13/07/09

A Sinfonia Pastoral de André Gide, por Canibal


Gide é um dos nomes maiores da literatura francesa contemporânea, Nobel da literatura em 1947. Admiro-lhe a fluidez e naturalidade da escrita, bem como as suas tensões permanentes e a densidade psicológica dos seus personagens. Trata-se de um autor que já estava na minha lista há anos, mas cujos livros nunca encontrei. Até que, na semana passada, fui à FNAC dos Fornos. Saí de lá com três Gides, este, A Porta Estreita e Os Moedeiros Falsos. Já li os dois primeiros e vou a meio do terceiro. Não sei, pois, se este post é sobre um livro de Gide, se sobre o papel incontornável da FNAC dos Fornos na minha educação literária…

O argumento deste Sinfonia Pastoral é uma coisa poderosa que, em certos aspectos, remete para Dorian Gray de Oscar Wilde. O cenário é o de um triângulo amoroso: uma rapariga cega, gradualmente, apaixona-se pelo seu preceptor, um pastor protestante, que também está apaixonado por ela mas que sublima essa paixão. O filho do pastor também se apaixona pela rapariga mas não é correspondido.

Entretanto há a possibilidade de uma operação devolver a visão à rapariga. E com esta perspectiva o pastor entra em pânico: será que, ao recuperar a vista, ela vai deixar de gostar dele? Passará a amar o filho dele? O dilema remete para a parábola bíblica - e a ressonância religiosa está sempre presente na obra de Gide - do «Olhar». Não será o cego, ou seja, aquele que está livre da ilusão da aparência física, quem vê mais profundamente? Como vemos melhor - com a visão física ou com os olhos da alma? O que é que é mais determinante - o ser físico, que apreendo pelos olhos, ou o ser «espiritual» que apreendo pelos «olhos da alma»?


19 comentários:

Anónimo disse...

Fnac dos Fornos é a Srª sua Mãe que não tem culpa do filho que tem.

Quando muito Fnac de Vilela, ou do Calvário, ou do Sítio da Caveira. Fornos é terra leitoeira e não livreira.

E do Gide ainda lá há o Subterrâneos do Vaticano.

Do Index Lletraferits:

GIDE, ANDRÉ GIDE (1869-1951)
(FRANÇA) (NOBEL EM 1947)
A PORTA ESTREITA (1909) (La Porte Étroite) (XXX)

OS SUBTERRÂNEOS DO VATICANO (1914) (Les Caves Du Vatican)

A SINFONIA PASTORAL (1919) (La Symphonie Pastorale) (XX)

OS MOEDEIROS FALSOS (1925) (Les Faux-Monnayeurs) (XXXX)

ass: Cérberus

Forneiro disse...

O Gide parece que era panilas, mas pronto.

Anónimo disse...

Parece não, era mesmo. E daí?

Anónimo disse...

Panilas, ainda é como o outro, mas a coisa acompanhava com a pedofilia. Rapazinhos tenrinhos era o viciozito do Gide. São famosas as suas viagens à Argélia. Por vezes os monstros escrevem que é uma maravilha.

ass: Fnac do Calvário

Nobel da Literatura desta vez continua a não ser o torga disse...

Pois é, panilas e pederasta, o gide, mas parece que escrevia bem, o franciú panilas e pederasta, como cá o (eu)génio de andrade...

Anónimo disse...

E o Verlaine que afiambrava na criancinha do Rimbaud e que além de o rechear lhe espetou um tirou que o meteu em alucinações. O alucinado desata em poesia faz uma obra prima e foge para a etiópia onde não mais poeta coisa nenhuma. E podem crer que o mau da fita é o Rimbaud. Um demónio.

ass: Ardo Como Deve Ser! Vem demónio!

Anónimo disse...

Achoq ue o forneiro ficava admirado se soubesse a quantidade de panilas que foram geniais. Na literatura, na música, na pintura, em tudo...

Forneiro disse...

Admirado, eu? Eu até venho aqui ler anónimos que o são também...

Anónimo disse...

Forneiro: para além de seres burro és uma cavalgadura à solta. Ainda por cima uma cavalgadura homofóbica, o que é sempre suspeito...

Forneiro disse...

pnaleirónimo: vale mais dar o nome que emprestar o cu.

Anónimo disse...

Qual é o problema de emprestar o cu??
Ómessa, o cu é seu?

ass: ÀespreitaDoArmário

Forneiro danado para o traseiro disse...

já tem sido, por empréstimo, armário

Anónimo disse...

meia volta o tapor atrai asnos do quilate deste forneiro. é sina, mas já tamos habituados. Adiante...

forneirotto disse...

Gosto deste anónimo. Faz-me alembrar o António Botto (roto) que escreveu: "Nunca levaste no cu /nem nas perninhas / aposto-/ Mas de um homem como tu / lavadinho / e todo nu / gosto. Também gosto de fedelhos /(anónimos, digo eu forneiro): vou-lhes ao cu / dou-lhes conselhos. / Enfim, gosto."

Antigoucha baiona disse...

Homofobia é não gostar de homens, portanto não sou homófobo: o que não gosto é de paneleiragem.

Cão disse...

Ó Grão, põe ordem na estriqueira: atão agora andam práquí a chamar-se panilas uns aos outros? Cumu é?

Anónimo disse...

Cão, esta gente está para lá da salvação e não há Grão que lhes consiga deitar a mão.

ass: Zé Manápula, Decurião de Manipulo

salvaCão disse...

Também me parece

Anónimo disse...

à conta do Tapor tenho gasto parte substancial da minha mesada em objectos de consumo cultural. Este Gide vai ficar em standby pelo claro preconceito de se tratar de um intelectual francês...o que é sempre coisa perniciosa. Seja como for se gosta de literatura francófona mergulhe a fundo no Michel Houellebecq e nas "Particulas Elementares" e na "Possibilidade de uma Ilha"...isso sim é literatura de ponta.
Saudações Insulares
JNAS
(www.ilhas.blogspot.com)