20/02/08

São Misteriosos Os Rios Do Senhor, por Sumo Sacerdote

A Igreja da Geografia, Salmo 4 (O Poderoso Orinoco)

Irmãos!, venho hoje falar-vos de uma aberração hidrográfica. Mas perguntarão vocês: “Sumo, então o Senhor na sua infinita sabedoria é capaz de fazer aberrações?” E eu respondo-vos, Irmãos: “É, sim Senhor! Porque são misteriosos os desígnios do Divino. O Senhor obedece a uma lógica que se nos escapa e que nós, no nosso mísero entendimento, jamais alcançaremos. Escapa-se-nos a plenitude da obra Divina. Palavra da Salvação!”

Mas enquanto cá andamos, apreciemos então a sua luminosidade. Mesmo que na forma de aberração. Por isso vos venho hoje, Irmãos, falar do Orinoco. O rio Orinoco nasce nas altas serras de Parima, no sul da Venezuela, pela obra e graça do Altíssimo. Acontece, que este poderoso braço hídrico do Santíssimo, depois de engrossar durante cerca de 400 kilómetros desde a nascente, chega a um pequeno monte e divide-se! Sim, meus Irmãos, Palavra do Senhor, Divide-se em dois! Aleluia!

O milagre liquido, abre-se ao meio como se visse a luz, e metade do poderoso curso segue para Norte dentro da Venezuela governada pelo ímpio e vai desaguar dois mil kilómetros depois, frente a Trinidade e Tobago, que apesar do santíssimo nome, teima naquela órgia demoníaca que é o carnaval caraíba. Não serão perdoados. Pois, este braço norte mantém o nome de Orinoco. É a Verdade, meus Irmãos!

Por sua vez, o braço sul, faz a curvatura contrária adopta o nome de Casiquiare e segue para a Amazónia a sul, entrando no Brasil onde passa a ser denominado por Negro, certamente uma advertência do Senhor ao cuidado que se tem que ter com o Demo. E as suas águas escuras não enganam, o mafarrico nada por ali. O Negro demoníaco vai então desaguar como afluente do all mighty Solimões (Amazonas para os descrentes). Que a paz esteja convosco! Rezaremos para que não ardam no inferno como certamente será o vosso destino!

Eis a obra do Altíssimo. Eis o único caso conhecido em todo o mundo de Comunicação à Superfície de Duas Bacias Hidrográficas. Louvado Seja Deus! A uma escala mais comezinha de cerca de 10 para 1 (mais coisa menos coisa, O Senhor me perdoará!), seria a mesma coisa que o nosso velho Tejo chegar a Alpiarça e amandar-se com a metade norte por Viseu acima e desaguar em Bilbao e a metade sul virar por Évora e Granada e ir desaguar a Valência. Só o Omnipotente pode coisa tão sacra. Santificado Seja o Seu Nome! Regozijemo-nos com a Magnificência da Sua Obra! Palavra da Salvação. Oremos, Irmãos.

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