17/09/08

Alguém Quer Ir?, por Marado

Vi a publicidade na TV e chamou-me a atenção. Depois o P. foi ver o filme e disse que era magnífico, imperdível, etc. Anteontem encontrei o J. a cantarolar uma música do Dino Meira e desconfiei:
- Foste ver Aquele Querido Mês de Agosto, pá?
Ele disse que sim e esteve cinco minutos a gabar o filme.
Entretanto o R. que ouviu a conversa também se juntou e confessou-se extasiado. O J. é um apreciador crítico da Cindy Sherman e um leitor atento da obra de Giorgio Agamben. O R. fala muito alto, transpira dos sovacos e aprecia mais o Tony Carreira.
Pensei que um filme que agrada a gente tão diferente deve ser mesmo muito bom. Ou muito mau, não sei bem...

Ontem perguntei ao Mangas se queria ir ver o filme, mas ele disse que já tinha visto uma parte no You Tube (ah bom...) e, claro, foi dormir a sesta. Ainda não fui ver Aquele Querido Mês de Agosto, o segundo filme de Miguel Gomes, filmado em Coja e em Arganil com o recurso a intérpretes locais. O argumento tem como pano de fundo o universo rural do interior de Portugal, a banda sonora é 100% pimba e inclui os ícones Dino Meira e Marante. Lanço aqui o repto: quem é que quer ir ver o filme comigo ao Dolce Vita? Amanhã não, claro, que dá o Benfica na televisão...

O fabulosod Dino Meira em http://www.youtube.com/watch?v=vC06ftidij4

15 comentários:

Anónimo disse...

epa o pessoal se ainda n virem este filme fixeram mt bem, perdi quase 3 horas da minha vida a ver esta merda para sociologia... o filme n tem pes nem cabeça e e so labregos a falar... eu ate gosto de cinema tuga mas este filme n prestigia em nada o mesmo. ai ai

Anónimo disse...

Eu vi o futuro do cinema português.

Anónimo disse...

se calhar este é um filme mais dirigido aquelas pessoas que nasceram em meios pequenos, perto de aldeias, que vao la nas férias, ou que emigraram...

esses sim sabem dar valor a este filme e tirar dele o contexto.

Anónimo disse...

Vi ontem o filme. E foi um alívio ver finalmente um filme português digno desses dois nomes! Normalmente avalio o quanto gostei de um filme pelo tempo que levamos a falar do filme no carro, no caminho para casa. Sobre este, 24 horas passadas, ainda falamos aqui em casa. Um filme inteligente, sensível e corajoso. Tiro-lhe o meu chapéu!

Anónimo disse...

marante e diapasão: deuses!

Anónimo disse...

se pagar o bilhete eu vou consigo ...

Anónimo disse...

Não seja por isso, «nãocinefola».Mas já reparaste bem no meu nick?
Marado

Anónimo disse...

Ora pois é claro que reparei!

Anónimo disse...

taba a ber co piçoal tinha bazado todo.
como se a famosa (e famigerada) sesta do Mangas se tivesse volvido seminal condição (d)existencial da maltosa do Tapor.

Anónimo disse...

"A canção comove-a, mas Sabina não leva a sua emoção a sério. Sabe perfeitamente que essa canção não passa de uma linda mentira. No momento em que é reconhecido como mentira, o kitsch passa a situar-se no contexto do não-kitsch. Perde o seu poder autoritário e torna-se comovente como qualquer outra fraqueza humana. Porque nenhum de nós é o super-homem e escapa totalmente ao kitsch. Por muito que o desprezemos, o kitsch não deixa de ser parte integrante da condição humana."

A Insustentável Leveza do Ser


Porra!, gostei tanto deste filme outoniço. Comoveu-me tanto este filme que “administra sabiamente a tristeza” com uma câmara dotada de uma sabedoria trágica edipiana (não freudulenta!).
Parece que o Truffaut dizia que as canções da rádio, às vezes, dizem a verdade, e, em bom rigor, esta veridicção da canção pimba opera pela sua truncagem no seu anverso especular – a mentira e a sua hiperpotência narrativa.
Não sei se o Miguel Gomes leu o Kundera, mas sei que, com mestria e rigor, subtraiu ao kitsch toda a comoção que ao peso do kitsch se pode subtrair – na razão directa do tempo e na razão inversa da distância.

britannicus

Anónimo disse...

Já agora! Anda para aí um gajo que também "administra sabiamente a tristeza" e escreve, escreve como nenhum escritor português escreve, sobre as assombrações dos cafés de província e a garridice da féerie gritante das feiras populares, que também devia ser obrigado a ver o filme. Levem o gajo! É que eu acho que o Miguel Gomes já o leu.

Anónimo disse...

Sei a quem te referes, Brit. E acho que sim que o gajo devia ver este filme. O problema é que ele mora no fim do mundo para o levar. Mas como ele é do Porco acho que basta dizer-lhe daqui: Cão, vai ver o filme, pá! Obrigatório...
Marado
P.S. No sábado fui ver o filme. Excelente. Quand tiver um minuto prometo um postetizo a contar as minhas impressões. ah e fiquei à espera da não cinefola, guardei cinco euros pra ela e tudo, mas como ela não disse nada... Fica pá próxima.

Anónimo disse...

Ora que pena!
E Eu que fiquei ali esperando à porta do cinema a ver se via um Marado…
Bom na verdade eles eram tantos que fiquei um
Pouco Confusa.
Paciência fica para a próxima

Anónimo disse...

fogo

Anónimo disse...

Tás a ver o 3º marado a contar da esquerda, nãocifola? aquele com um ar esgaziado, bigodinho à cigano e sapatos em bico pra matar aranhas no canto das paredes? Era eu. Mas não te reconheci e acabei por ir sozinho, com muita pena minha...
Marado