29/01/09

Passarada dum raio, por Senhor Lord of the Flies

O caso que vou relatar não é novo, mas é eterno enquanto dura, como dizia o poetinha a propósito das erecções.

Dá-se então o caso de a ponte Rainha Santa Isabel, em Coimbra, ter umas barreiras transparentes com uns pássaros desenhados, que eu pensava que tinham meros propósitos cénicos. Olha que lindas andorinhas; deve ser uma homenagem às andorinhas de louça que as nossas avós e avôs mais apaneleirados penduravam nas paredes de suas casas - dizia eu para mim, sonhador, olhando nostalgicamente para as avezitas, quando por lá passava, enquanto chocava com as traseiras dos volvos em rota para carregar brita em Pombal. Muito fui eu a Santa Clara só para ver as andorinhas da ponte, caramba…

Afinal, soube agora, aquilo não são andorinhas, mas sim aves de rapina destinadas a espantar os passaritos, evitando que choquem com as barreiras. Ora aqui está: toda a gente sabe que os passaritos são demasiado espertos para serem enganados com desenhos. Aves de rapina mas é o tanasdávó! - pensam eles - aquilo alí à frente são é grafites! Bute lá esborrachar as nossas cabeças, malta penosa! Banzaaaai! E pumbas, é assim que muitas lá falecem, indo-se acolher no regaço do São Francisco de Assis. As crentes. As agnósticas ou adeptas do União de Coimbra são simplesmente depositadas no aterro sanitário municipal ou recolhidas para fritadas pelo pessoal do Hotel da Quinta das Lágrimas, ali ao lado, sobretudo para servir a malta que vai lá jogar golfe e almoçar no restaurante, os patos.
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Mas assim ou assado, o facto é que esta mortandade passaral aborreceu algumas associações ambientalistas – de pessoas que se associam para se aborrecer com coisas destas, precisamente - e a Câmara Municipal, motivando reclamações junto da empresa Estradas de Portugal, EP, responsável pela ponte e por desenhar pássaros nas pontes, as propriamente ditas obras de arte das infra-estruturas rodoviárias. Que a coisa não funciona como devia, patati, patata, piupiupiu quáquáquá.

A resposta da empresa pública foi caros senhores, em referência à exposição tantos, temos a informar que nem aquela area está classificada como area protegida, nem aqueles pássaros correspondem a espécies protegidas ou têm algum estatuto de conservação, do que se conclui que os pássaros não têm nada que se queixar, porque a lei não os autoriza a tal atrevimento e aliás aliás nem morrem assim tantos como eles alegam. Ou seja, em rigor e nos termos da lei não há nenhuma diferença entre pedras de granizo e as cabeças destes pássaros rafeiros. Desenhar pássaros nos painéis já foi um zelo excessivo de um homossexual que nós aqui temos amante dos pássaros, se não resulta, não resulta, paciência, a bem da nação, obrigados e sem mais de momento, com os melhores cumprimentos.

Portanto, os pássaros que não pertencem ao Country Club nem têm anilha de brasão, se ninguém o fizer por eles, devem eles próprios acautelar-se preenchendo e entregando um formulário, requerendo pela sua saudinha que sejam dignos de protecção, enquanto vão ao outro lado da ponte buscar minhocas para os seus pobres filhinhos que aguardam no ninho. Ó filhos, vós sois mais que as mães e a gente não dá conta da papelada e olhem lá, morrendo muitos de vocês, talvez a gente vos carimbe com o estatuto de aves raras e se safem vão lá à vossa vida. Assim como há senhoras e mulheres, há aves e há pássaros. Olha, se por exemplo fosse o Pato Donald a dar lá com os cornos, era um valha-me deus de conflitos diplomáticos com a Casa Branca.

Bom, a bem da verdade, que ainda vou a tempo, a irmandade dos Lords of The Bridges também diz, no final do mesmo comunicado, num arroubo de caridade transbordante, que vai ver o que pode fazer pelos animais e fala em monitorização, avaliação da necessidade de reforço de medidas, quaquaqua. O que deve ter sido uma revolução epistemological que merece a admiração geral da Nação. Isto de decidir de repente coisas que não estão previstas em directivas comunitárias e diplomas publicados em Diário da República não está ao alcance de qualquer um, não está não.

Mas ó senhores, até eu, eu que quebrei algumas tibias de passaritos em puto com alguns costelos armados nos pinhais das gândaras e que, por isso, só a salto e de noite devo chegar ao Céu, eu que até comi gaivota (sabe a papel canelado, se bem me lembro), fiquei, como dizer, mais tonto com tudo isto do que se tivesse marrado com a cabeça num pilar da ponte ornitófoba. Compreendeis o que quero dizer, ou quereis um regulamento comunitário para esclarecer?

27/01/09

Ó Tio, Ó Tio!, por Tiro Liro

O 24 Horas brindou-nos hoje com uma das capas mais hilariantes da história do jornalismo recente. O Porco não podia deixar de a imortalizar. Essa que aí podem apreciar.

Estas notícias chegam na sequência das comprometedoras revelações do tio do ingenheiro socrates, a propósito do caso Freeport. Ele é o tio, o primo, até a própria mãe do primeiro ministro se pronuncia sobre o tio Júlio nas páginas do jornal. Afirmam eles que o tio sofre de uma doença neurológica, que «tem sombras no cérebro», «que se esquece das coisas», que «tem células destruídas pela doença» e que «as faltas de memória têm-se agravado». «Já nem o reconheço», diz a própria mãe de socrates a propósito do tio Júlio. À escala europeia é um estranho e inédito caso jornalístico: a família de um primeiro ministro, pasme-se, vem em peso para as páginas de um tablóide falar das mazelas mentais dos seus membros e das simpatias do clã!

Percebe-se o sentido implícito desta fabulosa primeira página, percebe-se até a sua pertinência jornalística. O primeiro ministro está literalmente acossado no caso Freeport e as declarações prestadas pelo tio, só vieram afundá-lo ainda mais. Portanto o sub-entendido destas notícias é claro, é como se nos dissessem: «não liguem ao homem que ele não anda muito bem da cabeça e não sabe muito bem o que diz». Trata-se de uma óbvia descredibilização do testemunho do tio Júlio, embora, do meu ponto de vista, se esteja a ir um pouco longe demais, ao envolver a família nisto...

No entanto eu quero dizer aqui que acredito inteiramente no testemunho da família do primeiro ministro. É até absolutamente plausível que o tio de socrates tenha problemas de memória. Nem sequer é novidade na família. Então não foi o nosso primeiro que, quando lhe perguntaram quem eram os professores do célebre curso de ingenharia tirado num mês de Agosto na Independente, declarou que não se lembrava? Só o professor Morais do Inglês-Técnico foi professor de 4-cadeiras-4. Mas socrates não tinha qualquer lembrança... Claro, deviam ser as tais «sombras no cérebro» a atacar... E quando lhe perguntaram sobre os colegas, também não se lembrava de nenhum... Normal: «células destruídas». Ainda recentemente socrates foi chamado à atenção por fumar a bordo de um avião depois de, ele próprio, ter aprovado a lei que o proibia. Outra falha de memória, certamente. Pelos vistos o mal de memória não é exclusivo do tio Júlio. Deve ser um cromossoma maligno que ataca toda a família.

26/01/09

Da Maria Absoluta e doutros insectos, por Cão

Somos um país de insectos. Como insectos, somos esmagáveis com uma facilidade de chinelada. Vem a imagem lepidóptera (mais a ver com traças do que com borboletas) da tragicomédia em que esta terra se volveu.´
É o tremendo sr. Sócrates a requerer a “Maria Absoluta”, essa gaja tenebrosa.
É o inenarrável sr. Madail, ao arrepio das finanças nacionais, a encomendar o Mundial da Bola 2018, depois do fartote pato-bravo que foi o Euro 2004.
É a “benesse” ético-coisital dos casamentos gay (com adopção ou sem adoção de meninos?).
É o desbocado sr. Policarpo, cuja religião não permite sacerdotisas, a dizer aos papás que livrem as filhas de casamentos com aquela maltosa que passa férias em Guantánamo.(E já que a crónica mete o Cardeal ao barulho, pegue-se na Bíblia, encontre-se o Livro dos Provérbios e leia-se este apotegma: “Por três coisas se alvoroça a terra, e a quarta não a pode suportar: pelo servo, quando reina; pelo tolo, quando anda farto de pão; pela mulher aborrecida, quando casa; e pela serva, quando fica herdeira da sua senhora.”.)
A “senhora” em causa é, claro, a Maria Absoluta. O “tolo” é quem casa com ela.
Assim andam e desandam as coisas cá pelo “reino cadaveroso”. A canalhada mandante é vil. A desvergonha atinge foros de paroxismo. O saque é geral. A perspectiva é nula. A expectativa é magra. O “poder local” deveria levar “h” depois do “p”. O bacalhau sabe a tainha. O vinho das cooperativas é todo igual ao litro. E a traça nunca será borboleta.
Agora, que o meu leitor volte a cabeça de repente e para cima: vê? É o chinelo.

Crónica nº 87 da série Rosário Breve (O Ribatejo, www.oribatejo.pt)

22/01/09

AÇORES, BALEIAS E A TIA HORTÊNSIA, por AzimutePerdido


De Onde Se Bate Nos Açores, Salvo O Devido Respeito Pelo Ilhas E Pelo JNAS.

