia um dia destes ao género.

No entanto sempre existiu romance histórico. Muito antes do actual abastardamento do género, sempre houve autores que se dedicaram a contar histórias – a romancear – que decorrem em períodos históricos já passados. Neste sentido muito lato, qualquer romance é histórico, embora o termo se tenha popularizado enquanto designação de histórias decorridas em épocas mais remotas. Abstraiamo-nos, pois, da actual utilização abastardada da expressão. Confesso que sou um fã do romance histórico e, por isso mesmo, reajo mal à pauperização da designação. Dou-vos uma razão para adorar o género, uma razão bem Portuguesa – chama-se Fernando Campos.

Fernando Campos é, quanto a mim e com toda a subjectividade que uma afirmação deste tipo sempre encerra, o melhor escritor português vivo. Prefiro-o a Saramago que, quanto a mim, nada tem para dizer; prefiro-o a Lobo Antunes – um escritor de centelha genial; não conheço Agustina o suficiente para falar muito… Mas Fernando Campos só não tem marketing, de resto tem tudo.

Acho que ele é o último dos escritores antigos e não sei o que acontecerá aquela forma de escrever português quando ele desaparecer. Quando o leio sinto que apanho uma corrente, a corrente que se deseja imortal da grande literatura portuguesa – é como se ele fosse a sequência natural dos nossos grandes prosadores, de Vieira, de Camilo, de Herculano, de Eça... Sente-se-lhe a tradição agarrada à escrita. As fotografias de Campos nas contra capas dos seus livros fazem-me lembrar os mais velhos e mais sábios dos meus professores da faculdade. A escrita dele é labor árduo, investigação, pesquisa aturada, disciplina pura e dura. Acho-o brilhante, mas o seu brilhantismo não é o daqueles gajos que se acham eleitos, escolhidos pela iluminação divina. Os seus livros são o resultado de anos e anos de pesquisa histórica rigorosa e, para além do puro gozo que há em lermos a sua escrita refinada, complexa, sofisticada, temos sempre a sensação de estar a aprender. É uma felicidade que um país com a riqueza histórica de Portugal, única em toda a Europa, possa contar com um escritor com as características de Campos. Porque a nossa história é um manancial imenso por explorar e as gerações futuras agradecerão – se não se perder, é claro, esta ideia cada vez mais peregrina de que o conhecimento do nosso passado é fundamental e se não nos tivermos transformado, entretanto, numa colónia de férias e em empregados de camisinha branca dos europeus do Norte.

Aconselho-vos qualquer um dos três livros que li dele: a Casa do Pó de 1986, o seu primeiro, uma obra prima absoluta, que tem como pano de fundo um mistério baseado em factos reais passado no século XVI acerca da identidade de um frade de nome Pantaleão; O Cavaleiro da Águia de 2005, de trama quase policial que tem como personagem central uma das mais eminentes figuras portucalenses da reconquista: Gonçalo Mendes da Maia, braço direito do primeiro rei de Portugal; e A Sala das Perguntas de 1998, inspirado na vida e obra da grande figura que foi Damião de Góis, tesoureiro do rei D. João III na Flandres no século XVI, Humanista convicto que privou com Erasmo e Lutero e conheceu as contradições do Portugal glorioso dos Descobrimentos e o fanatismo da Inquisição. Denominador comum aos três romances: a viagem. Pantaleão viaja até à Terra Santa, passando por toda a bacia mediterrânica nas mãos de Venezianos e Turcos. Góis percorre toda a Europa Central em plena convulsão reformista e Gonçalo é também, à sua escala, um viajante. Campos é, pois, um escrito de viajens mas na sua obra o distante, olongínquo cruzam-se habilmente com o próximo. Há uma espécie de argúcia, de mestria nesta forma de os falar de Aveiro e de Coimbra e do Rio Mondego e, simultaneamente, de Anuérpia, de Jerusalém e de Constantinopla.

