A passada noite lia uma entrevista a Miguel Delibes, e confessava este que “"Antaño, todo hombre nacido de mujer se consideraba portador de cosas positivas, de algo digno, algo noble, unos valores, en suma. Pero la descendencia de Caín pesaba sobre nosotros, y el hombre que era portador de reservas morales se convirtió en un ser peligroso, maligno, de difícil definición. Ahora, el hombre miente, ataca, mata, hiere, viola y su presencia lógicamente engendra desconfianza. El hecho de ser parido por mujer no lo dignifica ni quiere decir nada".
Miguel Delibes é um dos melhores escritores de língua castelhana da segunda metade do século XX. Ainda hoje com 87 anos continua assistindo as tertúlias no café Continental e trata de corresponder aos seus conterrâneos que o cumprimentam durante o seu habitual passeio matinal no Campo Grande da cidade de Valladolid – berço e vida do seu quotidiano.
Don Miguel fazia esta confissão, quando se referia ao grave problema da imigração dos países africanos, que forma já parte do noticiário habitual no pais de al lado. O cenário dantesco se banaliza, é uma noticia diária, umas vezes cruel e outras vezes pior. Africanos adultos, adolescentes, crianças e grávidas, morrem o sobrevivem numa aventura para um destino aparentemente paradisíaco, vem desde as costas da Guiné, Gâmbia, Senegal ou Mauritânia, traçando uma travessia quilométrica em condições extremamente desumana, inenarráveis. Durante o percurso vão encontrando cadáveres - o mar também cobra a sua quota -, não desistem, antes a morte. Assistidos nas costas españolas uma maioria são repatriados -já são 76.000 os repatriados neste ano - outros sem identificação possível ficam em centros de acolhimento, a espera de não se sabem bem o quê, centros de portas abertas que os deixam soltos como se fossem cães vadios, – eles se crêem afortunados, pensam que assim é melhor, tal vez, uma boa oportunidade surja. No entanto, o pior só acaba de começar. À espera há policias e funcionários corruptos que prometem documentos em troca duma enorme suma de dinheiro, o simplesmente se apoderam de suas roupas, o favores sexuais em troca de nada, o são escravizados por salários inexistentes para mais tarde ser expulsos ou simplesmente denunciados. É este tipo de podridão que o nosso amigo Don Miguel, vê tristemente emergir nesta sociedade do bem-estar.
Miguel Delibes é um dos melhores escritores de língua castelhana da segunda metade do século XX. Ainda hoje com 87 anos continua assistindo as tertúlias no café Continental e trata de corresponder aos seus conterrâneos que o cumprimentam durante o seu habitual passeio matinal no Campo Grande da cidade de Valladolid – berço e vida do seu quotidiano.
Don Miguel fazia esta confissão, quando se referia ao grave problema da imigração dos países africanos, que forma já parte do noticiário habitual no pais de al lado. O cenário dantesco se banaliza, é uma noticia diária, umas vezes cruel e outras vezes pior. Africanos adultos, adolescentes, crianças e grávidas, morrem o sobrevivem numa aventura para um destino aparentemente paradisíaco, vem desde as costas da Guiné, Gâmbia, Senegal ou Mauritânia, traçando uma travessia quilométrica em condições extremamente desumana, inenarráveis. Durante o percurso vão encontrando cadáveres - o mar também cobra a sua quota -, não desistem, antes a morte. Assistidos nas costas españolas uma maioria são repatriados -já são 76.000 os repatriados neste ano - outros sem identificação possível ficam em centros de acolhimento, a espera de não se sabem bem o quê, centros de portas abertas que os deixam soltos como se fossem cães vadios, – eles se crêem afortunados, pensam que assim é melhor, tal vez, uma boa oportunidade surja. No entanto, o pior só acaba de começar. À espera há policias e funcionários corruptos que prometem documentos em troca duma enorme suma de dinheiro, o simplesmente se apoderam de suas roupas, o favores sexuais em troca de nada, o são escravizados por salários inexistentes para mais tarde ser expulsos ou simplesmente denunciados. É este tipo de podridão que o nosso amigo Don Miguel, vê tristemente emergir nesta sociedade do bem-estar.
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