Hoje tropecei numa publicidade de cartaz aos Açores onde se vê o logótipo do turismo açoreano, salvo erro da Direcção Regional de Turismo. Ao lado da palavra Açores aparece uma flor, mais concretamente uma Hortênsia estilizada, se é que se pode estilizar tal mostrengo averdongado. E fiquei a matutar no quão errado aquilo me parecia.

É que o raio da flor pouco ou nada tem de apelativo. Os Açores no imaginário da malta é mar, é meros – se é que os nossos amigos do Catilinário ainda deixaram algum para amostra -, Açores é bicheza marítima e é sobretudo cachalotes e baleias. O imaginário turístico açoriano deve viver do mar, do café sport, do paredão da Horta, da vida anterior à volta da baleia e sobretudo da baleia e da sua observação. Para ver flores há milhentos sítios melhores por esse mundo fora. Ah, o cartaz fala depois do azul das baleias. Abelha.

Porque raio é que o símbolo base dos Açores e o logótipo do seu turismo não é uma baleia. Enorme. Gigante. Azul. Um colosso a descobrir antes que os jipónicos e os noruegos as comam a todas. Esse devia ser o símbolo dos Açores. Um animal, poderoso, mítico, raro e inatingível.

Atão mas alguém vai aos Açores ver as florinhas?. A malta quer é ver baleias, gordas, luzidias, jurássicas. Meter florinhas, quando têm à mão um dos ícones mais poderosos da criação é o mesmo que vender o Kénia com a floração das buganvílias e o Kruger Park com a beleza estonteante dos jacarandás. Ora vejam lá se o Allgarbe não se vende com as mamas das lontras inglesas. Ou andam lá a meter a flor da alfarrobeira?

Ainda por cima uma Hortênsia. Mas que raio de cabecinha chama Hortênsia a uma flor, e porque não Gertrudes ou Hermengarda? E a malta dos Azores eleva a Hortênsia à categoria de máxima representante e figura de proa da região. Quanto a mim mal. Eu dos Azores quero as Baleias. Faraónicas e dinossáuricas. Belas e livres como nenhum outro bicho. Hortênsia é tia afastada e a cheirar a bolas de naftalina.

21/01/09

SÓCRATES, UM POPULISTA DEMENTE, por AzimutePerdido


Mundial 2018?, Valha-nos Deus E O Diabo!


O inefável Sr Engº Gilberto Madaíl – não há frio ou tumba que o tombe -, veio agora anunciar que, depois de falar com o outro Sr Engº, Sócrates de seu nome, Portugal irá tentar sacar o Mundial 2018.


Obviamente, lá se sucederam os anúncios: que é bom para Portugal, que Portugal só irá lucrar, que não se irá gastar muito, etc, etc. Esta gente de memória curta e inteligência mais curta ainda, esquece-se de que já anunciaram o mesmo com o Euro 2004, que encheu este país de Estádios idiotas e desertos, alguns dos quais rentabilizados com casamentos e baptizados.


Ontem veio e bem, o Sr Dr Ministro das Finanças Teixeira dos Santos dizer que: a ver vamos, não é prioritário, há outras coisas, se calhar nim, que ninguém falou com ele, etc coiso e tal. Ou seja, estejam mas é quietinhos que em primeiro há que arranjar dinheiro para mandar cantar o ceguinho e depois se sobrar dá-se uma moedita ao habilidoso da bola.


Temos assim que Sócrates saltou e pulou e garantiu ao Madaíl. Do outro lado Teixeira dos Santos de nada sabe e nega-se à esbórnia: olhe lá doutor engenheiro e coiso, que isto é bocadito mais carote que a Independente.


Hoje ou amanhã, um dos dois irá arrepiar caminho. Vale uma garrafita? Eu aposto que é o Teixeira que vai torcer. E Vocês?

19/01/09

DEXTER, UM ASSASSINO INCÓMODO, por DervicheRodopiante

Dexter Morgan é um Assassino. Arrepiante como nenhum. E é também uma série televisiva como há poucas. Falamos obviamente da divisão de um Seinfeld ou do Sopranos. De culto e imortal. A coisa passa no canal FX da Tv Cabo, com licença da palavra, e julgo que tem andado a passar também na RTP 2. No FX da ZON, de novo com licença da palavra, vai começar a passar no próximo dia 28 a Terceira Temporada. Para quem quiser ver a Primeira e a Segunda tenho lá em CD. A generalidade das alminhas podem ir à Net em download através do Shareminer ou em torrents através do Pirate Bay, que têm lá tudo.

A série tem como protagonista o próprio Dexter, assassino e Serial Killer. O homem mata e mata muito. À superfície o homem é um polícia, um perito de sangues, seja lá o que isso for, e um analista de laboratório. Crime Scenes Expert como eles dizem. Pelo meio tropeça em bandalhos que a policia não consegue deitar a mão, ou bandalhos que ele próprio escava. E mata. Como só ele. Com requinte e muito, muito plástico.

A coisa começa logo a deslumbrar no genérico inicial. É fabuloso. Os fazedores de tal maravilha jogam com a música típica dos filmes de terror e suspense e criam uma sucessão de imagens que nos levam ao engano e que afinal se revelam do mais inocente que pode haver. O que abre logo para o tom da série. É que o Dexter sendo serial killer é também o herói e o bom da fita.

É um homem que por via de umas cenas muito graves na infância - não digo mais para não estragar -, não consegue sentir nada. Nem empatia, nem amor, nem nada por ninguém. É um vazio absoluto que não chora, não ri e não sente. Nunca sentiu a necessidade de se divertir, de espraiar ou de namorar. Sexo?, idem aspas, aspas. Quando o homem começa a namorar, fá-lo por necessidade de integração e normalização social e nada pede nem avança com a namorada, porque simplesmente não sabe nem quer.

A cena em que a namorada, agradecida, desce sobre a cadeira onde o homem está e lhe faz um Blow Job – Serviço De Sopro em português -, é uma cena de antologia. Nada se vê, é claro, a não ser a expressão de espanto, alguma satisfação e sobretudo, um reconhecimento: ah, então é isto, hum…, não é que seja mau, é esquisito, mas também já me fizeram coisas piores, prontos está bem, ela parece saber o que faz e desde que não se aleije, eu não a vou contrariar. Só visto. Uma interpretação fora de série do actor Michael C. Hall que o protagoniza e que faz também a voz do narrador, que é o próprio Dexter dentro de cuja cabeça estamos em permanência. Os pensamentos e as dúvidas da personagem são-nos colocados a nós também.

Na série, Dexter mata de forma certeira e infalível. Deus Ex Machina. Nunca se engana. E numa cedência clara ao politicamente correcto somos sempre esclarecidos da culpabilidade do facínora a assassinar. Mas a série é do menos digerível que pode haver e provocou ondas de indignação por toda a América. Mata-se ali com fartura e com muito sangue à mistura. E sobretudo, a série é completamente imprevisível, com reviravoltas constantes no enredo. Os diálogos são do melhorio. Há personagens extraordinárias como só numa série destas poderia haver. Uma coisa de culto.

Pelo meio há sangue inocente. Como sempre e o Dexter – apesar do papel de Deus ex-machina -, não consegue evitar que alguém inocente morra, e que morram até inocentes do seu interesse. Não é ele que os mata, mas a morte deles cai que nem ginjas. E o ginjal do Dexter é grande comó catano. Dia 28, prendam uma âncora no pé, não desistam à primeira esguichadela. Peguem em cereals e sigam o serial. Firmes e hirtos. Dêem-lhe uma oportunidade e vão ver que não conseguem arredar a olheira. Porque matar é do mais humano que pode haver.

15/01/09

Higiene, coentros e maduro, por Cão

Pergunta-me um amigo se vi pela TV a entrevista do primeiro-ministro. Disse-lhe que não. Não vi por uma questão de higiene. Mental. Minha. Muito minha e muito mental. Não vi. Não quero saber. Não sou um jornalista ao serviço dele. Nem dele nem de ninguém.
À hora da dita entrevista, estava eu em casa muito sossegadinho a ler o meu dicionário da Porto Editora, escrito ainda sem a porcaria ortográfica pró-brasuca que aí vem. “Higiene mental: ramo da higiene destinado a manter a saúde mental e a assegurar a profilaxia das neuroses e das psicoses, combatendo os factores nocivos (excessos de tabaco, choques emocionais, intoxicações, alcoolismo, etc.)”. Tirando a parte do alcoolismo, percebi tudo.
Como não rimo “jornalista” com “acólito”, não assisti, nem de joelhos nem de cócoras, à tal entrevista. Tinham-me dado uma rica garrafa de tinto maduro, a mulher tinha trazido broa e bacalhau desfiado, num frasco de vidro grosso havia azeitonas perfumadas de alho e coentros em sal também grosso. Comemos e bebemos à saúde um da outra. Nem ela nem eu vimos a entrevista do senhor. Não vimos. Cheira-me que também não vamos ver a próxima.
A minha mulher também é muito higiénica. Por dentro e por fora. Foi uma riqueza que me aconteceu, a minha senhora. Às vezes, estamos na cama e rimo-nos muito. Eu digo o nome de um ministro (um qualquer) e ela desata-se a rir, contagiando-me irreversível e inelutavelmente. Depois, ela diz o nome de outro (outro qualquer) e eu desmancho-me, contagiando-a inelutável e irreversivelmente. De modo que somos felizes assim, felizes com a desgraça dos outros portugueses que já não se riem. Podia dar-nos para pior.
O amor é assim: nenhuma TV e um fio aromático de coentros cortando a espuma roxa de um tinto para esquecer.

