Herman Melville - Moby Dick - Um alucinado conduz alguns curiosos numa caça a uma baleia armada em esquisita. No final morrem todos menos um que fica para contar a história.
William Faulkner - Na Minha Morte - A mãe vai a enterrar numa carroça e ao longo do enterro o resto da família pensa na morte da bezerra.
Ernest Hemingway - O Velho e o Mar - Um velhote via pescar e quase se lixa com tubarões tamanho-família.
Camilo José Cela - Vagabundo Ao Serviço de Espanha - o narrador vai a pé por espanha a fora, bebe uns copos e morfa umas buchas. Pelo meio marra com alguns estalajadeiros e com Madrid.
Joseph Conrad - O Coração das Trevas - Um europeu sobe um rio africano ao encontro de um conterrâneo para descobrir que o rapazola estiolou e mata pretos comó catano e à catana.
Machado de Assis - Dom Casmurro - Um teimoso que teima em que a mulher lhe mete os palitos quando a mulher é uma santa. De casmurrice em casmurrice o livro vai para mais de 200 páginas e não saímos daquilo.
Turgueniev - Pais e Filhos. Há dois jovenzarros que vão para o campo das estepes com um deles armado em niilista. No pasa nada e há frio comó catano.
JM Le Clezio - Diego e Frida - Diego pinta e encorna a Frida. AS Frida pinta e encorna o Diego. Pelo meio o Diego quer pintar Lenines e o Capitalista do Rockefeller não deixa e saca da marreta.
James Joyce - Ulysses- um gajo sai de casa cedo depois de comer rins e de cagar no pátio, demora-se fora o dia todo, a mulher põe-lhe os cornos e ele dá-lhe um beijo no cu, no fim é ela a falar sozinha.
Anónimos - A Biblia- Um dia uma gaja roubou uma maçã para dar a um gajo e o dono do pomar zangou-se e armou um bazé que ainda não acabou.
Maomé - O Alcorão - Um bardana crivado de dividas saca uma viúva ricalhaça que encorna com uma data de jeitosas. Para se justificar diz que foi ao meio do deserto e uma voz amandou-lhe com uma pedra preta na carola. A partir da calhauzada, a voz passa a dar-lhe uns conselhos sobre corte de mãos, pontaria com calhaus, moda feminina, e corte de cabeças, com a ressalva de que quem cortar cabeças aos gajos que ele apontava iria papar 72 virgens como ele andava a fazer, embora no caso deles só depois de morrerem. Estranhamente a coisa pegou.
... E prontos, aqui ficam resumidinhas muitas horas de leitura. Já viram o tempo que se ganha? Sempre se fica com uma noção de algumas obras primas fundamentais da literatura mundial. Um destes dias resumo mais umas bibliotecas. E escusam de agradecer...
29 comentários:
a isto se pode chamar o "essencial em três pancadas". é pá, tenho de ler aí umas obras. será que tas posso mandar e depois afinfas um resumo? brigadinhos pá
orticultor
Orti, manda lá os teus «livros pedidos» que eu encaminho para o nosso departamento de resumos às três pancada. De nada, pá!
Alexandria
Dom Quixote - Cervantes
Um estroina disfarçado de doidinho a cavalo embarca num road movie com o amigo gordo e partem pelos montes de espanha a fora e direitos a barcelona. O gordo julgava que a coisa era para o copo e bucha e não gostou quando o estroina que afinal era mesmo doidnho, desatou a marrar com moínhos de vento e leões de circo. Para além de serem gozados por todos ainda descobrem nas ramblas uma edição manhosa com a segunda parte da estroina que eles ainda não tinham vivido. Tá mal.
olha que com estas sinopses até que a gajada dos liceus ficava animada para pegar nas obras primas, balá fazer disto um bestseller
é pá, essa do cervantes faz lembrar um certo grupo que faz excursões a espanha (com gordo, doidinhos e tudo)
Siesta
E pra quem não tem tempo para os Clássicos russos do Dostoievsky, aqui ficam os três principais:
Os Irmãos Karamazov (dois volumes a rondar as 500 páginas):
Há três irmãos: Há o Alexey que é o mais novo e dado a epifânias e contemplações religiosas. Uma mistura de pastorinho com copos a ver coisas em cima de azinheiras e um monge de Singeverga sem o licor e em retiro espiritual.
