À primeira, quando a Sr.ª D. Profª. Doutora Maria de Lurdes Rodrigues afirmou que as decisões dos tribunais açorianos não tinham valor em Portugal, houve quem dissesse que era um lapso. Eu achei que era um sinal.À segunda, quando a mesma senhora viu a sua arbitrariedade contrariada por decisões judiciais, a propósito da repetição dos exames de Química do 12º ano que lhe retiraram razão e obrigaram à repetição dos exames por parte de alguns alunos, bem como a abertura extraordinária de vagas suplementares na Faculdade de Medicina, houve quem dissesse que era um contratempo. Eu achei que era uma confirmação. Esta senhora e a sua equipa desrespeitam a ordem jurídica. Acham a lei um obstáculo e os tribunais uma maçada.
Agora, os tribunais acabam de proferir uma sentença que não só contraria a interpretação do Ministério da Educação relativamente às famigeradas aulas de substituição, como fazem impor a lei, o Estatuto da Carreira Docente que este governo acha um obstáculo. Prova-se que o desrespeito pela lei e pelo Direito é uma forma de procedimento, é um modus faciendi quando a lei obsta à arbitrariedade e à prepotência. É como os cóbois.
O que me surpreende é que, no interior do jornal, ao se fazer o balanço da actividade governativa ministério a ministério, a jornalista Isabel Leiria (IL) fale de «mexidas» e «contestação» quando deveria falar de ilegalidades e prepotências. Surpreende-me que fale de «alterações» ao Estatuto quando não deveria ser subserviente e dizer desrespeito pelo Estatuto. Indigno-me que escreva «contestadas aulas de substituição» quando deveria dizer que as ditas aulas são ilegais, inúteis e desnecessárias, que o único propósito é tratar os professores como funcionários para assim tornar subserviente uma classe profissional. Por isso é que a Senhora Ministra mandou os professores ler poemas nas aulas porque, a darem aulas, o que seria útil, haveria lugar a remuneração extraordinária. É isto que os tribunais dizem. É bom que se conclua que a Sr.ª Ministra não está interessada nem na qualidade do ensino nem na ocupação dos tempos livres dos estudantes.
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