Crónica nº 85 da série Rosário Breve
nO Ribatejo (www.oribatejo.pt) de 9/1/09

14/01/09

Nem Bom Vento nem Bom Casamento, por Mau Mé Mé

O cardeal patriarca de Lisboa D. José Policarpo avisou ontem as mulheres portuguesas para terem «Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano - disse D. José - pensem, pensem muito seriamente. É meterem-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam.»

Hoje as organizações muçulmanas sempre muito indignadas com as discriminações quando estas se passam nos países não muçulmanos e praticamente omissas quando coisas bem mais graves ocorrem nos seus países de origem, já vieram a terreiro expressar a sua «justa indignação». Parece que exigem justificações ao patriarca por ter dito o que disse...

Mas é preciso justificar o quê? As organizações muçulmanas ignoram a forma como as mulheres são tratadas nos países muçulmanos de referência, como a Arábia Saudita, pátria das cidades santas e da polícia religiosa? Em que país muçulmano é que os direitos das mulheres são reconhecidos? No Paquistão das agressões com ácido sem punição? No Irão da sharia? Na Nigéria dos apedrejeamentos públicos? Mesmo no ocidental Dubai onde os usos e costumes limitam a liberdade das mulheres? É claro que uma mulher portuguesa que case com um muçulmano e que se veja na eminência de ir viver com ele para o seu país de origem, só por ignorância pode ignorar a alhada onde se vai meter. E como a ignorância abunda no nosso país fez muito bem D. Policarpo em avisar as incautas.

É certo que os muçulmanos, de um modo geral, são gente tão decente como qualquer outra. Mas D. José limita-se a fazer um aviso, não diz que condena todo e qualquer casamento com muçulmanos.

É também verdade que a mesma coisa ganha uma ressonânca completamente diferente se for dita pelo comum mortal ou por um cardeal patriarca da Igreja. Mas o cardeal de Lisboa não é mulá de ninguém: é representante dos cristãos e não dos muçulmanos e deve preocupar-se com aqueles e não com estes. Porque sabe dos «molhos de bróculos» de que fala, avisou directamente as mulheres a quem se dirigia na ocasião. Quem tem que avisar os homens muçulmanos para pensarem duas vezes antes de se casarem com mulheres portugueses, se for caso disso, são os mulàs. O cardeal preocupou-se com quem devia: com as mulheres portugueses para quem falou e não com os homens muçulmanos. E o que ele disse é de uma clareza linear. Importam-se, pois, de parar com a barulheira que está a ser feita por causa disto?

No Pic uma bela muçulmana envergando o fato de banho da moda lá do sítio: o burquini.

13/01/09

Viva o Nosso Menino, Pá, por Capitão Mouro

Ontem o Crespiano Ronaldo ganhou o prémio do melhor jogador de bola do mundo de 2008. Parabéns, o prémio é, de facto, relevante.Pessoalmente não estou de acordo que o ronaldo seja o melhor jogador de futebol do mundo. Messi é para mim o melhor seja em 2008, em 2009, em 2010 ou em 2014. É de outra galáxia e prontos.

Para celebrar o evento a RTP resolveu dedicar praticamente toda a programação de ontem ao crespiano. A sport tv idem aspas. Quando zapei pela sport tv estava lá um rapaz vestido com uma camisola roxa que, percebi com o decorrer da conversa, marcava presença na qualidade de «amigalhaço» do ronaldo. O rapaz da camisola roxa estava a gozar os seus 15 minutos de fama e estava muito contente por ser amigo do crespiano. O pivot do programa ria-se muito e na altura em que zapei para fugir dali, mais ou menos 2 minutos depois de ter começado a ver aquilo, estavam a falar das alcunhas de infância do cristiano. Um mimo!

Entretanto a RTP fazia um prós e contras - supostamente o grande programa de debate da nação do regime - acerca do tema. Aguentei cerca de 5 minutos de inanidades. O programa entretanto prolongou-se das 23 à 1 da noite, segundo a programação publicada no jornal. Mas o que é que há para debater? A nação não tem mais nada com que se entreter que não seja passar três horas mandar hossanas a um jogador de futebol?

Para além do mais a qualidade dos intervenientes e da moderadora do programa, nos cinco minutos de que me apercebi, foi deprimente. Quando liguei estava a falar um ex treinador de futebol que ficou famoso no mundo do pontapé na chincha por ter descido de divisão duas equipas na mesma época. Acho que o apelido do homem ia a Campos e é por isso que no futebol toda a gente o conhece por Campas. Olhó Campas, disse eu e fiquei a ouvi-lo. O Campas perorava alegremente sobre a qualidade técnico-tática-atlético-física do nosso crespinao. Desenvolvia uma tese sobre a velocidade de pensamento e de decisão do ronaldo que parece que é uma espécie de professor chibanga porque, segundo o campas, ainda a bola não lhe chegou e ele já tem soluções e mais não sei o quê. O campas fazia questão de advertir os espectadores que agora falava «enquanto treinador» estatuto que ninguém lhe reconhece. Depois concluiu com chave de ouro, dizendo que «são as crianças quem mais gosta do cristinao».

Nesse ponto a moderadora, a fátima parreira, que tinha passado o tempo a ver como é que havia de cortar a palavra ao campas que não parava mais de falar, resolveu fazer uma das suas inteligentes intervenções: «as crianças e as mulheres... As mulheres também gostam muito do nosso ronaldo». E desenvolveu a sua inteligente observação. Entretanto a realização do programa, em cima do lance, deu-nos logo uns planos da assitência onde algumas mulheres ostentavam um sorrisinho maroto. A fatima carreira reparou e comentou a malandrice das senhoras que levaram a coisa para outro lado. Um espectáculo!

Estávamos nisto quando a câmara focou outra sumidade, um senhor anafado, com um ar muito importante que também queria intervir, a propósito. Era o sr. laurentino dias, secretário de estado do desporto. Disse o dias, com um ar muito grave como se estivesse a comentar a guerra israelo-palestiniana, que as mulheres apreciam muito o cristiano, mas de entre estas queria salientar as grandes mulheres da vida do atleta, as que sempre o acompanharam e que são as suas primeiras fãs. A Nereida, a merche ou qualquer outra actriz italiana, inglesa ou ucraniana? Não senhor. A mãe e as irmãs. Essas sim é que são as mulheres da vida dele. Acho que o laurentino arrancou aplausos da assistência e a fátima carrapato aplaudiu também. Quer dizer, como diria o ronaldo, aqui «eu acho que penso que deve ter sido assim» porque não aguentei mais esta pobreza franciscana e desliguei a televisão. Já é mau que a televisão pública tenha tirado o dia para tecer loas ao crestiano, mas porra, se o queriam fazer podiam tê-lo feito de uma forma melhor do que juntar estas sumidades epô-las a perorar num programa chamdo prós e contras durante três horas! E assim vai o país do regime. Amanhã há fado. E prá semana fátima outra vez.

12/01/09

Animar a malta é o que faz, por Cão

Com algum atraso, aqui se publica o melhor texto que eu já li sobre a recente falta colectiva da rapaziada do Parlamento a uma sessão que ocorreu a uma sexta feira véspera de fim de semana prolongado. Saiu em www.oribatejo.pt:


Animar a malta é o que faz.


Telmo Correia, CDS-PP, falta.
Teresa Vasconcelos Caeiro, CDS-PP, falta.
Honório Novo, PCP, falta.
Fátima Pimenta, PS, ausência em missão parlamentar (AMP).
Hortense Martins, PS, AMP.
João Soares, PS, AMP.
José Vera Jardim, PS, AMP.
Maximiano Martins, PS, AMP.
Joaquim Couto, PS, falta.
Marta Rebelo, PS, falta.
Mota Andrade, PS, falta.
Paula Nobre de Deus, PS, falta.
Maria Manuel Oliveira, PS, falta justificada por doença.
Duarte Pacheco, PSD, AMP.
José Freire Antunes, PSD, AMP.
José Luís Arnaut, PSD, AMP.
Mendes Bota, PSD, AMP.
Mota Amaral, PSD, AMP.
Agostinho Branquinho, PSD, falta.
António Almeida Henriques, PSD, falta.
António Montalvão Machado, PSD, falta.
Carlos Páscoa Gonçalves, PSD, falta.
Duarte Lima, PSD, falta.
Henrique Rocha de Freitas, PSD, falta.
Jorge Costa, PSD, falta.
Jorge Neto, PSD, falta.
Jorge Pereira, PSD, falta.
Jorge Varanda, PSD, falta.
José de Matos Correia, PSD, falta.
Miguel Frasquilho, PSD, falta.
Pedro Santana Lopes, PSD, falta.
Rui Gomes da Silva, PSD, falta.
Virgílio Almeida Costa, PSD, falta.

Mas a mim não me fazem falta nenhuma, eu seja ceguinho.

09/01/09

MONICA ROCCAFORTE, A SUBMISSÃO AUSENTE, por Porco&Mundo

Porque O Meu Mundo Não É Deste Reino

Parte QUATRO - It (Almost) Never Hurts To Show Respect

Com Igreja e os Carabinieri no encalço, Salieri viu-se obrigado a adiar a estreia de três outros filmes com a Monica, que também eram filmados em monumentos nacionais. Dois deles permanecem por estrear e um deles, o Capodanno In Casa Curiello, só veio a ser estreado depois em 2002, porque foi filmado à falsa fé num teatro napolitano. Dos outros dois, nada mais se sabe do que sua ausência, o que leva os fans ao desespero.

