15/07/14

A minha Selecção do Mundial, por Mau Sete Um

O Mundial acabou e o Tapor também. O Tapor nem tanto, é um morto vivo que espera o final dos mundiais para cumprir, religiosamente, a obrigação de deixar aqui exposta a selecção dos melhores da competição. Então aí vai:

Guarda redes: Neuer  (Al). Este foi o ano dos guarda redes. Neuer merece o título do melhor porque fez grandes exibições, porque apresentou uma qualidade no jogo de pés de que nenhum outro se aproximou e porque foi o guarda redes indiscutível do campeão. Mas não escandalizaria nada que o título de melhor guarda redes fosse para Navas (CR) o principal responsável pelo feito monumental da sua selecção que foi mais longe do que lhe permitiria a sua capacidade.
Outros que estiveram em grande: Ochoa (Mex), Tim Howard (USA) e o careca da Argélia, não me lembro do nome.

Defesa direito - Quadrado (Col). Aqui faço uma adaptação porque Quadrado não foi lateral direito, mas jogou tão bem, só um pouco mais à frente que merece o destaque. Por outro lado a unanimidade Lahm (Al) não foi brilhante, embora tenha estado bem, e jogou uma parte da competição - sem destaque - a médio centro. Gostei do Lahm mas adaptava o Quadrado que tem que estar no onze. David Luís oscilou entre  o óptimo e o péssimo e Tiago Silva idem aspas.

Centrais - Hummels (Al) e Garay (Arg). Hummels porque é só o melhor central do mundo e foi. Garay destacou-se como o grande stopper que já conhecíamos, embora Boateng (Al), Vlaar e De Vrijj (Hol) tenham estado também em grande.

Defesa esquerdo -  Olebas (Grécia)... E não me venham dizer que a Grécia saiu demasiado cedo da prova. A Colômbia não foi muito mais longe e tem jogadores que merecem a inclusão neste onze. O que é certo é que, em todos os jogos que fez, Olebas destacou-se pela capacidade atlética, pelas resistência, pela constância nos vai e vem e tecnicamente não é nada mau.  Acho que é um jogador com um potencial fantástico e só pode estranhar este destaque quem não viu os seus jogos. Num nível muito próximo (e também não lhe assentaria mal o título de melhor defesa esquerdo) esteve Daley Blind (Hol).
Também gostei de Mena (Chile), Laíun (Mex), e Howedes (Al).

Médio defensivo - Shweinsteiger (al). Sou um admirador deste jogador. Tem uma capacidade física bestial e, com ele em campo, sem lesões, já se sabe que a equipa em que alinha é senhora daquele espaço fundamental no jogo. A exibição na final, onde sofreu como um Cristo com sucessivas entradas dos argentinos sem nunca ceder foi monstruosa.
A alternativa - e é uma pena deixá-lo de fora deste onze, tal a qualidade do mundial que fez - é Mascherano (arg) que prova assim que o Barcelona lhe desperdiça a carreira ao fazê-lo alinhar numa incompreensível posição de defesa central.Também gostei de Witsel (Bel).

Médio centro - Kroos (al). Apesar da final em que esteve abaixo. Mas a regularidade discreta que revelou durante toda a competição justifica o destaque. Como alternativas aponto Pogba e Matuidi (Fr) a coluna vertebral dos gauleses. Também gostei do careca dos states, Bradeley (Usa), um desperdício naquelas paragens que merece a Europa.

Médio ofensivo - James (Col). Exibiu-se num inesperado plano estratosférico que nunca logrou alcançar nem no porto nem no Mónaco. O que levanta a questão de saber porque é que este homem rendeu muito mais na selecção. Não que não se tivesse destacado nos clubes, mas a este nível? e melhor goleador? Fónix... Brian Ruiz (CR) também esteve muito bem.

Avançados - Robben (Hol), Muller (al) e Messi (arg). Robben foi, para mim, o melhor jogador do torneio e mereceu, mais que Messi, o título de Bola de Ouro. Mas a atribuição deste título a Messi também não é o escândalo que a imprensa ronaldista tuga quer fazer crer. É certo que Leo não esteve no seu máximo, mas, tirando Robben, não vejo mais ninguém que lhe pudesse arrebatar o título. Afinal Messi foi finalista e fez, nesse último jogo, quatro ou cinco jogadas geniais, duas delas com selo de golo. Excepção feita a Robben digam-me outro jogador que merecesse claramente o título de melhor jogador, mais que Messi...
Mas, voltando a Robben, o holandês merecia mais: fez o mesmo número de jogos que o argentino e foi genial mais vezes. Robben provou no Mundial que é, actualmente, o craque que mais se aproxima da genialidade de Messi, no caso da copa conseguindo, até, superá-lo.
Quanto a Muller foi o melhor ponta de lança do torneio, decisivo principalmente na primeira fase. Nunca joga mal porque quando as coisas não  lhe saem tão bem, luta sempre até cair para o lado.
Mas houve outros avançados que estiveram em grande: Alex Sanchez (chile), Neymar (Br), Di Maria (arg) - que só não está neste onze porque se lesionou e saiu demasiado cedo da competição - e Shuurle (al), arma secreta da competição.  Quanto aos avançados mais cómicos da competição não resisto a citar aqui a dupla BD da selecção brasileira: o Incrível Hulk e o Atacante Invisível (Fred).

O melhor treinador foi Low (al), um técnico competentíssimo de profile discreto. Gosto deste tipo de treinador, mais, muito mais que dos espalha-brasas. Low, como Guardiola, é um exemplo para todos. Muito bem também, o magistral Van Gaal (Hol), noutro registo.
Resta dizer que abominei o argentino Sabella que confirmou na final todos os predicados negativos que dele já se sabiam
- tinha jogadores para fazer mais na e fora da convocatória, escalonou mal a equipa várias vezes e foi um desastre nas substituições - sempre que mexeu na equipa esta piorou. Desde Mennotti, vá lá de Billardo, que a argentina tem os piores treinadores do mundo e este não foge à regra. Agora, para desperdiçarem definitivamente um jogador tão genial como Messi, só falta irem buscar para a selecção o inacreditável tata Martino, coveiro do melhor futebol das últimas décadas no Barcelona. Já se fala disso... E quanto ao «nosso» Filipão que é que se pode dizer quando o homem ainda não percebeu a magnitude do desastre a que conduziu o Brasil?