15/12/06

O Islão para Principiantes – 1: Não Agarrarás a Piça com a Mão Direita. Por Borat

Iniciamos hoje uma nova secção que visa esclarecer os leitores acerca de alguns assuntos relacionados com a religião islâmica. Vivemos sob a ameaça de um conflito civilizacional. Teme-se um confronto entre o Islão e a Cristandade. Nós, envergonhadamente cristãos, respeitamos na outra parte, assumida e orgulhosamente mussulmana, muito que não deveríamos respeitar. Por reverente ignorância. Para se entender o mundo de hoje, para perceber o fundamentalismo islâmico, é necessário conhecer os seus aspectos caricatos. Não são poucos. É quase tudo. O Islão é uma religião irracional e fanática, tribal e avessa à modernidade, inimiga do progresso e desrespeitadora dos outros, desprovida de alcance filosófico e profundidade teológica. Todavia, não se defende aqui que o conflito seja uma inevitabilidade, nem sequer se propõe a Cruzada. Esta atitude, praticada no passado e insensatamente proposta por muitos na actualidade, conduziria à perversidade de nos igualar ao nível do que repudiamos. O Cristianismo, como única religião Universal concebida pelo Homem, caracteriza-se pela sua capacidade de integrar o outro no que tem de válido, compreendê-lo, argumentar através da palavra e do exemplo, aquilo a que Roger Bacon chamava sermo potens, isto é, o poder do Verbo.
Posto isto, lembremos que o Islão não se fundamenta só no Corão, mas também na Suna, isto é, a Tradição, a memória da vida de Maomé, a compilação dos ditos atribuídos ao Profeta. O Corão e a Suna constituem a Charia, a Lei Islâmica.
Há inúmeras compilações da Suna, todas elas elaboradas entre os séculos IX e XII, que chegam a reunir mais de um milhão de ditos (Hadiths). Nem todas as recolhas são reconhecidas pelas autoridades clericais como autênticas, sendo todos dizeres avulsos, sem qualquer sistematização ou comentário. Uma das colectâneas mais conhecidas é a do sírio Sahih al Bukhari (século IX), que validou 7 000 dizeres. É aqui, neste conjunto desconexo de frases, que os crentes encontram as normas orientadoras da sua vida. De carácter jurídico e comportamental, modos de conduta e regras para o uso quotidiano, enfim, e em suma, os princípios orientadores da sua vida. Completamente idiotas, diga-se. Como esta:
«O Profeta disse: sempre que um de vocês urinar, não deve segurar o pénis ou limpar as suas partes íntimas com a mão direita.» (Hadith nº 156 do 4º livro de Bukhari). Isto é mais ou menos a Summa Theologica lá deles.

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