Há o Vânia que é um moinante niilista que arrebenta tudo. Mau comás cobras.
E depois há o Mitia que é um romântico pinga amor que faz o meio termo dos dois. Dá-lhe prós dois lados e o lado mau não é bom de se ver.
Depois há o Fiódor, Pai dos três. É rico e nada dá aos filhos até porque precisa do dinheiro para os copos, bucha e putas e ó se o gajo gosta de putedo. É um ver se te havias...
Os três reunem-se em casa do velho para lhe sacar as massas, coisa que o velho não alinha, já que quer é putas. Obviamente há mocada com força.
O Dimitri dá-se à perdição de amores pela mesma garina que o pai anda a papar e a pagar.
O Vânia catrapisca outra da high society, mas falta-lhe o pilim que sobra ao pai.
E Hellas o pai aparece morto. Mistério.
Agora o enredo adensa-se e aparece um suposto quarto irmão, em tal de Smerdiev, criado do pai e um perfeito imbecil, que apesar da imbecilidade sabe onde o putanheiro do Fiódor guarda o carcanhol.
Dirão vocês foi o Mordomo do Smerdiev. Foi e não foi. O Mitia é acusado, julgado e condenado do parricídio, mas consabidamente quem o fez foi o Vânia que manobrou o perfeito imbecil do Smerdiev. Mas com um nome destes o que é que se pode fazer.
E fica uma frase, uma daquelas epifânias do Dostoievsky: "Se Deus Não existe, então tudo é permitido", inclusivé matar o pai e sacar-lhe a garina.
Crime E Castigo - Dostoievsky:
mais 400 páginas que o Tapor vos poupa:
A coisa abre com um estudante a viver a mais abjecta penúria com a carola cheia a merdices intelectualoides tipo super-home de nietzsche e maquinações de maquiavel. Eis Raskolnikov. Abomina a moral cristã e burguesa e quer um acto refundador que o lance para uma vida nova.
Dirão vocês: Vai trabalhar malandro. Não. Errado.
O gajo vai-se a uma velha agiota e prestamista e encaixa-lhe uma série de machadadas e ó se a velha deitava sangue.
A moral cristã - vulgo consciência - salta a cavalo nas costas do Raskolnikov e o super idiota cai de cama com meia dúzia de doenças levadas da breca. Vale-lhe a Sónia que ao que parece era moçoila boazona.
Dirão vocês: via trabalhar malandro. Pois estão certos. Vai mas para a Sibéria, já que a merdice intelectualóide sanguinária não tapou a pestana a um juiz de instrução que era da vossa opinião: MuitaTrabalhoMuitaTrabalho e Sibéria.
Mas, surprise, a boazona da Sónia acompanha-o a vai-lhe cuidando da alma de outras coisa que nem só de velhas à machadada vive um homem.
O Jogador - Dostoiévsky
Este é um daqueles livros do engano perpétuo. Ainda há dias na Tv um idiota deputado do PSD falava em jogo e trazia como paradidma o Jogador. Acontece que o Jogador, tendo por lá jogo e muito não é sobre o jogo. É sobre o amor, ah o amor e a eterna falta dele. adiante. resuma-se a coisa que sendo pequena ainda dá trabalho:
O Ivanovitch é um jovenzarro russo criado de um general que assenta numa Las Vegas alemã.
O artista é meio dado à intelectaulice e está-se nas tintas para o jogo, mas perde-se de amor e ciúmes por uma boazona que ciranda por ali, a Polina Aleksandrovna.
E a boa da Polina mete o Ivanovitch no casino e exige-lhe que ganhe e ganhe porque precisa do dinheiro. E arrasta asas ganha e dá-lhe o dinheiro e ganha e dá-lhe o dinheiro. Se isto é de jogador vou ali e já venho. Isto é de estúpido apaixonado.
Obviamente a Polina dá-lhe com os pés, sempre e apesar das promessas do Ivanovitch que se mata por ela, se escaqueira é só ela mandar etc coiso e tal a Polina foge com um inglês, que no final reencontra o Ivanovitch perdido na má vida do jogo.
