14/10/05

Toque Vil, por Cão

Eu queria falar-vos sobremaneira e matosamente do pensamento social de Tocqueville, mas não sou capaz porque a minha colecção da Europa-América ficou em casa de um dos meus naufrágios matrimoniais.

Também gostaria de elucidar-vos sobre como afervento agriões em calda de batata acebolada, mas não vejo o praquê da coisa.

A verdade é que hoje é uma feira por acaso sexta. Ganhei alguns instantes matinais antecedendo os vossos fins-de-semana. Imaginei-vos bem, a braços com as vossas mãos.

De modo que, para a próxima, talvez Espinosa.

Ou Pauleta.

13/10/05

Mudanças, por Camões da Silva

Ando em mudanças. A minha vida cabe numa garagem!

12/10/05

Os erros clamorosos da (In) Justiça Judicial. Por Trauliteiro Haddock

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Ainda as eleições.

O porco anda entretido com voos intelectuais, mas surgiu-me uma preocupação muito terra a terra. A canalhada votante já reparou que o Valentim L., A Fátima Felgueiras, o Avelino Torres, o Isaltino e a Isabel Damasceno têm uma coisa em comum? São alvo de processos judiciais. Todos.

Destes só o Avelino não ganhou as eleições. Os outros ganharam quase todos com larga diferença sobre os seus concorrentes. Ou seja, os candidatos que andam a contas com a justiça ganharam as eleições.

Ora, tendo em conta que o povo é quem mais ordena, este facto quer dizer apenas que o povo não reconhece que a Justiça tenha alguma razão ao processar tais pessoas.

Os juízes são nomeados. Os autarcas são eleitos.

Há muito mais força e legitimidade na eleição de um autarca do que na nomeação de um juiz.

Nos states aqueles autarcas tinham de ser submetidos ao crivo de um promotor publico, eleito pelo povo. O que quer dizer que em princípio não seriam acusados de nada porque o povo não reconhecia legitimidade para acusação a tais autarcas “modelo” que ganham com larga diferença de votos!!!

Ora, vistas as coisas à luz desta crua realidade, que é a real, a justiça está a acusar autarcas modelo e dignos representantes do povo.

A justiça está a agir mal, o povo é quem mais ordena.

Ora analisem isto e digam o que pensam porque eu estou a pensar em ir para a Antártida, antes que derreta.

Histeria da Literatura Portuguesa (ou então, Porra Porra Porra Foda-se) , por Cão