Mas se a Igreja não perdoa, Salieri também não. No ano seguinte, em 1999 e também com a Monica, Salieri volta a filmar gente aparamentada e à desfilada, com metáforas e tudo, no Il Ritorno Di Don Tonino. E logo em 2000 estreia o Infierno, também com a Monica. E a submissão ausente continuou.

Em 2001, cinco anos depois de começar e vinte e um filmes depois, dois na Private e 19 na Salieri, a Monica abandona a carreira horizontal e retira-se com o marido, Franco Roccaforte (Teodulo Cabrera Reyes), um gigante africano da Venezuela, também porn star. Tinha então 23 anos. Nunca mais se soube da cachopa. Um dos newsgroups onde se andou fala da família a criar filhos em Santiago, no Chile, mas não há certezas. Para a história do porno ficam ainda outros clássicos da Monica como o “Casino” de 2001 e o “Cacciatore Di Taglie” de 1999.

Pelo meio ficaram famosas as cenas da criada do “Fuga Dell`Albânia” e a cena da cozinha com Robert Malone (que muitos confundem com o próprio Salieri, erradamente) do La Famiglia (aka, Cosas de Casa). Segundo consta e nos termos do contrato benfiquista com Salieri, a Monica ainda lhe deve uma data de filmes, mas a Diva está-se nas tintas para o contrato benfiquista. O Salieri e a mulher espumam, mas nada podem fazer. Como é que raio é que se pode meter em tribunal uma Diva com uma aura e uma clientela daquelas. Pelas boas ou pelas más razões, Salieri ficou sossegado e deixou a Monica em paz. Resquiat In Peace. Bem o merece.

Mostrando alguma má consciência para com a Diva, Salieri veio a usar fotografias da mesma em duas capas de dois filmes, que nem um pezinho da menina têm. Falamos do Il Mostro Della Autoestrada e do Stavros 2. Vigarice imperdoável que os newsgroups de fans apelidam de pecado mortal. Num dos últimos catálogos da Salieri Entertainment era anunciado aos fans, que a Diva regressaria em 2004. Afinal, parece que não. Salieri não devia usar em vão o nome da senhora.

Já a sua esposa, Nicky Ranieri, abusou também ao referir-se à Diva nos seguintes termos: “we were seriously angry because Monica shows lack of motivation”. E eu abusei também, ao colocar esta questão num fórum italiano de adoração da Diva. Recebi logo um cristalino: “It (almost) never hurts to show respect”, e zás, fui excluído de participar.

Voltando ao Il Confessionale, o mais engraçado é que no filme o Padre é castigado com muito mais severidade, do que a aquela com a que a Santa Madre Igreja castiga muitos dos seus próprios fornicadores. E a desconsagração da Igreja de San Vincenzo e a anulação dos seus actos religiosos é coisa que não lembrava ao Inominado. A coisa foi reparada com a reconsagração de San Vincenzo pelo Bispo de Marsi, Lúcio Renna, que certamente também viu o filme, porque nestas coisas tem que se observar de perto o Diabo. Como nós.


(Uma Parte V, será?, a ver vamos se resultam algumas provocações deixadas em newsgroups italianos)

Viva o Magalhães, por Fã do Magalhães

Andaram por aí umas vozes porcinas, antigamente, a malhar no Magalhães, o computador portátil do povo lançado pelo Nosso Primeiro com grande pompa. Que era copiado, que não é bem português, que a Intel não sei quantos, que isto e aquilo e aqueloutro, disseram os amargurados dos costume, neste blog e um pouco por toda a parte.

Ora se há exemplo de sucesso a realçar neste país, o Magalhães deve ser justamente um deles, e se o Nosso Primeiro não insistisse na estupidez do TGV até poderia eventualmente contar com o meu voto só por causa deste grande ovo de colombo informático, que já está a começar a conquistar o mundo.

Português ou não, o facto e que a engenhoca é cá produzida e é de cá exportada, e as exportações dirigem-se sobretudo para países em vias desenvolvimento, mercado estratégico e acertado para o pequeno portátil português. Que é simples, é barato, é útil, é inspirador e dá milhões.Viva o Magalhães!

Nesta retórica geral estridente de crise e drama, também é terapêutico realçar boas notícias:

«Venda de "Magalhães" à Líbia prestes a ser fechada, Equador também interessado

O acordo para a venda de computadores "Magalhães" para a Líbia deverá ser fechado "a qualquer momento", disse hoje o administrador da JP Sá Couto, adiantando que as negociações com o Equador estão também numa fase avançada.

"O acordo com a Líbia pode ser fechado a qualquer momento", referiu o administrador da empresa que produz o "Magalhães", João Paulo Sá Couto, referindo que poderão ser vendidos "entre um a dois milhões" de computadores.

À lista de 11 países interessados no portátil juntou-se também o Equador, disse hoje João Paulo Sá Couto, escusando-se a avançar números para a nova encomenda, mas referindo que as negociações, que estão "bastante avançadas" e poderão estar concluídas "dentro de dois a três meses".

Em Outubro, o administrador JP Sá Couto afirmou que a empresa de Matosinhos estava a desenvolver contactos com 11 países para a exportação do portátil - Moçambique, Angola, Líbia, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Bélgica, Luxemburgo, Hungria, Roménia, Macau e Cabo Verde - estando Angola e Líbia na linha da frente das negociações.

A Venezuela já comprou um milhão de "Magalhães", que serão distribuídos gratuitamente nas escolas do país.»

Lido hoje em Ciência Hoje

MONICA ROCAFFORTE, A SUBMISSÃO AUSENTE, por Porco&Mundo

"Porque O Meu Mundo Não É Deste Reino"

Parte TRÊS – Il Confessionale


Depois desse misterioso Casting, a incomodidade da cachopinha com o poderoso mundo da Private deverá ter continuado. É que logo de seguida à feitura do filho único do “Weekend In Bologna”, a menina abandona a Private e muda-se de armas e bagagens para a Salieri Entertainment. Ao que consta o monstro barbudo do Mário Salieri – outra enguia difícil de biografar – maravilhou-se com umas fotografias da Monica tiradas pelo fotógrafo Gianni De Palma e voa expressamente de Roma para Bologna onde “rapta” a Monica e a convence a assinar um contrato benfiquista. Exclusivo e Eterno. Daí em diante a nossa menina apenas filmará sob a batuta do Salieri, que a toma debaixo da sua asa e a torna uma das suas musas.

Ainda em 1998, em Roma, Salieri fará com Monica quatro filmes: Sacro e Profano, Fuga Dell`Albânia, La Famiglia (aka, Cosas de Casa) e o famoso Il Confessionale.

O Il Confessionale (O Confessionário, por cá e pela mão da Negro & Azul) é o filme que guindou Monica à fama e a colocou na boca do mundo e nas garras da Igreja. Sim, a partir de agora a coisa desce ao sagrado. Profanado. Quem for rato de sacristia que fuja.

O filme não tem grande história, contando-se a coisa de forma rápida. Há um Padre (Joe Calzone – Jean-Yves) que cai em tentação e usa a sua influência junto dos pais e das paroquianas para lhes dar a conhecer o caminho da luz, que em regra passa pela sua braguilha. Há freiras madalenas pré-arrependimento e há mães que só tarde perceberam o que queria o Calzone com o vinde a mim as criancinhas. Crescidotas. Comá Monica, que o demoníaco Padre afinfa no meio da Igreja e com um altar em fundo. O engraçado é que desde logo se percebe que a Igreja é verdadeira, nada de cenário interior, the real thing.

Salieri, que é bicho que não brinca em serviço pagou bem a um Padre verdadeiro para usar a sua Igreja sagrada nas filmagens demoníacas. O bom do Padre fez bom uso do vil metal e certamente reparou o telhado do templo. Quem não tem telhados de vidro que atire a primeira pedra!

Assim, quer no genérico inicial, em que aparece a frontaria da Igreja, quer nas subsequentes acções pecaminosas em que aparece o altar ao fundo e a nave da sacrossanta casa, certo é que se percebe que aquela é uma verdadeira casa do senhor e que alguém vendeu o templo.

A Igreja romana também o percebeu e logo após a estreia do filme, pôs os Carabinieri no encalço de Salieri, do Calzone e da Monica que foram detidos, identificados e instados a revelar a localização da Igreja. Salieri, aproveitou o escândalo, nada revelou – tal como os outros por si industriados – e cavalgou a onda apocalíptica na imprensa italiana, qual besta de João, o alucinado. Apesar do no filme existir alguma moral, já que no final o Padre é exonerado e excomungado, nada deteve a fúria e a força da casa de Pedro. Os Carabinieri andaram meses e meses a investigar, mas nada conseguiram.

Por fim, a coisa descobriu-se. Um paroquiano alugou o filme num vídeo local – o maldito vai ter contas a prestar, o grande porco, ou alugou o filme para ajoelhar? -, e reconheceu a Igreja de San Vincenzo, da aldeola a seguir à sua, a aldeia de Gioia dei Marsi, nos arredores de Roma. Identificada a casa de Deus, a Santa Igreja nada quis saber de dar a outra face, ou de acolher os perdidos ou sequer de perdoar aos pecadores e desconsagrou a Igreja, declarando-a profanada e proclamando que qualquer casamento ou baptizado posterior a 1998 era considerado nulo. T`arrenego Satanás, longe vai o paraíso perdido!

