10/11/09

Gina – A Verdadeira Trombeta Da Revolução (Gina – Parte 1), por Rodox


Nos dias seguintes à doideira televisiva do pós-25 de Abril, vim para a rua e para a cidade, expectante da novidade e mudança. Afinal e contudo, prós meus olhos de puto de ciclo nada tinha mudado. Ao contrário da Tv, aqui por Coimbra não havia soldados pelas ruas, chaimites nas praças, ou cravos nas lapelas. Os prédios estavam na mesma, as pessoas passavam na mesma a caminho dos empregos e demais destinos, cafés normais, aulas normais, autocarros normais, jornais normais. Ora, porra, mas afinal o que mudou agora que caiu a recém descoberta ditadura e que se vai fazer o homem novo? Frustração total. O “anormal”, o “revolucionário” estavam escondidos na Tv ou em Lisboa, ou então reservados ao mundo adulto. Que se lixe a revolução!, tudo na mesma comá lesma!

De repente, poucos dias a seguir, tropecei na revolução! Nos quiosques e bancas de jornais, apareceram as Ginas. E não eram fechadas, mas abertas e escancaradas. Cenas hard de enrabadelas, esporradelas e canzanas, não a posição, mas mesmo com canzanas enormes e uivantes. A doideira pornográfica explodiu e as Ginas - suprema bandeira e vanguarda -, apareciam agora pelas ruas a fora, com pompa e muita gosma. Viva Revolução! Mas mais, não só a coisa era escancarada, como toda a gente se estava nas tintas para os putos ranhosos, que descaradamente gastavam em Ginas a féria da refeição da cantina e do bilhete de troley!

Foi aí e só aí que me apercebi da mudança revolucionária. Agora sim havia revolução, abertura e liberdade. Pouco depois já se viam os cartazes a anunciar o Último Tango Em Paris e liberdade das liberdades, o Garganta Funda começou a passar no Avenida. Os cartazes de cinema que anunciavam a onda porno eram explícitos e duros. A horda moralista andava de bola baixa e só alguns anos depois é que se começaram a ouvir as primeiras vozes contra o desparrame. Quais cravos, quais chaimites, quais cabeludos, quais carapuças, Gina, meus caros, a Gina é que foi a trombeta anunciadora da revolução e a grande viragem em relação à antiga senhora. Que aderiu ao porno também, vintage, claro!

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu andava no primeiro ano do ciclo e lembro-me de pensar ”mas como é que esta senhora do quiosque, onde eu até há pouco tempo atrás só podia comprar cromos da História de Portugal tão sisudos e revistas do major alvega, de repente nos põe aqui escancaradas à porta estas revistas, para os putos folhearem à vontade?”. Todas as vezes que vinha do ciclo, eu fazia uma pequena peregrinação ao quiosque para passar mais umas páginas da revista, tá claro, sob o olhar maternal e complacente da dona. Agora, acho isto tudo ainda mais bizarro. Tempos esquisitos. E gloriosos. Eu tenho também outras histórias desse tempo que nunca mais acabavam. Olha, nem de propósito, revi ontem o Goodbye Lenine.

gino

Anónimo disse...

Cambada de porcos... andaram aqui a chafurdar e agora nem se lembram de mim.

Tânia

Anónimo disse...

A Tânia tem toda a razão. É uma injustiça o seu esquecimento. Rodox, pk é k não sai post sobre a tânia?
TNT

Anónimo disse...

a tânia é o mesmo produto da gina. é um sucedâneo posterior tb da Rodox.

antes disso estaria a week end sex, o porno em formato de bolso e a própria rodox que por altura do 25 de abril fazia revsitas e filmes de porno infantil, à venda no norte da europa mas não por cá. depois a malta da rodox enxergou-se e e com outros fez a private, que é o que se vê, uma rodox bem feita e com meios mas sem bicharada e casapianos.

the absolute master

Anónimo disse...

Master, deixa-te de superficialidades e faz um comment mais desenvolvido que eu transformo em post

Anónimo disse...

genial, rapaz, e pensaste tudo isso sózinho?



pseudo master