14/04/09

Post Para Quem Não Tem Pachorra Para Ler Apesar de reconhecer Que é Sempre Bom Saber Alguma Coisa sobre o Diabo dos Livros, por Alexandria

Herman Melville - Moby Dick - Um alucinado conduz alguns curiosos numa caça a uma baleia armada em esquisita. No final morrem todos menos um que fica para contar a história.

William Faulkner - Na Minha Morte - A mãe vai a enterrar numa carroça e ao longo do enterro o resto da família pensa na morte da bezerra.

Ernest Hemingway - O Velho e o Mar - Um velhote via pescar e quase se lixa com tubarões tamanho-família.

Camilo José Cela - Vagabundo Ao Serviço de Espanha - o narrador vai a pé por espanha a fora, bebe uns copos e morfa umas buchas. Pelo meio marra com alguns estalajadeiros e com Madrid.

Joseph Conrad - O Coração das Trevas - Um europeu sobe um rio africano ao encontro de um conterrâneo para descobrir que o rapazola estiolou e mata pretos comó catano e à catana.

Machado de Assis - Dom Casmurro - Um teimoso que teima em que a mulher lhe mete os palitos quando a mulher é uma santa. De casmurrice em casmurrice o livro vai para mais de 200 páginas e não saímos daquilo.

Turgueniev - Pais e Filhos. Há dois jovenzarros que vão para o campo das estepes com um deles armado em niilista. No pasa nada e há frio comó catano.

JM Le Clezio - Diego e Frida - Diego pinta e encorna a Frida. AS Frida pinta e encorna o Diego. Pelo meio o Diego quer pintar Lenines e o Capitalista do Rockefeller não deixa e saca da marreta.

James Joyce - Ulysses- um gajo sai de casa cedo depois de comer rins e de cagar no pátio, demora-se fora o dia todo, a mulher põe-lhe os cornos e ele dá-lhe um beijo no cu, no fim é ela a falar sozinha.

Anónimos - A Biblia- Um dia uma gaja roubou uma maçã para dar a um gajo e o dono do pomar zangou-se e armou um bazé que ainda não acabou.

Maomé - O Alcorão - Um bardana crivado de dividas saca uma viúva ricalhaça que encorna com uma data de jeitosas. Para se justificar diz que foi ao meio do deserto e uma voz amandou-lhe com uma pedra preta na carola. A partir da calhauzada, a voz passa a dar-lhe uns conselhos sobre corte de mãos, pontaria com calhaus, moda feminina, e corte de cabeças, com a ressalva de que quem cortar cabeças aos gajos que ele apontava iria papar 72 virgens como ele andava a fazer, embora no caso deles só depois de morrerem. Estranhamente a coisa pegou.

... E prontos, aqui ficam resumidinhas muitas horas de leitura. Já viram o tempo que se ganha? Sempre se fica com uma noção de algumas obras primas fundamentais da literatura mundial. Um destes dias resumo mais umas bibliotecas. E escusam de agradecer...

29 comentários:

Anónimo disse...

a isto se pode chamar o "essencial em três pancadas". é pá, tenho de ler aí umas obras. será que tas posso mandar e depois afinfas um resumo? brigadinhos pá

orticultor

Anónimo disse...

Orti, manda lá os teus «livros pedidos» que eu encaminho para o nosso departamento de resumos às três pancada. De nada, pá!
Alexandria

Anónimo disse...

Dom Quixote - Cervantes

Um estroina disfarçado de doidinho a cavalo embarca num road movie com o amigo gordo e partem pelos montes de espanha a fora e direitos a barcelona. O gordo julgava que a coisa era para o copo e bucha e não gostou quando o estroina que afinal era mesmo doidnho, desatou a marrar com moínhos de vento e leões de circo. Para além de serem gozados por todos ainda descobrem nas ramblas uma edição manhosa com a segunda parte da estroina que eles ainda não tinham vivido. Tá mal.

trutasalmonada disse...

olha que com estas sinopses até que a gajada dos liceus ficava animada para pegar nas obras primas, balá fazer disto um bestseller

Anónimo disse...

é pá, essa do cervantes faz lembrar um certo grupo que faz excursões a espanha (com gordo, doidinhos e tudo)

Siesta

Anónimo disse...

