10/06/06

É Galo! por prof Galaró

Ontem, aqui pelo burgo conimbricense, choveu muito. Choveu bastante. Em cerca de meia hora, e após um trovão apocalíptico, o céu desabou em água. Em poucos minutos ficou tudo alagado.
A chuva causou estragos. Muitos estragos. Tectos que ruíram no centro comercial Dolce Vita inaugurado há poucos meses. É certo que a chuva foi muita, mas que diabo! No vizinho centro comercial Girassolum, também remodelado há poucos meses, rebentaram as condutas de escoamento de água e foi um alagamento total. Nas ruas, os escoadouros transbordaram e, no lugar onde antes houvera ribeiros e linhas de água, corriam agora as águas desenfreadas sobre os arruamentos construídos e asfaltados sobre as ribeiras entubadas. É muita galo!
Lembremos agora outrasperipécias da engenharia conimbricense:
- Nas obras do hospital pediátrico, reclamado há muito tempo como uma necessidade urgentíssima, encontraram-se linhas de água quando se escavavam as fundações,
- A enxurrada que arrastou e destruiu as esplanadas da zonda do Parque Pólis devido ao estreitamento inexplicável do leito do rio com as obras da nova ponte pedonal,
- As eternas e caríssimas obras de remodelação do convento de Santa-Clara-a-Velha que há anos e anos que se arrastam debatendo-se com os terrenos pantanosos e com o bombeamento de água que alaga o estaleiro das obras,
- Os diques das margens do Mondego que cederam aqui há uns anos causando prejuízos gravíssimos às gentes da Ereira,
- As correntes do rio Mondego que ameaçaram de ruína os alicerces da ponte da Portela obrigando a uma intervenção urgente para a construção de uma nova ponte,
- Como é que em Penacova, aqui perto, a ponte esteve mesmo encerrada,
- A dificuldade que os nossos engenheiros tiveram em fazer com os dois lances do tabuleiro da ponte Europa iniciados em cada uma das margens do rio se encontrassem ao meio conforme o projecto (e como é desejável em qualquer ponte normal), provocando gastos e atrasos que não foram imputados à responsabilidade de ninguém,

São muitos casos. Eu, que não acredito em coincidências, pergunto: é galo ? Ou são os nossos engenheiros que são mais engenheiros de sequeiro? Dão-se mal com a água, é? Ou a culpa é dos professores que faltavam às aulas de Matemática?

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