21/10/08

O Que é Estrada Nacional é Bom, por Carvalheira

O jornal As Beiras de sexta feira passada publicou uma reportagem (?) que vale a pena ler. Trata-se da actual vaga de trabalhadoras sexuais, vulgo putedo, que invadiu nos últimos tempos as estradas nacionais do nosso Portugal de brandos costumes. Quem passa diariamente por uma destas estradas sabe de que é que estou a falar. Há muitos anos atrás o putedo de beira de estrada era produto exclusivamente nacional: as senhoras apresentavam-se mal vestidas, de apresentação descuidada e com um aspecto mais ou menos pouco higiénico, digamos assim. Geralmente estas trabalhadoras aparentavam provectas idades, o que sempre me fez suspeitar dos gostos gerontófilos do cliente portuga.

Nos últimos anos, porém, a beira de estrada das E Enes passou a ser frequentada por jovens de óptimo aspecto, bem vestidas, arranjadas, mesmo equipadas com cabedais a rigor, altas mini saias e estratosféricos sapatos de salto alto. Em suma, a beira de estrada portuga, passou a ter gajas MESMO boazonas em vez do refugo habitual.


Vem o jornal As Beiras, no que pode ser considerado um inestimável serviço de informação prestado à comunidade nacional, indagar acerca da identidade desta nouvelle vague de trabalhadoras sexuais. Quem são? Donde vêm? Quanto é que temos de pagar pelo serviço completo?

O jornalista responde a todas estas perguntas e a muitas outras mas coloca-se numa perspectiva, no mínimo, curiosa. É que, segundo a reportagem, estas senhoras boazonas são uma ameaça ao produto nacional! Pasmei.. O jornalista vai entrevistar as veteranas portuguesas das E Enes e conclui que elas estão a ver os seus postos de trabalho ameaçados por aquilo que é, afinal, uma vaga de emigração de Leste. O que se passa é que as boazudas são Ucranianas, Romenas e Belas Russas que abafaram (literalmente) a concorrência portuga porque são melhores, mais jovens e ainda por cima abundantes e diversificadas porque mudam de semana a semana. Queixa-se uma prostituta portuguesa que nem baixando o preço do serviço completo de 20 para 15 euros consegue atrair clientes! Estes preferem as estrangeiras, o que pode ser considerado uma manifestação torpe de falta de patriotismo. O testemunho de uma das nossas conterrâneas é particularmente comovente. A dita senhora que anda na casa dos 40 e tem cerca de 20 de trabalho na E Ene, queixa-se na entrevista que a concorrência não é só desleal: viola mesmo os princípio mais elemntares da decência e da deontologia profissional. Palavras da própria:

- Ando nisto há mais de 20 anos e nunca vi como isto. Vêm quase nuas para estrada, é uma pouca vergonha, não têm decência nenhuma.


Deviam proteger o produto nacional. Quando são as próprias prostitutas a queixarem-se da sem vergonhice das colegas estrangeiras é sinal de duas coisas:

uma: de que a crise aperta e toca a todas;

duas: de que, em consonância, a xenofobia não poupa nem as putas!

5 comentários:

Anónimo disse...

Isto é culpa da CEE, pá! Eu acho que devia haver uma Confraria da Puta Portuguesa, assim como há as confrarias da chanfana e do espumante da bairrada. O Carvalheira devia ser o grão mestre e o resto da malta do tapornumporco arranjava umas fatiotas catitas e ia pelas È Enes provar e certificar o material.

Anónimo disse...

ó anónimo tu deves ser do tempo das putas velhas CEE? CEE? isso era no século passado


Camionista

Anónimo disse...

O anónimo da CEE é tão velho tão velho que a última que deu ainda se escrevia com pê agá.
Anónima da UE

Anónimo disse...

Ó minha amiga, sou o que tu quiseres, mas olha as phodas do meu tempo eram mais longas que as fodas deste tempo de ejaculadores precócios.

Anónimo disse...

isso dizes tu. Falam, falam, falam mas eu não os vejo fazer nada...
Anónima da UE