19/01/09

DEXTER, UM ASSASSINO INCÓMODO, por DervicheRodopiante

Dexter Morgan é um Assassino. Arrepiante como nenhum. E é também uma série televisiva como há poucas. Falamos obviamente da divisão de um Seinfeld ou do Sopranos. De culto e imortal. A coisa passa no canal FX da Tv Cabo, com licença da palavra, e julgo que tem andado a passar também na RTP 2. No FX da ZON, de novo com licença da palavra, vai começar a passar no próximo dia 28 a Terceira Temporada. Para quem quiser ver a Primeira e a Segunda tenho lá em CD. A generalidade das alminhas podem ir à Net em download através do Shareminer ou em torrents através do Pirate Bay, que têm lá tudo.

A série tem como protagonista o próprio Dexter, assassino e Serial Killer. O homem mata e mata muito. À superfície o homem é um polícia, um perito de sangues, seja lá o que isso for, e um analista de laboratório. Crime Scenes Expert como eles dizem. Pelo meio tropeça em bandalhos que a policia não consegue deitar a mão, ou bandalhos que ele próprio escava. E mata. Como só ele. Com requinte e muito, muito plástico.

A coisa começa logo a deslumbrar no genérico inicial. É fabuloso. Os fazedores de tal maravilha jogam com a música típica dos filmes de terror e suspense e criam uma sucessão de imagens que nos levam ao engano e que afinal se revelam do mais inocente que pode haver. O que abre logo para o tom da série. É que o Dexter sendo serial killer é também o herói e o bom da fita.

É um homem que por via de umas cenas muito graves na infância - não digo mais para não estragar -, não consegue sentir nada. Nem empatia, nem amor, nem nada por ninguém. É um vazio absoluto que não chora, não ri e não sente. Nunca sentiu a necessidade de se divertir, de espraiar ou de namorar. Sexo?, idem aspas, aspas. Quando o homem começa a namorar, fá-lo por necessidade de integração e normalização social e nada pede nem avança com a namorada, porque simplesmente não sabe nem quer.

A cena em que a namorada, agradecida, desce sobre a cadeira onde o homem está e lhe faz um Blow Job – Serviço De Sopro em português -, é uma cena de antologia. Nada se vê, é claro, a não ser a expressão de espanto, alguma satisfação e sobretudo, um reconhecimento: ah, então é isto, hum…, não é que seja mau, é esquisito, mas também já me fizeram coisas piores, prontos está bem, ela parece saber o que faz e desde que não se aleije, eu não a vou contrariar. Só visto. Uma interpretação fora de série do actor Michael C. Hall que o protagoniza e que faz também a voz do narrador, que é o próprio Dexter dentro de cuja cabeça estamos em permanência. Os pensamentos e as dúvidas da personagem são-nos colocados a nós também.

Na série, Dexter mata de forma certeira e infalível. Deus Ex Machina. Nunca se engana. E numa cedência clara ao politicamente correcto somos sempre esclarecidos da culpabilidade do facínora a assassinar. Mas a série é do menos digerível que pode haver e provocou ondas de indignação por toda a América. Mata-se ali com fartura e com muito sangue à mistura. E sobretudo, a série é completamente imprevisível, com reviravoltas constantes no enredo. Os diálogos são do melhorio. Há personagens extraordinárias como só numa série destas poderia haver. Uma coisa de culto.

Pelo meio há sangue inocente. Como sempre e o Dexter – apesar do papel de Deus ex-machina -, não consegue evitar que alguém inocente morra, e que morram até inocentes do seu interesse. Não é ele que os mata, mas a morte deles cai que nem ginjas. E o ginjal do Dexter é grande comó catano. Dia 28, prendam uma âncora no pé, não desistam à primeira esguichadela. Peguem em cereals e sigam o serial. Firmes e hirtos. Dêem-lhe uma oportunidade e vão ver que não conseguem arredar a olheira. Porque matar é do mais humano que pode haver.

11 comentários:

Anónimo disse...

Dezter Morgan vírgula é um assassino (?). Vírgula? Isto já é do magalhães ou do novo "acordo" ortográfico? Vírgula? Atão já não há NINGUÉM que se arrepie ao virgular o sujeito/predicado?

Anónimo disse...

Dezter Morgan vírgula é um assassino (?). Vírgula? Isto já é do magalhães ou do novo "acordo" ortográfico? Vírgula? Atão já não há NINGUÉM que se arrepie ao virgular o sujeito/predicado?