Dirão vocês que o Tapor está a inventar. É certo que si non é vero é bene trovato e o Tapor é conhecido por publicar a lenda, mesmo quando a história estorva. O próprio postador, quando descobriu isto nos newsgroups ficou duvidoso e viu-se obrigado a mover céu e terra para confirmar a coisa. E confirmou-se. E se meterem Igreja Di San Vincenzo no google logo verão a luz. E mais, o raio do Código Canónico diz mesmo aquilo: todas as cerimónias "celebradas após um acto escandaloso, grave e contrário à santidade do local pressupõem sua profanação" e não têm validade sob os olhos da Igreja Católica. Dá-lhes Falâncio!

O coitado do Padre, de nome Paolo Ferrini, chamado a contas, veio declarar que desconhecia que iam usar a casa do senhor para actos similares à procriação com fins lucrativos e luxuriosos e que estava inocente. Ao que sabia, os heréticos queriam filmar um casamento. E de facto, há um casamento e uma noiva no fim do filme, mas a malvada despe-se e incorre em dois ou três pecados capitais. Com o sotainas e na sacristia. O inocente do Ferrini devia ser cego e surdo, que a noiva faz um escarcéu do diabo!

Inocentes não estavam o Salieri, nem a Mónica ou o Jean-Yves, que foram formalmente acusados de calúnia, difamação e profanação. Mais uma via sacra de publicidade gratuita para o Salieri e o Il Confessionale, que passou a vender como papos secos.

Mónica é a estrela principal do filme e cultivou aqui o seu estilo base. A húngara de olhos azuis e estilo bem nutrido, apresenta-se sempre de ar ausente, como se o assunto que ali decorre não fosse com ela. Ao contrário, da generalidade das outras porn star que gemem e fazem esgares próximos da apoplexia, a Mónica não vai nem vem, está. O rapaz que faça lá o serviço a que veio, que se desembrulhe e se despache.

Lembram-se da anedota da cachopinha que come uns tremoços ao mesmo tempo?, pois é por aí. É um estilo inconfundível que gerou adeptos. Nos newsgroups e forums, os fans falam de “Slow Burning Passion” e de “She Is Built For Comfort, Not For Speed”. Right. Uma espécie de Dolce Farniente. Ou como alvitrou um fã italiano: "Serenità di Madonna". Em português, Comer Tremoços.


(Continua na Parte QUATRO - It (Almost) Never Hurts To Show Respect)

O Regresso do Tinoni, por Cão

Já nem sequer digo todos os blogs, mas todas as vidas: é sempre preciso que o Tinoni dentro de nós regresse.

Os utentes do Tapor que não tenham andado a estragar o futuro em certo liceu coim-cabrão entre 1979 e 1982 pode ser que se não apercebam da gravidade feliz desta coisa: O Regresso do Tinoni. Pode ser que não. Mas fazem mal, mesmo não sabendo o que (não) fazem.

O Tinoni é muito importante já não digo em todas as vidas, mas em todos os blogs. Assim como o Pilas é importante no Choupal e em Vale de Canas a espreitar os lolós dos gajos que se escondem nos tufos de arvoredo a exercitar a ginástica sueca do filme do Ribeirinho (mas sem Vasco Santana e com gaja), o Tinoni é importante por ser de Febres e estar na Lousã (mais propriamente no Talasnal, secção de brocas, a seguir aonde morava o Jeremias da Encarnação).

O Tinoni não é apenas Aquele que lê os Cinco e prefere os Sete. Não. O Tinoni é um gajo que se astrebe a escrever Blyton com agá a seguir ao tê, o que demonstra sem rebuço nem apelo mas agravo o quanto aquelas leituras pedófilas lhe deformaram os ossos, o carácter e a capacidade de dizer se vai chover ou não.

A última vez que todos vimos o Tinoni vivo não era o Tinoni, era a namorada dele, uma gaja que aparece em todos os filmes do Fellini.

Do Fellini porque o Tinoni gosta muito de Itália e de coisas italianas com mais de 2000 anos como o Manoel de Oliveira, que foi para lá jogar no Torino, aquele do desastre de avião no dia 4 de Maio de 1949, quando Manoel e a squadra voltavam de Lisboa após desafio com outro desastre, o Benfica.

Em suma, o Tinoni é muito importante já não digo para as nossas vidas nem para os blogs, mas para o Talasnal, que é onde tem estado desde o liceu, incluindo o tempo do liceu.

Outra coisa que o torna imprescindível é o arroz de frango. Vocês sabem porquê.

08/01/09

As minhas leituras de 2008, por Tinoni

Então, aqui vai.

Policiais: Há aí um confrade que torce o nariz quando digo que passo a maior parte do ano a ler policiais. Quero lá saber. É da maneira que sei distinguir entre os sintomas do arsénico e do ricino e tu não.

Da P.D. James, o “Pecado Original” e o “O Farol”. A P.D. James devia ser canonizada e está tudo dito.

Da Patricia Cornwell, policiais versão bata branca, deixei a meio “A Ilha dos Cães”. Noutros anos lia muito a autora e deliciava-me com as autópsias (ao contrário da nossa ilustre convidada Theresa). Depois, fartei-me com os interlúdios cada vez maiores dos problemas pessoas da doutora.

Raymond Chandler, “Um Longo Adeus”, um clássico maior do Noir americano, com aquele detective, o Marlowe, não sei se já ouviram falar, um que faz de Bogart. Um confrade uma vez fez aqui uma paródia do género, que saiu bem catita.

Simenon, vários e sempre a rodar. Querem simenons, tenho cá muitos. O maior dos gajos que escrevem histórias de policias e ladrões do rarissimo género “policia com mulher que o espera em casa com o ratatouille na mesa a fumegar”. Trabalhava no Quai des Orfévres e bebia imperiais no Dauphine.

Ainda no género policial, a Enid Blython e “Os Cinco Voltam à Ilha”. Só para experimentar como seria ler isto outra vez. Não perguntem. Bom, é uma daquelas edições velhinhas que toda a gente com mais de 40 anos conhece. Mas os meus preferidos sempre foram Os Sete, não me lembro já porque razão.

Já não me lembro se li algum Conan Doyle. Quando me esquecer quem era o assassino no “O Cão dos Baskerville”, volto a lê-lo.

E mais um ano sem ler o Le Carré. Desde que acabaram as suas crónicas da Guerra Fria, com aquele tango magnífico de espiões e diplomatas em Bona, Londres e Moscovo, que o tipo não me interessa. Parece que agora anda a denunciar multinacionais do medicamento. Seca…

Na mesma onda, do Graham Greene comecei a ler o “Agente Secreto”, mas a tradução era tão má (a encomenda do crime foi da “Empresa Nacional de Publicidade”, editora que já nem existe), que desisti à página 20, por aí.

Coloquei dois Lagardéres, do Paul Féval, em cima da mesinha de cabeceira, ainda o ano não tinha acabado. Para reler este ano que corre. Vamos a ver como envelheceu a coisa. Tenho medo, muito medo. Mas tenho a certeza de que os cachopos leriam com mais proveito moral as aventuras do Lagardére do que “Os Cinco”, onde deixam miúdos piquenos passar sozinhos uma noite numa ilha deserta.

E um “Aventuras de Rocambole”, do Poison du Terrail, também li e nem sei que vos diga. É um daqueles personagens que criam um adjectivo (o termo rocambolesco vem daí) Só lido, só lido… Encontrei numa chafarica de velharias, comprei e não me arrependo. Também, pelo preço…

Importa dizer que as edições que tenho destes dois últimos são, pelo menos, um prazer para os olhos. As ilustrações, os tipos de letra… uma delicia.

Na mesma mesa ao lado da cama, onde vão pousando estes todos, tem residência mais permanente o “Poesia do Século XX”, do Jorge de Sena. Como tenho um bocado de dificuldade em perceber de poesia e de poetas, ando a aprender e tenho o Jorge de Sena como bom professor. Olhem, por exemplo, o Novalis era maluco.

Quem adora e percebe de rimalhada é o nosso Daniel Abrunheiro, de quem li o Terminação do Anjo. Diz o Mangas, num post lá em baixo, que ele “escreve como se confeccionasse iguarias raras” e está muito certo.

O Daniel iria achar piada ao Fernando Lopes Graça no seu já muito distante “Disto e Daquilo”, uma catilinária daquelas à antiga, que resultavam em ameaças de duelo à bengalada no Chiado (hilariantes as crónicas dele dirigidas ao pobre do compositor Ruy Coelho). O Graça era mau como as cobras, sinceramente. Mas este já não me lembro se o li em 2007 ou 2008.

Ou o Artur Portela Filho e vários dos seus volumes de “A Funda”, crónica sócio-politica da sociedade recreativa portuguesa dos anos imediatamente antes do 25 de Abril de 1974, que eu encontrei onde achei o Rocambole e que vou lendo.

Falando nisso, ainda no sector arqueologia, li o Saldanha Sanches e o seu “MRPP, instrumento da Contra-Revolução”. Na altura, era já o “renegado” Saldanha Sanches. Tempos divertidos. “Li”, é uma forma de dizer: fui saltando páginas à procura de nomes: “sera que o gajo fala do Barroso?” E tal. O resto é tralha.

Sector Curiosidades: comprei um livro de um tal Alexei Tolstoi e só depois de me dei conta de que Tolstoys são como Silvas na Rússia... enfim, como Sequeiras. Confundi com o outro Tolstoy, o Leon. Pra lá está intacto, que eu só leio as obras do verdadeiro Canone Ocidental.