Podia dar-vos outras boas razões para explicar o meu fascínio pelo romance-histórico- como-deve-ser: Amin Maalouf. Tracy Chevalier. Collen McCullough. Ficarão para um próximo post. Entretanto se alguém quiser ler Fernando Campos é contactar o nosso Grão. Ele tem lá alguns. Embora, estranhamente, confesse não ter gostado lá muito d`A Casa do Pó, vá lá um gajo saber porquê…

18/12/07

E-Gov, por Capitano Nemo

Há dias em que mesmo que nada corra mal temos vontade de desancar alguém e de fazer sempre melhor do que os outros. Era o dia para mim, e enquanto tentava levantar o meu ego ouço no rádio a notícia que menos de cinquenta por cento dos Portugueses usa o computador e só quatro em cada seis habitações têm acesso à Internet; seis por cento das pequenas empresas portuguesas não têm computadores e doze por cento não estão ligadas à Internet!!!!

Irra. É difícil entender isto após ser constantemente bombardeado por noticias de que o governo aposta fortemente no e-gov, de que o país vai de vento em poupa no que respeita à informatização etc etc.

Foda-se. Mas eu estou maluco ou os nossos governantes substituíram o cérebro por estrume.

Não vêm isto?? Não ouvem??

Então querem colocar os velhinhos a apresentar declarações de IRS pela Net quando eles nem sabem pronunciar a palavra computador??? Bestas quadradas estes gajos que nos governam, não conseguiam eles próprios apresentar as declarações de IRS pela net e agora andam a embandeirar em arco com a informatização do país?

Gajos destes fariam uma proposta para levantar o PIB dos esquimós através da venda de frigoríficos no pólo norte.

E isto não é um grito à velho do Restelo, é uma indignação profunda contra pessoas que não têm a noção do equilíbrio e que em vez de tentarem subir o nível médio de vida de uma população que vive com salário de dieta gritam atoardas vazias e medíocres e abrem cursos de costura.

Vamos para África e em força, pelo menos lá ainda se podem comer bolas de Berlim na praia.

12/12/07

Ibéria F.C., por Mister Mr.

Há muitas e boas razões para se ser iberista. Aí vai mais uma: já viram a selecção ibérica que faríamos se juntássemos, numa só equipa, os melhores jogadores de futebol espanhóis e portugueses? Podáimos jogar com este onze, por exemplo (entre parêntesis algumas alternativas possíveis):
Guarda redes - Casillas (Reyna);
Defesa direito - Sérgio Ramos (Bosingwa);
Centrais - Ricardo Carvalho e Pepe (Jorge Andrade e Meira);
Defesa esquerdo - Puyol (Miguel Torres):
Médios - Deco, Marcos Senna e Fabregas (Albelda, Xavi e Iniesta);
Extremos - Cronaldo e Quaresma (Simão e David Silva);
Ponta de lança - Fernando Torres (David Villa).

E ainda ficavam de fora, Raul, Reyes, Vicente, Morientes, Nani, Miguel Veloso, Petit, Maniche, Figo, Guti, Miguel e Joaquin, entre muitos outros.
E digam lá que esta equipa não era a mais séria candidata a ganhar o Mundial?

10/12/07

Tacho, Disse Ele!, por Anarco Sindicalista

Ontem conheci um típico rapaz de boas famílias que tem 29 anos e cara de 17. Descobri com espanto, quando lhe perguntei o que é que estava a estudar que, afinal, já concluiu o curso em Psicologia Antropológica ou lá o que era. E trabalhas? Onde? - perguntei-lhe. Numa das muitas veneráveis instituições criadas pelos políticos manda-chuvas, mais uma dedicada a estudar «a conjuntura da estrutura da valência da realidade sócio-económica da comunidade envolvente», vulgo Comissão Coordenadora de Qualquer Coisa... O que me espantou é que, quando ele me disse onde trabalhava, mostrou-se genuinamente orgulhoso. Fiquei baralhado. É que eu, no lugar dele, era capaz de corar um bocadito...

