E lá vão 12! Como meço a minha vida em Mundiais, fiz ontem 12 Mundiais. Desde 66 (embora aí eu não tenha qualquer memória) que sou um fanático do mundialismo. Também não me lembro do de 70 e só vagamente recordo o de 74, mas a partir do de 78, na argentina de Kempes (campeão contra a holanda de Resenbrink), vivo-os todos intensamente.
Bom, quase todos. Quando o futebol anti-espectáculo começou a triunfar, eu só cumpri uma espécie de obrigação burocrática. Assim foi nos EUA ganhos pelo Brasil do Dunga e do Zinho, a maior traição à tradição futebolística do escrete de todos os tempos, um mundial funesto que subverteu para sempre o estilo artístico dos canarinhos. Até neste Mundial de 2010, o Brasil dessa amostra de treinador com nome de anão, o dunga, continuou na senda traidora, deixando de fora craques como Alexandre Pato, Paulo Ganso, Ronaldinho, David Luiz, Neymar, Marcelo ou Diego para optar pelos Melos, G. Silvas, Bastos, Klébersons e quejandos. Felizmente foram para casa, pode ser que o Brasil entenda que tem responsabilidades históricas acrescidas: quem representa a velha tradição de Vává, Didi, Garrincha, Pelé, Tostão, Gerson, Rivelino, Junior, Falcão, Zico, Sócrates, Ronaldo e Rivaldo não pode pensar em jogar com onze armários.
Desse ponto de vista a Espanha que ontem se sagrou campeã mundial é uma lição para o Brasil. Porque a Espanha assumiu um modelo de jogo que previligia o futebol espectáculo e mostrou que é possível ser-se campeão jogando bonito. Oxalá os brasileiros compreendam que é desse lado da barricada que devem estar.
Mesmo a Holanda, com uma equipa bem mais limitada que a Espanha (concordo com quem diz que esta é a pior geração holandesa dos últimos tempos), nunca foi uma equipa defensiva. E embora não tenha tido na final uma posse de bola que lhe permitisse praticar um futebol muito vistoso, soube pressionar muito alto (com excessos violentos é certo), e impedir a Espanha de jogar no seu meio campo. Só no fim nuestros hermanos o conseguiram fazer. Mesmo assim, prefiro o pressing alto da holanda com a sua dureza e a sua filosofia de querer ganhar o jogo, à filosofia daquelas equipas muito apreciadas sobretudo por aqueles que não gostam verdadeiramente de ver futebol, que se limitam a meter onze armários atrás da linha da bola e a tentar surpreender em contra ataques.
Destaco também a Alemanha, outro exemplo de futebol acutilante, uma máquina de fazer golos. Foi pena que Low, o seu treinador, tenha cedido ao medo e que, no jogo com a espanha, tenha alterado a sua filosofia de jogo que tantos frutos tinha dado até então. De facto, ao contrário do que fizeram em todos os outros jogos, os alemães apostoram, no jogo com a espanha, no futebol de contenção. Lixaram-se. Sairam com a sensação de não terem feito tudo o que estaria aos seu alcance. Demasiado parecidos com o portugalzeco do queirós...
Uma palavra ainda para a Argentina de Maradona. Apesar de goleados com a Alemanha, os Argentinos foram recebidos em delírio no seu país. Compreendo. Mais vale cair desta maneira, com quatro secos, dando tudo o que se tem, do que sair de rabinho entre as pernas com discursos bacocos e medrosos de quem não fez tudo o que podia (vide portugal). A Argentina dignificou o jogo e, pese embora alguns erros incompreensíveis na selecção de jogadores (como é possível não se convocar zanneti e cambiasso ou mesmo lucho e lisandro?), saiu com dignidade do Mundial.
Finalmente, a minha selecção do Mundial. Não escolho os jogadores que melhor alinharam na posição respectiva, faço algumas alterações relativamente às posições originais de cada jogador:
A bold a equipa titular, os outros são alternativas mas no caso dos avançados não é possível citar só uma.
Guarda redes: Casilhas (Esp.)
Alternativa (Stekelenburg (HOl)
Também gostei do Howard (EUA) do Neuer (Al) e do Eduardo (Por).
Defesa direito: Maicon (Br)
Alternativa: Van der Wiel (Hol)
Também bem o nosso Maxi Pereira (Ur)
Centrais: Piqué (esp) e Sergio Ramos (esp)
alternativas: Lúcio (Br) e Mertsaker (Al)
O friedrich (Al), o Puyol (esp), o bruto alves e o ricardo carvalho (Por) e o Tanaka, (Jap) também fizeram bons campeonatos.
Defesa esquerdo: Lahm (al)
Alternativa: Coentrão (Port)
Médios: Schweinsteiger (Al), Schneijder (Hol), Xavi (Esp) e Iniesta (Esp);
Alternativas: Khedira e Ozil (Al), Mascherano (Arg), Busquets (Esp), Donovan (EUA), Ayew (Gana), Rios e Diego Perez (Ur)
Avançados: Fórlan (Ur) e Robben (Hol)
Alternativas: Villa (Esp), Muller (Al), Suarez (Ur), Ghian (Gana), Altidore (EUA), Tevez e Messi (Arg), Javi Hernandez e Giovanni (Mex), Honda (Jap).
A minha selecção dava, portanto, 5 espanhóis, 2 holandeses, 2 alemães, 1 brasileiro e 1 uruguaio.
O melhor seleccionador foi, obviamente o senhor Don Del Bosque (Esp) seguido pelo Joachim Low (Al) (uma pena a traição a si própprio no jogo com a Espanha....) e pelo Marwick (Hol). Nota alta ainda para os seleccionadores do Uruguai, Bielsa e do Paraguai (nem sei o nome) que com uma equipa sem nomes soube ir longe...
E, finalmente, o melhor jogador do Mundial foi, para mim, o Xavi (Esp), cuja eleição só não é unânime porque não é um individualista, mas um soberbo jogador de equipa. De qualquer modo a escolha de Fórlan (Ur) ou de Iniesta (Esp) também não chocam.
E prontos, daqui a quatro anos há mais, faço nessa altura 13 Mundiais de Futebol... Um jovem, praticamente.
P.S. No pic, a apresentadora da TVE, sara carbonero, namorada de iker casilhas. rezam as crónicas que foi a principal inimiga de la Roja porque parece que desconcentrava o rapaz quando se encontrava a fazer reportagens atrás da baliza.
2 comentários:
deixo a equipa que teria ganho o Mundial:
Quim
Maxi Luisão D. luiz Coentrão
J Garcia
Ramires Aimar Di Maria
Saviola Cardozo
Estes é que limpavam aquilo tudo e a dar espectáculo.
Completamente de acordo, super ;-)Manolete
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