Perdeu-se pela roleta? Não errado. Perdeu-se de amores e o jogo é apenas a sua droga mais à mão.
The End
«E fica uma frase, uma daquelas epifânias do Dostoievsky: "Se Deus Não existe, então tudo é permitido"».
Epifânia. Huuummm...
O que é que pensas dessa frase, ó anónimo? Achas que o escritor descobriu a pólvora? Achas que o escritor tem razão? Achas que não há moralidade sem Deus? O que é que achas disto tudo?
Eco por todos e por Dostoiex«vsky também. Há uma ética e moralidade inerente ao ser humano inata, de conservação e respeito pelos outros que nos leva a não matar e não violar..., embora, oops, bem vai ali uma cachopinha, que enfim..., eu vou a ali fazer um servicinho e já venho...,
..., cá estou de volta, pois como ia dizendo, não precisamos de Deus para nada. Dostoievsky disse e o Eco confirmou. E uma lei que dá 10 anos de pildra contém o pessoal. Mai nada.
ass: Rasputin
ó Polina anda cá filha...
Se o Eco confirmou, tá confirmado. Pronto. Lavre-se em acta. Mas não estou a ver a relação entre o que disse o russo e o que o Eco confirmou. A mim parecem-me teses opostas, mas pronto, viva o crespiano.
Quem é o Crespiano?
Mas quem é que lavrou sentença?
E se o Ácaro Jagunço acrescentasse alguma coisita mais do que a mera bandarilha?
ass: Rasputin
Madame Bovary - Flaubert
Uma flausina de província saca em casório um médico de olho tapado. A flausina desata a dar destino às massas do médico a par com a emolduração da sua frontaria cabeçuda que passa a ter umas hastes tipo alce. Quando a fonte seca a flausina endivida-se com agiotas que até tapavam tudo se a cachopa acedesse a colocar mais umas hastes no alce, como não quer a coisa descamba e apesar do alce ser manso a flausina resolve ser tempo de acabar com a estroina e envenena-se.
The End
A Metamorfose - Kafka
Uma família honesta e pacata descobre certa manhã que um bicharoco tipo alien lhe entrou em casa e não quer sair. Ainda tentam pegar no Sheltox mas têm medo que uma vez morto o bicho lhe salte do peito a Sigourney Weaver. Optam pelo meio termo e amandam-lhe uma maçã que lhe apodrece nas costas. O bicharoco pensando que tinha a Sigourney Weaver nas costas deixou-se morrer. O filho caixeiro viajante e ganha pão da pacata família nunca mais apareceu. Possivelmente papado pela Sigourney.
The End
A Muralha da China - Kafka
incontáveis gerações de famílias eternas constroem incontáveis kilómetros de uma muralha infinda ordenada por um rei que não conhecem de uma capital longínqua para defesa de inimigos desconhecidos. a muralha ainda está inacabada e o conto também.
The End
O Castelo - Kafka
Um Inginheiro quer ir ao Castelo entregar uns mapas com medições. O Castelo que entretanto soube que era uma Inginheiro da Independente recusa-se a recebe-lo. 300 páginas depois ainda estamos nisto. O Inginheiro quer ir ao Castelo e o Castelo não quer o Inginheiro.
The End
O Processo - Kafka
Um desgraçado de um checo vem um dia passar férias a Portugal onde arranja um processo judicial. O processo ainda dura hoje, o desgraçado ainda cá anda à espera de saber o que raio é que fez para levar com o processo. O livro é inacabado como o é o processo da justiça portuguesa com o desgraçado do checo. Internacionalmente, e por respeito a este país, opta-se por ignorar que aquilo se passa com ajustiça portuguesa.
The End
Há dias o Tapor sofre um pico de visitas de 500 internautas. Vai-se a ver e nem mais nem menos olarilas foi a Marilyn Chambers que bateu a bota e toda a gente sabe que a Marilyn é no Tapor. Olé
The End
Quem é o Ácaro Jagunço?
Quais bandarilha?
"Acrescentar alguma coisa" é o quê?
É fazer uma sinopse humorística?
Ah, prontos, assim está bem, não sabia que se pretendia aqui um tese de doutoramento.
Assim fica apenas a grande questão: Mas quem raio é o Crespiano?