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o goucha escreveu o em banho-manel
e o doces sem açúcar
ganhou a aposta aparece muito mais na tv
que o quitério
o lobantunes sofre muito e coça-se muito mais
é mais querido em israel do que o saramago
aquele cujo avô abraçava as árvores
vejam-me lá se isso é coisa que se faça
o herberto helder está desaparecido
desde que nasceu com a cabeça entre as mãos
no café gelo
aparado pelo lacinho-braboleta do baptista bastos
o abelaira escreve em falsetto
assim com dois tês parece apartamento
da ttorraltta não parece
mas a cidade das flores nem está mal
lisboa à italiana
com casais que mal copulavam
desatavam logo a falar de política
como nos pá-lopes
o problema é a mania que eles têm de morrer
o cardoso pires sempre muito scotch-bruto
a ver as letras escritas ao contrário de propósito
e lidas do avesso de profundis
o sttau monteiro com garrafas e garrafas de
óleo fula para o jantar
mas felizmente há luar
o bernardo santareno de grossas hastes
e cigarro chutado para canto
da boca
o ruy belo em queluz naquele verão
do mundial da argentina
o assis pacheco a almoçarar meia-desfeita
e a deixar-se escorrer ventinhos melífluos
de cós de calças na livraria
o torga sempre muita chateado
com as homenagens nunca bastantes
o eugénio de andrade sempre
a pensar nas cabras caiadas de cal
e nos rapazes brancos litorais de sol
e sul e etc e sal
o pessoa triste mas a gozar a um canto da arcada
a aguardente que bebi foi o campos que a bebeu
o cesariny que eu saiba está vivo mas
não é fácil
o luiz pacheco está arrumado num albergue
agora já não faz filhos nem deixa que lhos
façam
o camões recebe da segurança social
uma carta registada
que diz a sua tença está atrasada
favor verificar domicílio de
dom sebastião
os espanhóis gozam c'a gente como mouros pretos
de ceuta e melilla
uns são filhos-da-puta
outros têm uma puta-por-filha
a gente aqui c'o possidónio cachapa
e eles lá com o montalbán
a gente aqui c'o peixoto
e eles lá com o javier marías
a gente aqui c'as marias
judite
horta
velho
palla
Santíssima
e eles lá com a rodoreda e a rosalía
a gente aqui com o grass-moura
e eles lá com o rivas
foda-se foda-se foda-se foda-se
ca malha
mas enfim
havia o carlos de oliveira
que esteve em febres-cantanhede
como o meu amigo tó-mané que vive
e um rapaz chamado fernando que morreu
o carlos de oliveira desespartilhou-se
do neo-realismo
e amandou-se-nos com aquele trabalho poético todo
o manuel da fonseca deu-nos o largo
a larga seara de vento
que antigamente se estudava aos 13 anos
nas escolas oficiais
agora não agora nunca mais
agora não tarda nada é o agualusa
contra moscas melgas e mosquitos
é o joão a guiar o pedro paixão para NY
sobram o joão de melo em lágrimas de engatar gajas
e o mário de carvalho em pura graça
qu'é feito do zambujal do domingo desportivo
o dinis machado rebentou tudo c'o molero
o namora plagiava o vergílio
o vergílio destilava pus a conta-corrente mas era bom
a agustina porra porra porra porra
quem me cala a mulher
ca cheiro a mijo de gato
a pedrosa a dar instrução aos amantes
e o melga ferreira a dar-lhe o título
as manas pinto correia o glamour o drama o horror a tragédia
a batata assada em papel de prata
o NYTimes embrulhando chicharro de cacharel
só falta o represas escrever poemas para o
vítor de sousa ler no elevador
o júdice que queria ser gastão
aqueles telerapazespivôs das oito da noite que escrevem romances-próteses
o sousa tavares é co'a dor
de corno talvez
1-2-3-macaquinho-do-chinês
afinal o roberto carneiro foi ministro da inducação no
intervalo de fazer filhos
o deus pinheiro também no
intervalo dos 18 buracos
a ferreira leite também não
se sabe porquê
e depois é isto
é o carlitos pinto coelho fotógrafo de casamentos corrido
do acon(a)tece pelo
mogais sagmento
é o frágil esteve-cardoso a orelhar romances
inacreditável comóque a sírialvim foi na conversa
mas infim
cada um é pó cu-lhe-dá
esporremos que não volte a acon(a)tecer
o jorge de sena tinha bué de razão e razões
o rodrigues miguéis esse excelente rapaz
teve de readersdigestar para digerir
ninguém sabe nem conhece h. silva letra
o d'a palavra fascinante editorial inova porto
n. em 1927 em vieira de leiria
ninguém s'apercebe de que o antónio osório
é um bem maior do que
a ignorância da morte
a ignorância da vida
qualquer dia até o herman josé escreve um livro
o quê
ai já escreveu
qual é que é
ah
é o herman josé saraiva
aquele das anedotas da história
o fialho de almeida e o pinheiro chagas e o camilo muito
ressabiados c'o eça
por causa de o eça ser melhor
que vinho do porto em umbigo de shania twain
o ferreira de castro absoluto n'a lã e a neve
o soeiro tão certo nos esteiros
o redol tão dos-passos nos gaibéus
mas nisto tudo acabei por ouvir o castrim
em casa dele mesmo
avenida luís bívar lx
uma vez que lá fui levar-lhe um livro
a dizer bem do goucha
de modo que não sei
porra porra porra porra.

10/10/05

E no entanto, move-se! por Assessor para a Publicação de Análises

O porco venceu em quase toda a linha, nestas eleições. Essa é de resto uma das conclusões mais importantes a retirar destas autárquicas, em que tudo mudou para tudo ficar na mesma. De facto, foram certeiras as escolhas do tapor na série especial “Anti Top Cartaz Eleitoral 2005”. À excepção de Felgueiras, que ficará para outros fóruns de reflexão e espanto, e da estrondosa vitória de Mata Cáceres em Portalegre, o tal da cidade que não podia parar, foi completa a derrocada dos cromos seleccionados, comprovando a importância do marketing político de out-dors.
Assim, o amigo Tito Evangelista, em Esposende, perdeu com metade dos votos do vencedor; a senhora que o Bloco de Esquerda desencantou para a Trafaria perdeu, mas perdeu honradamente, quase triplicando a votação no BE relativamente a 2001; Em Tavira, o socialista Fialho também levou nas trombas (apesar de ter subido o score do PS em 49 votos); Mais humilhante foi a porrada da pistoleira popular de Porto de Mós, nem um mandato e quase reduziu para metade o eleitorado do CDS naquele concelho. Outra enorme porrada foi a do Faustino em Santa Maria da Feira, que também conseguiu o feito de descer o score do CDS-PP de 3800 para 2300 votos; Já o senhor Hemetério, socialista de Alter do Chão, perdeu mas ficou a vereador (não obstante ter perdido um mandato relativamente a 2001); Verdadeiramente desastroso foi o Vitorino, independente pelo PSD em Faro, que apesar das mãos à mostra perdeu a câmara para o PS em contra-ciclo nacional; Os simpáticos do BE de Estremoz (Assembleia Municipal) também levaram forte e feio: Ficaram em último, atrás do partido do táxi, sem mandatos e descendo a votação no BE de 282 para 196 votos; No Porto com o eléctrico Assis, foi o que todos sabem, com a malha estrondosa do Rio no PS, que desceu de 6 para 5 vereadores.

09/10/05

Sofismas, por Cão

1. Se eu voltasse a casar, tenho a certeza de que me sairia uma das enculadas do Taveira.

2. Portugal vai perder as próximas eleições autárquicas. E vai manter o Scolari.

3. Não é Avelino que está do avesso. Nem Jardim. Nem a ladra de Felgueiras. Nem o surrealizado major. É o País.

4. O País está em eclipse anular desde 1143. E só agora é que toparam.

5. PS e PSD configuram, juntos, o mesmo que o Partido Revolucionário Institucional, ou lá como é, no México.

6. A 5 de Outubro de 1910, foi mau derrubar a monarquia. O que deveria ter sido derrubado era Portugal. Coisa que entretanto, aliás, aconteceu.

7. Salazar tocava ao bicho mas não o confessava nem ao Cerejeira, a quem também tocava.

8. A Bárbara Guimarães não é boa. Se fosse boa, não mijava ossos do Carrilho.

9. Acho que o Herman José é um bocado maricas.

10. Votar no Bloco de Esquerda é a mesma coisa que fazer um minete a um frango, mas não sei porquê.

05/10/05

E Cona, por O Jóia da Bóia Dois

Orgasmo Trifásico (Millôr Fernandes)

Orgasmo feminino é coisa da qual as mulheres entendem muito pouco e os homens, muito menos.
Pelo fato de ser uma reação endócrina que se dá sem expelir nada, não apresenta nenhuma prova evidente de que aconteceu ou se foi simulado.
Orgasmo masculino não! É aquela coisa que todo mundo vê. Deixa o maior flagrante por onde passa.
Diante desse mistério, as investigações continuam e muitas pesquisas são feitas e centenas de livros escritos para esclarecer este gostoso e excitante assunto. Acompanho de perto, aliás, juntinho, este latejante tema.
Vi, outro dia, no programa do Jô Soares, uma sexóloga sergipana dando uma entrevista sobre orgasmo feminino. A mulher, que mais parecia a gerente comercial da Walita, falava do corpo como quem apresenta o desempenho de uma nova cafeteira doméstica. Apresentou uma pesquisa que foi feita nos Estados Unidos para medir a descarga elétrica emitida pela "Periquita" na hora do orgasmo, e chegou à incrível conclusão de que, na hora "H", a "perseguida" dispara uma descarga de 250.000 microvolts.
Ou seja, cinco "pererecas" juntas ligadas na hora do "aimeudeus!" seriam suficientes para acender uma lâmpada. Uma dúzia, então, é capaz de dar partida num Fusca com a bateria arriada. Uma amiga me contou que está treinando para carregar a bateria do telefone celular. Disse que gozou e, tcham, carregou. É preciso ter cuidado porque isso não é mais "xibiu", é torradeira elétrica!
E se der um curto circuito na hora de "virar o zoinho", além de vesgo, a gente sai com mal de Parkinson e com a linguiça torrada. Pensei: camisinha agora é pouco, tem de mandar encapar na Pirelli ou enrolar com fita isolante. E na hora "H", não tire o tênis nem pise no chão molhado... Pode ser pior! É recomendável, meu amigo, na hora que você for molhar o seu "biscoito" lá na canequinha de sua namorada, perguntar: - É 110 ou 220 volts? Se não, meu xará, depois do que essa moça falou lá no Jô, pode dar "ovo frito no café da manhã."
Esse país não melhora por absoluta falta de criatividade... São as mulheres, a solução contra o apagão.

Vinho, por O Jóia da Bóia Um

Nem tudo é merda neste território lusitano. Alvissaras! Sárává! Motiva esta entrada de rompante uma excelente notícia para a economia nacional, nos capítulos import/export e auto-estima. Pode não parecer, mas quer-me cá parecer que é de facto uma óptima notícia, quando um jornal global prestigiado como o New Yok Times, publica, como hoje o faz (aqui, e também, presumo, na edição em papel), um extenso artigo extremamente encomiástico sobre o vinho português. O cronista, Eric Asimov, "O" especialista em vinhos do Times, discorre com abundância e grande entusiasmo sobre os néctares báquicos nacionais, num texto sintomaticamente intitulado: "For the next big thing, Look to Portugal". Nem é preciso dizer mais nada por estas bandas... O resto é ler o que lá está e suspirar um bocadinho de orgulho. Para quem goste de vinhos portugueses e para quem goste de ver um importante sector económico nacional em alta em termos mundiais. Esta peça do Times é ouro. Pronto, achei só que esta maralha que aqui chafurda, gostasse de saber estas novidades.