06/12/07

Silvas, por Adérito Laranjeira

Foi o próprio Silva quem me explicou. Parece que nomes como Oliveira, Pereira ou Carvalho têm uma origem judaica, não percebi bem porquê. Mas há uma razão para as pessoas terem estes nomes de árvores, de arbustos ou de frutos: o antepassado remoto do actual sr. Oliveira teria sido assim chamado porque no lugar onde morava, isto é, na sua propriedade, havia muitas oliveiras. O mesmo para os Carvalhos que teriam a quinta cheia dos dito cujos, prós Amieiros ou para os Videiras. Percebem agora porque é que os Silvas se chamam Silva? Pois é. Parece que o antepassado original de todos os Silvas tinha a propriedade rural ao abandono e, em vez de macieiras, oliveiras ou abrunheiros, aquilo eram silveiras por todo o lado. Langão.

Tenho para mim que os nomes dizem muito das pessoas, como dos povos. Há indivíduos com caras de Zés, de Manéis e até de Felisbelos. Os espanhóis parecem-me Pacos e os alemães soam-me todos a Fritz. Silva é um nome icónico, um símbolo de uma nação como Smith o é de Inglaterra ou Dupont da França. Não deixa, pois, de ter a sua piada que o nome icónico de Portugal remeta, etimologicamente, para a preguiça dos proprietários que deixavam as suas terras ao abandono. No fundo nem é de admirar: somos um povo de mandriões e tu ó Silva do camandro, vê lá se plantas umas nespereiras pelo menos para disfarçar…

Para Albert, ao Sol, por Cão

Para Albert, ao Sol é a crónica nº 28 da série Rosário Breve, todas as sextas-feiras, como hoje, 30 de Novembro de 2007, n'O Ribatejo (http://www.oribatejo.com/).
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Para Albert, ao SolCostumo comprar umas páginas de fiambre, manhã muito cedo, no minimercado da Vila. Saio, sento-me ao sol num muro e como-as sem metafísica nem pressa. Não como tudo. Na manhã que o sol não aquece, dou uma volta por ruas calçadas de bossas de granito e vou distribuindo fragmentos dessa literatura rósea e quase transparente aos carnívoros mais pobres da localidade: cães e gatos que vivem do tesouro simples ensinado por Albert Camus. Que tesouro simples?“ (…) achei-me colocado a meia distância entre a miséria e o sol.”, escreveu o Autor argelino-francês nascido em Mondori a 7 de Novembro de 1913 e nobelizado há precisamente 50 anos. Em 1935/36, com apenas 22 anos de idade, Camus publicou uma admirável colecção de prosas breves intitulada “O Avesso e o Direito”. Na década de 50, última que viveu por completo, reeditou tal obra fundadora, juntando-lhes os também admiráveis “Discursos da Suécia”, que orou, há meio século, nas cerimónias sequentes ao maior galardão literário do planeta.Entre aquele minimercado e esta pastelaria onde exerço a suave tristura da crónica, Camus dá comigo fiambre a cães e a gatos neste “mundo de pobreza e luz”. Tenho, portanto, um bom companheiro, aqui na serra e na terra.Foi já no entardenoitecer de 30 de Dezembro de 1983 que adquiri o livro (edição da Livros do Brasil, de que há ainda exemplares em livrarias tradicionais não “fnac-izadas” ainda). Na altura, folheei-o apenas. Ainda bem que o não li todo, então. Obra de jovem, “O Avesso e o Direito” é para ler e aproveitar na maturidade.A maturidade, sim, este limbo em que até os cães e os gatos sabem que umas páginas de fiambre são para ler ao sol: sem grande miséria, sem grande metafísica e sem pressa alguma.

04/12/07

Jazz de Câmara, por Cantaloupe

Blues on Bach do The Modern Jazz Quartet, editado em 1973, é uma obra prima. O disco combina coisas aparentemente inconciliáveis como o rigor matemático da música barroca e a liberdade de improviso do jazz.