Rasputino
Já repararam lá em baixo na imensidão da brasileiros a googlar Marilyn Chmabers a dar com a testa no Tapor?
Nada como a morte de uma estrela Porno para o Tapor explodir em visitantes. Guinote here we come!
Rasputino
Ó Rasputino, que pastilhas é que tu andas a tomar pá? Mas qual tese de doutoramento? O que é que isso significa? O que é que se passa contigo homem? O Crespiano é um fait-divers, uma chalaça, um banco do jardim, uma andorinha da primavera. Como dizia o outro lá para trás, tanta pomba assassinada! Só estou a tentar conversar contigo, méne, na paz do senhor e das regras da civilidade.
Então eu coloco a questão/contradição aparente de outra maneira: O russo diz que sem Deus nos comemos uns aos outros. O Eco diz que Deus é moralmente irrelevante e que basta um código penal e meios para o implementar para nos portarmos regra geral bem.
Isto foi o que eu percebi de forma indirecta, pelo que tu escreveste, porque sou ignorante e não conheço o pensamento do Eco em relação a esta matéria. mas ora, a ser assim, o Eco não confirma o russo. Confirma coisa bem diferente da coisa do russo. É isso que me parece que não está claro. Pronto. O resto está tudo muito bem e engraçado.
Se eu estiver enganado, se tiver percebido mal, só tens de dizer assim: "epá, és burro, estás enganado, é assim e assim e assado". Pronto, e eu depois eventualmente respondia, agradecendo a correcção ou contestando eventuais novas discordâncias ou reforçando anteriores discordâncias. E depois tu por aí fora. Não era mais bonito? Ninguém te obriga, não é "dogma", mas era mais bonito e construtivo. Ou não era?
Mas afinal o J é o Jota ou é o Jacarandá. É que quem assinava jacarandá era o Ácaro Jagunço. Perdi-me. Que se lixe.
J, o Dostoyevsky diz essa frase no livro, mas do livro não resulta isso. Pode-se até entender o contrário. Levar a discussão para aqui é partir do principio que as sinopses que aqui têm saído tem qualquer coisa de certo ou que de facto traduzem o livro. Errado. Isto é um divertimento um exercício de estilo. Os karamazov é uma obra prima genial e de que gostei muito, com uma complexidade e uma construção de personagens notável. Pelo meio há toda uma discussão religiosa, onde entre muitas outras ressalta aquela frase.
RaspuSemTino
até tenho os olhos tortos a seguir a pingpongada dos vossos comentários... acho que devem convidar o Rousseau para arbitrar, não vá o gajo lá de cima estar no seu posto 'watching you' e ainda vos lixa com a Barca do Inferno
Eu é que sou o verdadeiro Jacarandá. Ou Jubiabá, depende. Não sei quem é esse jagunço.
Pronto, assim é mais bonito, ou não é?
Epá, acho que sim que é divertido, mas nem sequer é isso que estou a questionar. É a frase que citaste, é o que sabemos para além do que está aqui no blog e é a associação que depois fizeste ao Eco. Não é por mais nada em particular senão a vontade de conversar em torno de uma frase que sempre achei interessante e que é das mais citadas da história da literatura.
Pois, eu sei que o livro é um mundo e espelha diversas visões da vida, cada irmão é um prisma. Mas pelo que entendi, prevalece no livro a tese do irmão Ivan que é o gajo que, se não estou em erro, profere essa frase, que é uma reacção filosófica ao ateísmo que na altura começou a varrer a Europa. Segundo percebi, a inclinação do escritor, mesmo não morrendo de amores pelo vaticano, vai no sentido da tese que essa frase encerra, espécie de denúncia do putativo nihilismo moral sem deus. É pelo menos nesse sentido que a obra tem sido entendida por muita gente.
É isto que, em última e sintética análise, resulta do livro. Basicamente que o russo, na altura dele, antes das democracias e dos verdadeiros estados de direito, não iria concordar muito com o Eco, que se bem entendi acha que deus é dispensável em matéria de moral e bons costumes. Isto é, não confirma. Ou não é assim?
Truta S. fazes bem em seguir os marretas daqui mas tem cuidado com eles. Os gajos mordem...
Nosferatu
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