Como o Dostoyewsky, falando em russos, de que li o “Sonho de um homem ridiculo”. Não é exactamente o “Crime e Castigo” (que deixei a meio há três anos, mais ou menos), mas é o Dostoy (gajos perturbados da mona pobres de jó a cirandar pra cima e pra baixo nas margens do Nevsky).

E voltei a ler o “Três Homens num Bote” do J.K. Jerome, um clássico vitoriano de humor inglês. Já esteve mais frescote, mas ainda se consome…

Fui lendo também no ano que passou o famoso “Meu Filho, Meu Tesouro” do Benjamim Spock, (“Baby and Child Care”, no original) o manual “oficial” de puericultura do fim dos anos 40 do século passado, nos States, que alguns por lá já disseram ter provocado os hippies e a bandalheira geral nos sixties (que, graças a Deus, não chegou cá). Sopinha e muito carinho para os meninos.

Voltando aos portugueses, reli o Eça de Queiroz: “A Ilustre Casa de Ramires” e “O Crime do Padre Amaro”. Estamos falando, portanto, na fase saloia do Eça, a que há que acrescentar “A Cidade e as Serras”, o tal da canjinha a fumegar em Tormes.

Conrad, Joseph, “Mocidade”. Quereis tirar a carta de Patrão de Alto Mar? Lede primeiro este livrinho. O Conrad era ainda mais passado dos cornos do que o Novalis, aquele lá de cima.

Cendras, Blaise, “Rum”, cinco páginas, por ora.

O’Flaherty, Liam, “O Denunciante”: Ser bufo é feio e, na Irlanda, actividade perigosa.

Camilo Castelo Branco – “Memórias do Cárcere”, “O Bem e o Mal” e a “A Queda de Um Anjo”, com o meu herói Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda.

Ainda no género Portugal Pitoresco, mas no subgénero Ó Malhão, Malhão, o Aquilino Ribeiro, com o “Malhadinhas” e “Terras do Demo”. Espero ler este ano o “Casa Grande de Romarigães”.

E li mais um bocadinho do “Assassinos da Beira - Novos Apontamentos para a História Contemporânea”, edição de 1890, da autoria de Joaquim Martins de Carvalho, redactor do Conimbricense, com dedicatória manuscrita do autor ao prezado amigo Dr. Simões de Castro. Uma preciosidade, portanto, que se entretanto não se acabar de desfazer fará a fortuna do meu filho. Denúncia das aventuras do cacique assassino João Brandão e seu bando pelas terras da Beira, quase em tempo real. Verdadeiro jornalismo de investigação e de denúncia e repositório de curiosidades várias da animada vida politica naqueles tempos.

E, finalmente, por pouco, poucochinho que não lia o “Arte da Guerra”, do Sun Tzu, uma edição que saiu num jornal ou revista qualquer. Mas entretanto tive de ir aquecer o arroz de frango ao miúdo e ficou lá esquecido em cima da mesa. A ver se não passa deste ano. Depois digo.

Parece que li um porradão de livros, mas a verdade é que de vários ainda só li metade, ou três quartos, ou um terço, ou menos ainda. O “ainda” é optimismo alucinado relativamente a algumas e determinadas situações.

P.S. espero que saia a fotografiazinha com o texto...

07/01/09

MONICA ROCCAFORTE, A SUBMISSÃO AUSENTE, por Porco&Mundo

Porque O Meu Mundo Não É Deste Reino
Parte DOIS – O Desabotoar Do Casaquinho Amarelo

Mas o Tapor, quando estuda e escava vai ao fundo e descobre qualquer cidade perdida. Assim, após aturada investigação, dezenas de horas na net, das wikipédias, aos fan sites, dos blogs marados aos doidinhos de todo, dos sites de fans italianos apaixonados aos húngaros diabólicos, após dezenas de fóruns e newsgroups, alguns de onde o autor foi expulso logo que levantou legitimas questões, aqui fica a postagem sobre a novel menina, Monica Roccaforte, uma das maiores porn stars europeias de sempre. Um caso sério de popularidade em Itália. Uma Autêntica Diva.

A biografia da Monica Roccaforte é o exemplo claro de como vivemos num mundo globalizado. Uma menina Húngara é descoberta num casting em Budapeste pelo Francês Woodman ao serviço da multinacional Sueca Private, que a leva para Itália, onde faz uma carreira fulgurante e estrondosa e onde conhece outra porn star, o Venezuelano Franco Roccaforte, com quem casa, retirando-se então ambos para o Chile onde criam os filhos.

Apesar da curta carreira, ou se calhar por causa dela, a Monica Roccaforte criou um verdadeira legião de fans e o culto à volta das suas performances atinge um verdadeiro fanatismo purista. Nos newgroups de fans onde o Tapor se foi obrigado a inscrever para penetrar e escavar, impera uma verdadeira religião de adoração da menina, que não tolera qualquer heresia. No mais informativo destes antros de adoração, um newsgroup da Yahoo, depois do copy past geral, levantei a questão de um suposto “booby-job” que tinha ouvido falar e tunga, fiquei a falar sozinho no hiper-espaço, excluído no segundo imediato. Foi gente desta que defumou presunto herege nas fogueiras públicas. Torquemada vive ainda. Está escondido nos newsgroups de fans da Rocca. E dá-lhe Forte.

O primeiro grande segredo sobre a vida da Monica Roccaforte é o seu verdadeiro nome. Sabemos que é de nacionalidade húngara e que foi descoberta pelo Pierre Woodman em Budapeste, em 1997, ao serviço da Private. Mas, nada mais do que isso. Nem a Private, nem a Salieri Entertainment que a “raptou” e muito menos o seu site oficial, nenhum deles revela o nome da Senhora. Adoptou o nome profissional de Monica e o nome de Roccaforte quando se casou com o venezuelano por quem se apaixonou. Mesmo os groupies mais fanáticos não sabem ao certo o verdadeiro nome da Senhora. O IADF, o ISEEK e o IMDB falam de vários nomes: Sandra, Jolan, Jenny, mas certo certo, só sabemos o que é revelado pela própria no Private Casting Nº 18, quando desabotoa o famoso casaquinho amarelo e responde ao franciú dizendo que se chama Szilvia, isto tanto quanto se percebe.

A menina Szilvia, nasce na Hungria, em 1978 (fala-se de 14/01/1978, mas parece que só o ano é certo, embora também se fale de 1971), pelo que conta hoje com 30 anos. Nasceu no seio de uma família de classe média e obtém o diploma numa escola comercial de import-export, após o que inicia uma actividade de foto-modelo. É no âmbito desta actividade que responde aos anúncios de modelos fotográficos para a Private. Em 1997 com 19 anos comparece no casting de Pierre Woodman em Budapeste.

No vídeo do casting – Private Casting X 30, ou Casting 30 -, percebe-se a incomodidade da menina perante o poderoso mundo multinacional que a Private lhe apresenta nas revistas desfolhadas. Contudo, certo é que o casaquinho amarelo é desabotoado e segue-se o contrato com a Private. Estranhamente, depois da desabotoadela não há visionamento da ensaboadela tradicional do porco francês. O Casting 30 termina com o photo shoot e prossegue com imagens do primeiro filme da Monica para a Private, o “Weekend In Bologna” (Private Gaya 3, também de 1997). Não existe, a aplicação do dedo milagroso que tanto afamou o Pierre. A menina assinou, mas não facilitou com o tal ponto g de ciência certa. E isto é tanto mais estranho quanto os famosos Castings se traduzem sempre no afiambrar da Castingada. A Monica escrevinhou mas recusou-se a ir ao castingo.

(Continua na Parte TRÊS – Il Confessionale, e na Parte QUATRO - It (Almost) Never Hurts To Show Respect)

MONICA ROCCAFORTE, A SUBMISSÃO AUSENTE, por Porco&Mundo

"Porque O Meu Mundo Não É Deste Reino".
Parte UM - Mistério Sério

Antes de mais um ponto de ordem. O Tapor não faz porno, nem publica posts porno. Para isso, há todo um outro mundo por essa net afora. O Tapor faz posts sobre o mundo porno, que é coisa radicalmente diferente. Portanto, as alminhas que andam para aí salivar, bem podem arrepiar caminho e arder noutro inferno, que a coisa aqui é séria. Estudiosa, investigadora e séria, muito séria.

De todo o modo e à laia de aviso a algumas almas penadas que possam andar aqui ao engano aqui fica o aviso: Deixai Toda A Esperança, Vós Que Entrais, Que Para Lá Destas Portas Só Há Maldição, Monica e Profanação!

O segundo ponto de ordem, resulta do facto que este é o segundo Post Porno de encomenda. Excepção feita à encomenda vinda dos Açores sobre a Marilyn Chambers, na tiragem anterior foi sempre respeitada a liberdade criativa do artista. Mas aqui, na boa da Monica a coisa foi encomendada, quase ordenada. Embora o animal da encomenda se tivesse enganado e referido à porn star do Fuga Dell`Albânia, que no caso não é a Monica, mas sim a francesa Karen Lancaume, certo é que a Monica não seria para vir para aqui desde já. A coisa está demasiado fresca e a história não se consegue fazer em cima da batalha. Há muita poeira ainda no ar e o cheiro a pólvora está muito fresco. Mas adiante, nenhum arqueólogo trabalha sobre condições ideais. Vamos a ela. E por partes, quatro mais precisamente.