Anónimo disse...

Dezter, não, dexter, cão.

Anónimo disse...

O nosso muito obrigado aos Correctores Hortográficos. Espero que esteja melhor. Irra, exigência do catano. daqui a pouco pedem para lavar as mãos.

ass: derbicho

Anónimo disse...

Dexter só pode ser uma grande série. basta que seja o Derviche a dizê-lo. Foi ele que me falou pela primeira de Seinfeld e de como ficava acordado, madrugada adentro,para ver os episódios da série. Um ano depois deu-me um VHS cheio de episódios gravados, disse-me «vê essa merda» e eu vi, Durante um fim de semana eu não saí de casa a ver episódios atras de episódios. No fim daquilo eu era um homem diferente, como aqueles gajos a quem aparecem aparições em cima de azinheiras.

Mais tarde foi também ele que le levou a desocbir Os Sopranos. Apesar de gostar mais do einfeld também acho os Sopranos uma excelente série. Não é por acaso que há gente que confunde alguns de nós como Tony e seus ragazzi.

Portanto se o Derviche diz que o Dexter é genial é porque é. Hei derviche guarda.me aí o dvd. Eu fui o primeiro a dizê-lo. Leva-mo pó ranhoso da próxima vez..
Jacinto

Anónimo disse...

Este Dexter não era o que fazia de panilas nos Sete Palmos de Terra? Era, claro que era. Também tenho visto o preto que fazia de panilas, mas em cobridor, na série. Isto do lobby panilas é porreiro para as séries, mas o quéfacto na certezaporém é que temos de papar as nossas mulheres e não entrar em paneleirices.

Anónimo disse...

Pede-se que lavem as mãos.

Anónimo disse...

...
Vi a série como uma sátira gore ao CSI Miami. Dexter é a antítese do irritante Horatio Caine...o "cenoura" mais indigesto depois do Conan O´Brien. Infelizmente não segui a série e qualquer dia vou ter de a comprar.
...
JNAS

trutasalmonada disse...

Vi a primeira série, aguardo ansiosa a segunda e a terceira, tudo na rtp2 (pois, sou do estilo 'à antiga', tenho os canais nacionais e basta).
Imagino do que falas: aquela sensação do herói que faz a justiça que todos nós fantasiamos mas não ousamos (por questões morais, ideológicas, sociais, legais, etc.), tal como o concentrado Natural born killers (http://www.imdb.com/title/tt0110632/) onde nós ansiamos que o assassino saia vencedor da sociedade opressora e hipócrita, como quem derruba monstros e dragões, não se tornando em mais um suicidado da sociedade (forma discreta de ‘ajudar’ a selecção natural, ‘lavando as mãos’, como quem é inocente mas que sai triunfante na implantação e manutenção do tiranismo disfarçado de democracia) e tornando possível uma justiça de valores não enviesados. Venha lá o Dexter lavar nossas almas do pecado de ser gente.

Anónimo disse...

O Jnas tem toda a razão. A séria parece claramente uma patada no CSI. Contudo, há uma riqueza texto, diálogos e personagens que em comparação rapidamente mete o CSI Miami ao longe como brincadeira estilosa que é.

Truta Salmonada, não concordo muito contigo. O Dexter sabe que o que faz é mal, ou não lhe tivesse o padrasto policia inculcado algum recato e valoração, e sabe que aquilo vai dar merda mais cedo ou mais tarde como deu, mas vai em frente, porque mais do que tirar da sociedade os maus, o que ele quer é matar. Há uma pulsão de sangue inata nele. O padrastro é que o ensinou a canalizar essa pulsão. Se ele não arranjar maus limpa o sebo ao que der jeito.

Reparem bem na fotografia do Post que leva ao engano.

Mais dois pormenores: A imagem de limpeza asséptica, meticulosa, ordenada e pausada com que na série se mostra as mortes do Dexter, remete-nos para um qualquer cioso bibliotecário de volta das suas preciosidades. Ficamos confortáveis a ver uma atrocidade e só é pena que nos falte um pastelinho de nata na mão. Só vendo.

Secondo: Uma das personagens da segunda série é uma criadora artística boazona, assassina e igualmente despida de escrúpulos ou de sentimentos como o Dexter. Tal como ele não consegue criar qualquer empatia com o outro e daí a facilidade em matar. à primeira vista pareceria o casal ideal. Só vendo.

ass: Dervixe

Anónimo disse...

ó jovem empresta aí

Geriatra