Fosse isto um país a sério e um indivíduo destes estava a ser julgado. Mas neste país (?) ainda é promovido pela comunicação social em peso, numa evidente tentativa orquestrada de lhe criar uma nova imagem, desta vez a de grande intelectual, o que é, no mínimo, um insulto aos intelectuais. o pretexto desta vez, para parangonas no expresso e passagens em televisão e na rádio públicas é o espantoso livro que o novo filósofo editou sobre o tema da tortura. Ouvi esta personagem inenarrável a perorar na rádio pública e pasmei - que tinha não sei que tese («a minha tese», dizia ele) acerca da seguinte questão: como é que as pessoas esquecem os seus princípios e fazem coisas tão aberrantes e horrendas e inacreditáveis como a tortura? Como não me interessa a «tese» dele não ouvi a resposta e mudei de estação. Mas quero deixar umas sugestões para a capa do livro: têm em comum as personalidades notáveis que se distinguiram na luta contra tortura. Acho que, estas, ficavam a matar:
