03/07/10

Villa, agente secreto do TGV, por Cão


De um golpe só, o avançado espanhol David Villa devolveu-nos à temida e temível realidade portuguesa com certeza. Mau golo para os espíritos pobres (quase todos nós), mas golo mau também para os pobres de espírito que nos desgovernam. Quero, com isto, jogar limpo: o desemprego voltou a existir, a in-ducação voltou a existir, as SCUT vão ser pagas pelo pagode e quanto ao pato-bravo TGV espere um bocadinho vomecê que já vê.

Eu cá nunca poria o Pepe de início. Está sem ritmo competitivo, um pouco à maneira dos desempregados de longa data, a quem não dão trabalho porque estão sem ritmo competitivo também. Mesmo assim, ele andam por aí projecções (encomendadas ao gosto do cliente, como todas) que garantem, mesmo assim, coisa de 34 por cento, apesar de tudo, ao PS. Já Miguel Relvas, praticamente sozinho, alcandora-se a 37 por cento. Mesmo assim – e apesar de Edro Assos Oelho. Eu cá, se fosse o professor Queiroz, punha o Relvas de início.
O Relvas e o Tony Carreira, que de vento em popa vai bolinando praças e praças de gastronomia e “cultura” locais. Dois pontas-de-lança à maneira, portanto. Os nove restantes da linha seriam: Moita Flores à baliza a dizer mal dos que bebem vinho, dupla central de desempregados ribatejanos previstos nos tais mesmo-assim-34-por-cento, defesa-direito um gato coxo de Almeirim, defesa-esquerdo um tabuleiro de Tomar. Meio-campo, Cavaco Silva à direita (claro) e a dizer que não pode ir ao enterro do Saramago porque está a jogar contra os espanhóis, Deco ao centro a perguntar como é que é o verso a seguir a “egrégios Avós” e o qu’é que quer dizer “egrégios”, e a médio-ala-esquerdo o João Baião para o seleccionado ser misto. Já vamos em oito. Com o Relvas e o Tony, dez. Falto eu. Mas só jogo se as portagens da SCUT só deixarem passar o Pepe, não o David Villa.

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