Eu não entendo, por exemplo, que a música mariachi do méxico seja minimamente comparável ao patamar estratosférico em que o fado se situa. Naquela lista da Unesco aparecem lá procissões não sei se da hungria se da república checa, práticas agrícolas do brasil e de áfrica e outras coisas que tais. Estão a brincar comigo? Fado e mariachis? O fado é património da humanidade como a música de Mozart e de Bach, como a bossa nova, como o tango, como o flamenco. Agora como os mariachis?
É por isso que eu acho que, do ponto de vista cultural o fado é aqui puxado para baixo e não para cima. E por isso não me espanta nada que já se esteja a preparar em Portugal a candidatura do, pasme-se, cante alentejano a Património Imaterial da Humanidade. A seguir virá o corridinho, o kuduro e ainda havemos de chegar a apresentar as candidaturas do bacalhau à zé do pipo ou da chanfana a património imaterial da humanidade. Bastaria um critério para distinguir o fado destas manifestações mais ou menos folclóricas: o fado (como o tango, a bossa nova ou a ópera) teve uma intérprete genial e imortal: a divina Amália! E sem um intérprete desta dimensão nenhuma manifestação cultural devia ser declarada património imaterial da humanidade.
1 comentário:
mariachi é um estilo de vida e nesse aspecto dá 15 a zero no fado. Este tipo de listas só dà é vontade de rir. O tuga é que devia estar na lista. É com cada preocupação! O rock o metal o jazz o pop... Também lá estão? Ou será o fado mais que uma agulha num palheiro comparado com esses estilos?
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