Isto posto, importa também esclarecer desde já que esta menina é difícil. Muito difícil. Até agora e sobre as figuras do mundo porno que o Tapor se debruçou – à excepção da Melissa Melendez -, existe toda uma abundância de dados que se torna fácil biografar a porn star em questão e escolher a matéria com maior interesse. Em primeiro, tal deriva do facto de a maioria das porn star terem carreiras longas e compridas o que avoluma a matéria em circulação na net. Por outro lado, a maioria delas é americana e os Américas nestas coisa não brincam em serviço. Em último lugar, uma porn star é a última das pessoas a cultivar a privacidade ou esconder o que quer que seja. Que diabo, uma pessoa disposta a expor as suas partes pudendas a uma objectiva tamanho gigante colocada a poucos centímetros, dificilmente se preocupará com questões de privacidade. Pois com a nossa menina nada disto é assim.

A carreira de Monica Roccaforte é fugaz, cometa mesmo, sem trocadilho ou metáfora. Em 1997 é descoberta pelo Porco francês do Pierre Woodman - já aqui biografado -, e 18 filmes depois em 2001 a menina está retirada, casada e a criar os filhos. Se compararmos com os 1600 filmes do Holmes ou os 1800 do Siffredi, já verão uma diferençazita. Depois, a menina é europeia e pouco ou nada penetrou – sem gozo ou trocadilho, factual -, no mercado americano, já que estes pudicos da treta boicotam a Salieri Entertainment. Por último, a Senhora reteve ao máximo toda e qualquer informação pessoal. O seu próprio site oficial, ainda activo, que disponibiliza toda a sua criação artística, nada diz sobre o seu nome verdadeiro ou a sua biografia. Zero. Sigilo Absoluto. Incomum e incrível numa porn star. Mistério sério.

(Continua na parte Dois)

06/01/09

PR: abreviatura de praga? por Sumo Pontífice

Para que serve um Presidente da República? Quanto gastamos com ele e com tudo que lhe é inerente? E, na prática, o que garante ele? Estaríamos pior se ele não existisse? A democracia ficaria um caos? Estaríamos endividados? Com pior qualidade de vida? Os combustíveis estariam mais caros? O governo estaria a fazer pior (como se isso fosse possível)? Os deputados faltariam à generalidade das sessões? Não haveria alguém para cortar fitas e presidir a actos solenes? Não se levantaria uma palavra para criticar as injustiças quotidianas? A Banca e os patrões mandariam no país? Ah, aquilo dos Açores, pois… cá me parecia que faltava qualquer coisa.

Recentemente, com a solenidade de quem come um belo bolo-rei, o PR (abreviatura carinhosa) promulgou o diploma acerca da avaliação dos professores. Muito bem. Não havia qualquer problema legal, tudo certo. Mas, pensemos, é para isto que os diplomas vão ao senhor? Politicamente, não tem uma palavra a dizer? Concorda, assina de cruz, recomenda, acha bem, força com isto cambada de malandros…? Nada. Nem um singelo ai.

Assim, de repente, parece que “as guerras” são compradas, mas com calculismo geométrico.
Perante uma contestação enorme no seu país, e debatendo-se uma questão tão sensível e fulcral para as pessoas das quais é presidente, o que faz o eleito? Com uma indolência e fleuma além fronteiras recomenda calma e “que se entendam”! Ponderou o decreto? Analisou a substância? Perspectivou as consequências? Concorda com a essência? Provavelmente engasgou-se com o bolo-rei: nem uma palavra. Para uma figura inane, de corpo presente, justifica-se essa carga que se abate sobre nós e que a pagamos bem cara? Juntando-se isto àqueles deputados todos que têm de trabalhar à sexta, estamos bem arranjados… Não sei se uma PRaga traria consequências tão nefastas…

05/01/09

Canileituras 2008 – por Cão

A pedido de várias famílias, aqui vai alguma da livralhada com que me cocei em 2008.

Janeiro

A coisa arrancou bem: Viagens com a Minha Tia, do grande Graham Greene, e Single & Single, do John le Carré. Fiz um stop nos Ingleses e fui ler poesia alemã traduzida pelo Professor Paulo Quintela: Poemas de Wolfgang Bächler (gajo que esteve em Coimbra, julgo que em 1977). Depois, voltei às leituras inglesas (de um volume excelentíssimo de Horror Stories: assim me chegaram os contos Mr. Pemberton’s Commission, de Freeman Wills Crofts), Who Killed Castelvetri, de Gilbert Frankau, e The Aluminium Dagger, de R. Austin Freeman. No meio disto, tempo ainda para Derrubar Árvores – uma imitação, do maluco do Thomas Bernhard. Janeiro passou-se assim.

Fevereiro

Foi um mês fixe também: The Glyston Sander, de Herbert Jenkins, Caramulo – crónica romanceada, de A. Passos Coelho (familiar do gajo do PSD que perdeu o PSD para a Nela Ferreira Leite), Fumo de Verão, peça do grande-grande Tennessee Williams, O Crocodilo que Voa, do Luiz Pacheco, e O Azul do Céu, do senhor Georges Bataille.

Março

Ora deixa cá ver alguma coisita de março-marçagão: A Honra de Israel Gow, de G. K. Chesterton, Vida Irónica, do Fialho de Almeida, Arsène Lupin in Prison, de Maurice Leblanc. E ainda uma releitura de BD que me é (sempre) preciosa: Matt Marriott em Rosas para a Irmã Eulália (história de James Edgar para o desenho insuperável de Tony Weare).

Abril

Águas mil etc. Maravilha: releituras de Ruy Belo, Aquele Grande Rio Eufrates, O Problema da Habitação – alguns aspectos, Boca Bilingue, Homem de Palavra(s), País Possível, Transporte no Tempo e A Margem da Alegria. Ainda inglesei um bocado com a Baroness Orezy: The Fenchurch Street Mistery.

Maio

Fiz 44 anos que me lixei. Mas li o gigante Henry James (O Desenho no Tapete), reli Ruy Belo (Toda a Terra e Despeço-me da Terra da Alegria), lacrimejei sem mariquices com O Mito dos Amores de Pedro-Inês no Florilégio da Poesia Europeia, de Carlos Mesquita e Melo, e fiz uma primeira leitura preparatória para um romanceco (mais um) que ando a ver se escrevo: Sãozinha, biografia da Florinha da Abrigada escrita pelo senhor Padre Oliveiros de Jesus Reis.

Junho

Peter Godfrey (A Mulher e o Dragão), F. Scott Fitzgerald (A Viagem da Velha Sucata), Waterloo (ed. Quidnovi), A Grande Leva e O Estranho Pastor (mais dois Marriott, nºs 1091 e 1082, respectivamente, do Mundo de Aventuras), e bastante inglesice: Peacock House, de Eden Philpotts, The Vanishing Diamond, de John Rode, Stanley Fleming’s Hallucination, de Ambrose Bierce, The Italian’s Story, de Catherine Crowe, The Ghost of Dorothy Dingley, de Daniel Defoe, e To Be Taken with a Grain of Salt, do senhor Charles Dickens. Nisto, Junho foi com o carago.

Julho

Pouca coisa: releitura do primeiro volume do Trabalho Poético de mestre Carlos de Oliveira, Bocage – sua Vida Histórica e Anedótica (compilação de Carlos José de Menezes), e uma tradução francesa do gajo que escreveu A Laranja Mecânica, o Anthony Burgess: Rome sous la Pluie.

Agosto

Do mês pimba, recordo a releitura do segundo volume do Trabalho Poético de mestre Carlos de Oliveira. Isso e A Saca de Orelhas, do maluco do Alexandre O’Neill.

Setembro

Maravilha: li finalmente 62/Modelo para Armar, do maravilhoso Julio Cortázar, reli uma BD muito bem esgalhada, A Ilha Misteriosa (F. Caprioli a partir de Jules Verne), e ainda The Phantom Coach, de Amelia B. Edwards, e Madame Crowe’s Ghost, de Sheridan Le Fanu, entre outras coisitas.

Outubro

Tudo nisto: um livro fabuloso do fabuloso António Osório, Casa das Sementes.

Novembro

Andei a ler devagarinho uma colectânea portuguesa organizada e anotada pelo Professor Rodrigues Lapa: Poetas do Século XVIII. Li uma velharia de propaganda colonialista (Angola, 1961) cá do quintal: Labaredas de Ódio, de Pedro Pires. Reli muito o meu Eça. E pouco mais.

Dezembro

O mês do filho-da-puta do pai-natal deu para reler o malogrado poeta Luís Miguel Nava (Películas), a Fotobiografia (Impossível) de Francisco Rodrigues Lobo, de Carlos Ascenso André, e as maravilhosas Jornadas em Portugal, de Antero de Figueiredo (tenho um exemplar de 1918 – e gosto muito de o ter).
Acabei o ano com o nº 198 da lindíssima Colecção Vampiro: Mundo de Paixões (versão portuguesa de End of Chapter, obra de Nicholas Blake, pseudónimo do poeta Cecil Day-Lewis, que foi em vida pai do actor Daniel Day-Lewis).

Não foi um ano mau. Este ano de 2008, comecei com Manuel de Seabra e António Osório. Mas disso falamos depois. Ão, ão.

Já não há bailes, por Cão

Nascer português e continuar a sê-lo a vida toda – é como casar repetidamente com raparigas pobres que repetidamente se nos desquitam. Digo: é uma insensatez voluntária, um solecismo autocapcioso, um, enfim, voluntarismo insensato.