E pra quem não tem tempo para os Clássicos russos do Dostoievsky, aqui ficam os três principais:

Os Irmãos Karamazov (dois volumes a rondar as 500 páginas):

Há três irmãos: Há o Alexey que é o mais novo e dado a epifânias e contemplações religiosas. Uma mistura de pastorinho com copos a ver coisas em cima de azinheiras e um monge de Singeverga sem o licor e em retiro espiritual.

Há o Vânia que é um moinante niilista que arrebenta tudo. Mau comás cobras.

E depois há o Mitia que é um romântico pinga amor que faz o meio termo dos dois. Dá-lhe prós dois lados e o lado mau não é bom de se ver.

Depois há o Fiódor, Pai dos três. É rico e nada dá aos filhos até porque precisa do dinheiro para os copos, bucha e putas e ó se o gajo gosta de putedo. É um ver se te havias...

Os três reunem-se em casa do velho para lhe sacar as massas, coisa que o velho não alinha, já que quer é putas. Obviamente há mocada com força.

O Dimitri dá-se à perdição de amores pela mesma garina que o pai anda a papar e a pagar.

O Vânia catrapisca outra da high society, mas falta-lhe o pilim que sobra ao pai.

E Hellas o pai aparece morto. Mistério.

Agora o enredo adensa-se e aparece um suposto quarto irmão, em tal de Smerdiev, criado do pai e um perfeito imbecil, que apesar da imbecilidade sabe onde o putanheiro do Fiódor guarda o carcanhol.

Dirão vocês foi o Mordomo do Smerdiev. Foi e não foi. O Mitia é acusado, julgado e condenado do parricídio, mas consabidamente quem o fez foi o Vânia que manobrou o perfeito imbecil do Smerdiev. Mas com um nome destes o que é que se pode fazer.

E fica uma frase, uma daquelas epifânias do Dostoievsky: "Se Deus Não existe, então tudo é permitido", inclusivé matar o pai e sacar-lhe a garina.

Anónimo disse...

Crime E Castigo - Dostoievsky:

mais 400 páginas que o Tapor vos poupa:

A coisa abre com um estudante a viver a mais abjecta penúria com a carola cheia a merdices intelectualoides tipo super-home de nietzsche e maquinações de maquiavel. Eis Raskolnikov. Abomina a moral cristã e burguesa e quer um acto refundador que o lance para uma vida nova.

Dirão vocês: Vai trabalhar malandro. Não. Errado.

O gajo vai-se a uma velha agiota e prestamista e encaixa-lhe uma série de machadadas e ó se a velha deitava sangue.

A moral cristã - vulgo consciência - salta a cavalo nas costas do Raskolnikov e o super idiota cai de cama com meia dúzia de doenças levadas da breca. Vale-lhe a Sónia que ao que parece era moçoila boazona.

Dirão vocês: via trabalhar malandro. Pois estão certos. Vai mas para a Sibéria, já que a merdice intelectualóide sanguinária não tapou a pestana a um juiz de instrução que era da vossa opinião: MuitaTrabalhoMuitaTrabalho e Sibéria.

Mas, surprise, a boazona da Sónia acompanha-o a vai-lhe cuidando da alma de outras coisa que nem só de velhas à machadada vive um homem.

Anónimo disse...

O Jogador - Dostoiévsky

Este é um daqueles livros do engano perpétuo. Ainda há dias na Tv um idiota deputado do PSD falava em jogo e trazia como paradidma o Jogador. Acontece que o Jogador, tendo por lá jogo e muito não é sobre o jogo. É sobre o amor, ah o amor e a eterna falta dele. adiante. resuma-se a coisa que sendo pequena ainda dá trabalho:

O Ivanovitch é um jovenzarro russo criado de um general que assenta numa Las Vegas alemã.

O artista é meio dado à intelectaulice e está-se nas tintas para o jogo, mas perde-se de amor e ciúmes por uma boazona que ciranda por ali, a Polina Aleksandrovna.

E a boa da Polina mete o Ivanovitch no casino e exige-lhe que ganhe e ganhe porque precisa do dinheiro. E arrasta asas ganha e dá-lhe o dinheiro e ganha e dá-lhe o dinheiro. Se isto é de jogador vou ali e já venho. Isto é de estúpido apaixonado.

Obviamente a Polina dá-lhe com os pés, sempre e apesar das promessas do Ivanovitch que se mata por ela, se escaqueira é só ela mandar etc coiso e tal a Polina foge com um inglês, que no final reencontra o Ivanovitch perdido na má vida do jogo.

