15/06/12

Um pouco de bom senso, por Obikwel

O governo anunciou que a classificação da disciplina de Educação Física vai deixar de contar para o apuramento da média final dos alunos, não entrando assim em linha de conta para a nota com que se candidatam ao ensino superior. Cumpre-se ma velha aspiração da generalidade da malta ligada ao tapor: todos estamos de acordo que a actual legislação que o Crato em boa hora vai rever é uma aberração que teve e tem custos graves para muitos jovens.

Podíamos ficar aqui a apresentar uma série de argumentos laterais para justificar esta medida do governo. Mas dou só um, o mais importante: BOM SENSO! É absurdo que um aluno fique de fora do curso que pretende seguir porque não sabe jogar futebol, não sabe fazer a espargata ou não é capaz de correr os 100 metros em  20 segundos. Seria a mesma coisa se decidissemos que agora a expressão musical ou a aptidão para o desenho deviam contar para a média. Não contam e bem.

EF é uma disciplina essencial que deve fazer parte do curriculo obrigatório do secundário? Sem dúvida. Deve contar para a média? NÃO! E bem podem os doutores da ginástica esforçarem-se com exercícios retóricos sobre a «transversalidade curricular» e o «analfabetismo motor» (sic) que nada disso anula o simples senso comum.

Na escolas deste país assiste-se frequentemente a estas duas perversões: ou a nota de ginástica é muito mais baixa que a da restante média do aluno; ou, pelo contrário, há profs de ginástica que compensam os alunos na nota para «não os prejudicarem». Nestes casos alunos que deviam ter 11 ou 12 a Ef têm 18 para poderem seguir o seu curso. Isto faz algum sentido?

Nos dois casos os profs de ginástica estão numa situação perversa, injusta e ingrata. Para evitar estes desvios que pervertem completamente a avaliação na disciplina o melhor que há a fazer é o que o actual governo decidiu: não conta. Aprovo e aplaudo esta medida.  Não tenho razões para estar contente com o actual ministro da educação. Mas nesta medida, por uma vez, vejo alguma da coerência que lhe notava antes de subir ao poder.

4 comentários:

Anónimo disse...

A culpa, a grande culpa, é dessa avantesma que dá pelo nome de professor de Ginástica!


Alquimista

Anónimo disse...

O gajo do lado esquerdo sim senhora, rapaz muito bem apessoado, será que não era possível colocar aqui o mail do jeitoso?

professor daquela coisa

Anónimo disse...

Atenção que o lóbi do fato treino já se está a mexer e a pressionar o crato para que recue...
Garanhão de Ginásio

HMO disse...

Porreiro, pá! Uma medida muito socrática. Eliminem-se de um sistema injusto tudo aquilo que, ao senso comum (para alguns, o "bom" senso), cheire a injustiça. De acordo, mas vamos mais longe, eliminando tudo o que tenha o mesmo cheiro: as notas do particular cheiram a esturro? Pois bem, servem apenas para o diploma do secundário, mas nada de acessos à universidade. Um professor dá uma nota 18 ou 10 a um aluno de média 14? Então, expurga-se essa nota. O que vocês dizem é que eliminar os sintomas vão curar a doença. Errado. Nem o aluno de 20 está mais vocacionado para medicina, nem o aluno de 10 a português o estará menos. E que dizer da injustiça de um aluno excelente ter uma gripe no dia do exame e ficar à porta da universidade por 0,1? É a vida? O que vocês defendem também eu, como prof. de EF, defendo. A diferença está no momento. E o momento é tudo. Defender o fascismo em 1973 ou em 1975 não é a mesma coisa. Fazer isto à EF, no país europeu com maior sedentarismo, é uma mensagem terrível à sociedade. Imagine-se o efeito a qualquer outra disciplina. Este estatuto de menoridade desta disciplina terá consequências bem mais latas. Que o vosso bom senso, a vossa reflexão, se encarregue de vos dizer quais, transportando-os para além do mero senso comum... Não foi a esta ligeireza que nos habituaram nos vossos posts!