The Modern Jazz Quartet foi formado em 1952 por Milt Jackson (vibrafone), John Lewis (piano, director musical), Percy Heath (contrabaixo), e Kenny Clarke (bateria). Em 1955 Connie Kay substituiu Clarke. Para além do brilhantismo dos seus intérpretes, a banda ficou na história pela criação daquilo que podemos definir como um novo género musical: o «jazz de câmara», isto é a tentativa de combinar o jazz e a música clássica. A ideia não foi muito bem recebida nem pelos puristas da clássica nem pelos do jazz. Os primeiros viram naquela música uma pauperização da música erudita; os segundos acusaram o MJQ de intelectualizarem o jazz, seja lá o que isso for. Os velhos complexos da contaminação entre os níveis culturais high e low que segundo os fundamentalistas não se podem misturar…

Às vezes estou a ouvir Blues on Bach e pergunto a alguém que esteja presente que género de música acha que é esta. Ainda não houve ninguém a dizer simplesmente jazz nem clássica. As pessoas ficam confusas: parece música barroca, mas este vibrafone… E bateria? É estranho…
Quem ouve este disco tem a sensação de que Bach é um compositor contemporâneo e não o mais genial dos compositores barrocos de toda a história. Ouço Precious Joy e imagino um Bach americano e preto e não alemão e branco a tocar vibrafone e não órgão. De facto o disco foi gravado em 1973 mas podia perfeitamente ter sido ontem. Ou amanhã.

Conciliando brilhantemente duas linguagens aparentemente inconciliáveis – o jazz e a música erudita, The Modern Jazz Quartet consegue criar uma nova forma de expressão musical. É claro que eles não são os únicos músicos de jazz a fazerem incursões no território da música clássica. Basta lembrar as excelentes interpretações de Keith Jarreth de Mozart. Mas aqui o MJQ dá um passo mais além: é que, sendo excelentes, as interpretações de Jarreth não são muito diferentes da interpretação de outros músicos de formação clássica. Ouvimos os concertos para piano de Mozart ou as variações Goldberg de Bach, interpretadas por Jarreth, e a linguagem é clássica. Não sabemos, a não ser que nos digam, que é um músico de jazz que está a tocar. Mas a interpretação de Bach do MJQ é feita na linguagem jazz e não na linguagem clássica. É nesse sentido que – podendo gostar-se ou não – o MJQ vai mais além que tudo o que foi feito neste domínio.

Mas apesar dos intérpretes serem tão heterodoxos sente-se que é ainda Bach que estamos a ouvir. E, como tudo o que é Bach, estas composiçõoes roçam a perfeição. Dir-se-ia que estas músicas não foram inventadas, mas descobertas. Simplesmente estavam lá e Bach limitou-se (!) a descobri-las. A música de Bach tem a simplicidade (ou a complexidade como se preferir) da matemática: quando somamos 2+2 o resultado é necessariamente 4 e não pode ser outro. E estas músicas têm a mesma consistência ontológica: não há na música de Bach notas a mais nem a menos. São aquelas porque, como na matemática, só podiam ser aquelas nem mais nem menos e nenhumas outras.

São assim os grandes génios, sinto o mesmo quando ouço Mozart, dá a impressão que estas músicas já existiam algures num eterno limbo Platónico e que estes génios foram lá acima descobri-las e recolhê-las para nossa felicidade. É também nisso que este disco é brillhante - apesar da apropriação criativa que fazem da música de Bach, os intérpretes respeitam os limites, não deixam que Bach seja um simples ponto de partida um motivo para desvarios e improvisos sem norte (às vezes isso irrita-me nalgum jazz). Não. Do princípio ao fim do disco eles têm sempre presente a música de Bach. E embora a interpretem à sua maneira, é o rigor, a perfeição e a matemática de Bach que ainda reconhecemos aqui.