Perdeu-se pela roleta? Não errado. Perdeu-se de amores e o jogo é apenas a sua droga mais à mão.

The End

Jacarandá disse...

«E fica uma frase, uma daquelas epifânias do Dostoievsky: "Se Deus Não existe, então tudo é permitido"».

Epifânia. Huuummm...

O que é que pensas dessa frase, ó anónimo? Achas que o escritor descobriu a pólvora? Achas que o escritor tem razão? Achas que não há moralidade sem Deus? O que é que achas disto tudo?

Anónimo disse...

Eco por todos e por Dostoiex«vsky também. Há uma ética e moralidade inerente ao ser humano inata, de conservação e respeito pelos outros que nos leva a não matar e não violar..., embora, oops, bem vai ali uma cachopinha, que enfim..., eu vou a ali fazer um servicinho e já venho...,



..., cá estou de volta, pois como ia dizendo, não precisamos de Deus para nada. Dostoievsky disse e o Eco confirmou. E uma lei que dá 10 anos de pildra contém o pessoal. Mai nada.

ass: Rasputin

Anónimo disse...

ó Polina anda cá filha...

Jacarandá disse...

Se o Eco confirmou, tá confirmado. Pronto. Lavre-se em acta. Mas não estou a ver a relação entre o que disse o russo e o que o Eco confirmou. A mim parecem-me teses opostas, mas pronto, viva o crespiano.

Anónimo disse...

Quem é o Crespiano?

Mas quem é que lavrou sentença?

E se o Ácaro Jagunço acrescentasse alguma coisita mais do que a mera bandarilha?

ass: Rasputin

Anónimo disse...

Madame Bovary - Flaubert

Uma flausina de província saca em casório um médico de olho tapado. A flausina desata a dar destino às massas do médico a par com a emolduração da sua frontaria cabeçuda que passa a ter umas hastes tipo alce. Quando a fonte seca a flausina endivida-se com agiotas que até tapavam tudo se a cachopa acedesse a colocar mais umas hastes no alce, como não quer a coisa descamba e apesar do alce ser manso a flausina resolve ser tempo de acabar com a estroina e envenena-se.

The End

Anónimo disse...

A Metamorfose - Kafka

Uma família honesta e pacata descobre certa manhã que um bicharoco tipo alien lhe entrou em casa e não quer sair. Ainda tentam pegar no Sheltox mas têm medo que uma vez morto o bicho lhe salte do peito a Sigourney Weaver. Optam pelo meio termo e amandam-lhe uma maçã que lhe apodrece nas costas. O bicharoco pensando que tinha a Sigourney Weaver nas costas deixou-se morrer. O filho caixeiro viajante e ganha pão da pacata família nunca mais apareceu. Possivelmente papado pela Sigourney.

The End

Anónimo disse...

A Muralha da China - Kafka

incontáveis gerações de famílias eternas constroem incontáveis kilómetros de uma muralha infinda ordenada por um rei que não conhecem de uma capital longínqua para defesa de inimigos desconhecidos. a muralha ainda está inacabada e o conto também.

The End

Anónimo disse...

O Castelo - Kafka

Um Inginheiro quer ir ao Castelo entregar uns mapas com medições. O Castelo que entretanto soube que era uma Inginheiro da Independente recusa-se a recebe-lo. 300 páginas depois ainda estamos nisto. O Inginheiro quer ir ao Castelo e o Castelo não quer o Inginheiro.

The End

Anónimo disse...

O Processo - Kafka

Um desgraçado de um checo vem um dia passar férias a Portugal onde arranja um processo judicial. O processo ainda dura hoje, o desgraçado ainda cá anda à espera de saber o que raio é que fez para levar com o processo. O livro é inacabado como o é o processo da justiça portuguesa com o desgraçado do checo. Internacionalmente, e por respeito a este país, opta-se por ignorar que aquilo se passa com ajustiça portuguesa.

The End

Anónimo disse...

Há dias o Tapor sofre um pico de visitas de 500 internautas. Vai-se a ver e nem mais nem menos olarilas foi a Marilyn Chambers que bateu a bota e toda a gente sabe que a Marilyn é no Tapor. Olé

The End

Jacarandá disse...

Quem é o Ácaro Jagunço?

Quais bandarilha?

Jacarandá disse...

"Acrescentar alguma coisa" é o quê?

É fazer uma sinopse humorística?

Anónimo disse...

Ah, prontos, assim está bem, não sabia que se pretendia aqui um tese de doutoramento.