Ultimamente, tenho-me sentido algo cansado de não ser espanhol. Ultimamente, no meu caso, significa trinta anos de decepção, que os primeiros catorze até nem me correram mal de todo. O País não reparou no excelentíssimo nadador e no genial xadrezista que eu era para ter começado a ser aos doze anos. A Pátria não quis saber do pianista que, às mãos ambas, estive em casa para ser, só por causa de uma vez em que acertei quatro marteladas num xilofone de lata.

Mas é que, logo em menino, vi porrada entre grandes à porta de bailes esquentados pelo vinho, pela sexualidade e pela pobreza. Era em bairros que só coruscavam quando o sol perdia quilos. Um desses era o meu bairro. Havia bailes no Clube. Eu fui ver. Era a imitação de Inglaterra e de França. Já estavam mortos os Oliveiras e os Silvas da fundação pretibranca do Clube. Eu gostava da música: parecia-me de uma altura a que talvez fosse maravilhoso chegar sem martelar lata.
As raparigas apertavam-se em chitas de pechisbeque e eram de uma aura apenas desmentida pela pobreza dos sapatos, a escassez de unhas e a nulidade da ortoépia. Transitava dos lados do vento algum rumor de sardinhas queimadas pelo rubi do carvão. Um único plátano vicejava oxigénio, balia o sino coruscações brônzeas sobre tanta laicidade. Motorizadas cilindravam asmas tóxicas, à aproximação do mármore clúbeo sangrado a lâmpada e a bilheteira. Uma carrinha tinha trazido os amplificadores. Os vocalistas ladravam um inglês fonético maravilhoso. Os músicos bebiam ginja como toda a gente.
Havia baile e eu era menino. Houve meninos e eu já não bailo. Agora sou só português.

04/01/09

A Lista 2008 da Theresa

Isto da blogosgfera é do caraças! Como é tradição no Tapor deixámos aqui alguns posts das nossas leituras de 2008, umas linhas mais abaixo. Acontece que um dos livros referidos foi o Na Rota da Pimenta da autoria da historiadora T.S. Castelo Branco e, como tal, fiz-lhe uma nota na minha lista pessoal. Surpresa das surpresas, eis que a ilustre autora, veio aqui ao Porco agradecer a preferência, tendo ainda correspondido ao nosso desafio de nos mandar a sua lista de leituras de 2008. Assim fez nos comments do post que está lá em baixo da autoria do Adérito. É essa lista que agora o Porco tem a honra de aqui publicar com o nosso agradecimento à Theresa Schedel Castelo Branco. São boas sugestões para 2009. Ela aí vai, a lista e as palavras da Theresa:

«Na maioria por o tema me interessar, alguns, para ver se eram tão maus ou tão bons como se dizia. Romances recém-publicados, poucos. Espero. Quando me apetece ler o género, escolho entre os que tenho e, releio. Sou uma grande re-leitora.

História; Biografia e Memórias Históricas:
Peter S. Wells Die Schlacht im Teutoburger Wald (A batalha na floresta de Teutoburg trad. do Americano). Porque em Setembro de 2009 passam 2000 anos sobre uma das batalhas que mais influiram na configuração da Europa, e ainda hoje fascina os arqueólogos (local exacto da batalha?) e os interessados em história militar (que tipo de encontro?).

Ritter-Schaumburg Hermann, der Cherusker. Porque é outra tentativa de explicar a batalha de Teutoburg, focando o homem que comandou as tribus germanicas que aniquilaram as legiões de Varus.

Ruediger Safransky Romantik. Porque o romantismo é um movimento complexo e em meu caso ainda não bem entendido.

Sharon Ruston Romanticism idem.

Dorinda Outram O Iluminismo idem.

Otto v. Bismarck Gedanken und Erinnerungen. Porque é uma das grandes Memórias históricas e políticas e uma obra prima da literatura alemã.

François Hartog Le XIX siècle et l’Histoire. Porque o século XIX viu nascer a História como hoje a entendemos, e procuro sempre mais sobre esse tema.

Romance Histórico:
Robert Harris, Imperium. Porque tinha lido ‘Pompeia’ do mesmo autor, que achei magnífico, e esperava o mesmo deste seu último livro. Não me desiludiu. Cicero é uma figura de quem não me canso de querer saber mais. Não sei se gostaria dele como pessoa, não gosto de trocistas, mas tudo se perdoa a quem uma vez disse: “Quanto tempo aínda, Catilina….?”

Livros sobre Livros:
Bernard Pivot Le Mêtier de Lire
Porque gusto de livros sobre livros.

Nick Hornby The Complete Polyssylabic Spree Idem.

Pierre Bayard Como falar dos livros que não lemos Idem.

Hans Joachim Griep Geschichte des Lesens . - História da Leitura - porque a leitura é uma das maiores criações da humanidade.

Ensaios:
Myriam Cyr Letters of a Portuguese Nun
Porque gosto de enigmas históricos e literários, e este continua por resolver.

Jean d’Ormesson Qu’ai je donc fait? Porque a minha filha mo deu.

João Pedro George Couves e Alforrecas. Por curiosidade, E gostei. É desassombrado e invulgar.

Pierre Assouline Brèves de Bloc Le Nouveau âge de la conversation. Porque me estreei neste mundo dos blogues e me interessa ler sobre experiências de bloguistas. E estas são de monta.

Viagens:
Alfred Wallace A Narrative of Travels in the Amazon and Rio Negro 1863

Porque gosto de relatos de viagem de exploração.

Crime verdadeiro: Roberto Saviani Gomorra Porque os casos Mafia e Camorra me fascinam
e crime em ficção

John Le Carré Devo ter lido algum, porque leio todos os livros dele.

Michael Connelly The Closers Porque me afeiçoei ao detective Harry Bosch e o sigo com entusiasmo nas suas pesquisas.

Patrícia Cornwall Li mais que um dos seus livros, porque acho que ela criou uma investigadora inteligente e lógica. Mas salto os relatos de autopsia.

Stieg Larsson The Girl with the Dragon Tattoo. Porque li os entusiasticos comentários, e tive curiosidade de ver se era finalmente um best-seller que cumpria o prometido. É.

Livros “light”
Margarida Rebelo Pinto, Português Suave Porque queria saber “como na verdade era”.

Maria Roma, Espera por mim no Sal, Nina idem».

02/01/09

Ontem Fui à Baixa - parte III. O Santa, por Roger Moore

Ontem fui à Baixa. A meio do meu percurso entrei no velhinho Santa Cruz, como fazia dantes. O Santa sempre foi um ex-libris dos cafés da Baixa e é, ainda hoje, juntamente com o Nicola e a Briosa, que nunca apreciei, um dos raros resistentes ao extermínio decretado aos cafés pelas leis do consumismo e da (in)cultura dos novos tempos. Mas também o Santa está diferente.
É certo que o velho sr. X ainda lá trabalha, tão eterno como o próprio café. Mas a clientela, essa, mudou radicalmente. Nos guias turísticos o Santa Cruz aparece como um vestígio precioso da Coimbra ancestral, com os seus doutores, estudantes, artistas e intelectuais. Eu nunca conheci um tal Santa Cruz. O meu, onde há uns anos, antes de abrir o Ranhoso, eu tomava o café com o G. o D. e o P., era um sítio fumarento frequentado pelos empregados dos escritórios e dos bancos das proximidades, pelo pessoal da Câmara, por chulos e putas, expulsos do falido Internacional e por um gajo meio esquisito que lia revistas Gina enquanto tomava, placidamente, o seu cafezinho. Agora, engodados pelo Guias, os turistas vão ao Santa ao engano e não vêem nem estudantes, nem artistas, nem intelectuais, muito menos os chulos e as putas que os Guias, pudicamente, ignoraram.
Vêem, sim, outros turistas como eles, ingleses, franceses, espanhóis e japoneses que mandam vir Portos Rubys que não há em vez de cafés que há, mas vinte cêntimos mais caros do que quando eu frequentava o Santa. Os turistas entram no Santa para se verem a si próprios, nunca vi espelhos tão metaforicamente bem colocados num sítio como os das paredes do café Santa Cruz. Nós, os nativos, doutores, artistas, estudantes, empregados de escritório, da câmara e dos bancos, intelectuais, chulos e putas e leitores de Ginas públicas, há muito que saímos do Santa Cruz. Afinal, ali mesmo ao lado, é só passar a rua, há um óptimo indiano, onde antigamente era um restaurante conhecido, que tem o café vinte cêntimos mais barato. Tá cheio de portugueses, coimbrinhas de gema, topam-se à légua, o diabo do Indiano.

01/01/09

PUBLICIDADE - TÁ PARA BREVE, O REGRESSO DO VELHO SENHOR

É o regresso do velho senhor. Belo Zebu, o melhor crítico porno do Tapor, está em fase de conclusão do seu aturado trabalho de investigação acerca da artista seminal dos nossos tempos a actriz italiana, expoente máximo do período áureo do porno neo-barroco, Monica Roccaforte.

Depois de anos de investigação que passaram por sites da CIA e do FBI, fóruns de tarados sexuais e documentação vária, Zebu anunciou em plena mesa do Ranhoso, que «vai voltar às páginas do Porco». Depois de anos e anos de investigação, o seu trabalho está perto do fim. Não perca na próxima ou ainda durante esta semana no Tapor: Monica Rocca forte, o mito - donde vem? Para onde foi? E porque será que não aparece? Brevemente, aqui no Porco (pelo menos a julgar pelas promessas do Zebu mas sabe-se que o gajo nã é famoso por cumprir as suas promessas por isso a ver vamos como diz o outro...).