Assim fica apenas a grande questão: Mas quem raio é o Crespiano?

Rasputino

Anónimo disse...

Já repararam lá em baixo na imensidão da brasileiros a googlar Marilyn Chmabers a dar com a testa no Tapor?

Nada como a morte de uma estrela Porno para o Tapor explodir em visitantes. Guinote here we come!

Rasputino

J disse...

Ó Rasputino, que pastilhas é que tu andas a tomar pá? Mas qual tese de doutoramento? O que é que isso significa? O que é que se passa contigo homem? O Crespiano é um fait-divers, uma chalaça, um banco do jardim, uma andorinha da primavera. Como dizia o outro lá para trás, tanta pomba assassinada! Só estou a tentar conversar contigo, méne, na paz do senhor e das regras da civilidade.

Então eu coloco a questão/contradição aparente de outra maneira: O russo diz que sem Deus nos comemos uns aos outros. O Eco diz que Deus é moralmente irrelevante e que basta um código penal e meios para o implementar para nos portarmos regra geral bem.

Isto foi o que eu percebi de forma indirecta, pelo que tu escreveste, porque sou ignorante e não conheço o pensamento do Eco em relação a esta matéria. mas ora, a ser assim, o Eco não confirma o russo. Confirma coisa bem diferente da coisa do russo. É isso que me parece que não está claro. Pronto. O resto está tudo muito bem e engraçado.

Se eu estiver enganado, se tiver percebido mal, só tens de dizer assim: "epá, és burro, estás enganado, é assim e assim e assado". Pronto, e eu depois eventualmente respondia, agradecendo a correcção ou contestando eventuais novas discordâncias ou reforçando anteriores discordâncias. E depois tu por aí fora. Não era mais bonito? Ninguém te obriga, não é "dogma", mas era mais bonito e construtivo. Ou não era?

Anónimo disse...

Mas afinal o J é o Jota ou é o Jacarandá. É que quem assinava jacarandá era o Ácaro Jagunço. Perdi-me. Que se lixe.

J, o Dostoyevsky diz essa frase no livro, mas do livro não resulta isso. Pode-se até entender o contrário. Levar a discussão para aqui é partir do principio que as sinopses que aqui têm saído tem qualquer coisa de certo ou que de facto traduzem o livro. Errado. Isto é um divertimento um exercício de estilo. Os karamazov é uma obra prima genial e de que gostei muito, com uma complexidade e uma construção de personagens notável. Pelo meio há toda uma discussão religiosa, onde entre muitas outras ressalta aquela frase.

RaspuSemTino

trutasalmonada disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
trutasalmonada disse...

até tenho os olhos tortos a seguir a pingpongada dos vossos comentários... acho que devem convidar o Rousseau para arbitrar, não vá o gajo lá de cima estar no seu posto 'watching you' e ainda vos lixa com a Barca do Inferno

J disse...

Eu é que sou o verdadeiro Jacarandá. Ou Jubiabá, depende. Não sei quem é esse jagunço.

Pronto, assim é mais bonito, ou não é?

Epá, acho que sim que é divertido, mas nem sequer é isso que estou a questionar. É a frase que citaste, é o que sabemos para além do que está aqui no blog e é a associação que depois fizeste ao Eco. Não é por mais nada em particular senão a vontade de conversar em torno de uma frase que sempre achei interessante e que é das mais citadas da história da literatura.

Pois, eu sei que o livro é um mundo e espelha diversas visões da vida, cada irmão é um prisma. Mas pelo que entendi, prevalece no livro a tese do irmão Ivan que é o gajo que, se não estou em erro, profere essa frase, que é uma reacção filosófica ao ateísmo que na altura começou a varrer a Europa. Segundo percebi, a inclinação do escritor, mesmo não morrendo de amores pelo vaticano, vai no sentido da tese que essa frase encerra, espécie de denúncia do putativo nihilismo moral sem deus. É pelo menos nesse sentido que a obra tem sido entendida por muita gente.

É isto que, em última e sintética análise, resulta do livro. Basicamente que o russo, na altura dele, antes das democracias e dos verdadeiros estados de direito, não iria concordar muito com o Eco, que se bem entendi acha que deus é dispensável em matéria de moral e bons costumes. Isto é, não confirma. Ou não é assim?

Anónimo disse...

Truta S. fazes bem em seguir os marretas daqui mas tem cuidado com eles. Os gajos mordem...
Nosferatu