
Para aqueles que – e não tenho dúvidas de que, pese embora os resultados das misteriosas sondagens, somos a maioria - queremos varrer com os xuxas do poder, a única questão que se coloca nestas eleições é: qual o voto mais eficaz para conseguirmos correr com eles?
A questão, uma vez na vida, já não é se os outros são melhores. Piores não podem ser por impossibilidade ontológica absoluta. Portanto, nestas eleições, não está em causa nenhum «projecto europeu», nem a qualidade de um candidato em especial, nem a superioridade de uma ideologia, nada, a não ser limpar o panorama político do lixo xuxialista. É uma questão nuclear: trata-se, literalmente, de encontrar a maneira mais eficaz de exterminarmos os xuxas! É assim que deve colocar a questão, quem, como eu, quer, sinceramente, livrar-se do pior governo e do pior vírus político que varreu Portugal desde que tenho memória política.
Colocada a questão com esta crueza meridiana, creio que é de afastar o canto das sereias que por aí anda e que apela ao cómodo voto branco como voto de protesto. É um erro tremendo que nos pode custar muito caro!
Em primeiro lugar porque o voto em branco interessa a quem? Aos xuxas, claro. Objectivamente um voto em branco é um voto no ingenheiro. Estão em jogo 21 lugares no Parlamento Europeu, se não estou em erro. Se se verificarem 65% de votos em branco e em abstenções (sondagens) segue-se que o ps, ainda segundo as sondagens, elege 9 deputados, um a mais que o psd e os outros são para os pequenos partidos. Objectivamente os 65% que vão votar branco ou abster-se se votassem noutro partido qualquer, pura e simplesmente, varriam os xuxas! Eu repito: varriam-nos!
Mas se votarem em branco eles ganham as eleições! É portanto muito simples: se querem que os xuxas percam é só não votarem em branco. Os indefectíveis do aparelho e os seus clientes garantem-lhes a eleição. Eles agradecem. Farão depois o choradinho do costume, tipo «estamos muito preocupados com a abstenção e com os brancos e etc e tal», mas em privado esfregam as mãos de contentes que esta já cá canta, ó vital passa aí o camarão… E não me venham com a treta do «significado simbólico do voto em branco» porque isso dá para tudo e cada um enfia a carapuça que quiser. Os xuxas dirão, certamente, que o voto em branco é culpa da oposição destrutiva, ó vital passa aí o champanhe…
Uma das provas mais elucidativas de que o voto em branco interessa aos xuxas é vermos quem defende tal opção. Não é por acaso que personagens do regime como o inenarrável marinho pinto e o vitorino xuxa já vieram a terreiro defender o branco. Marinho pinto a sustentar que é uma arma de protesto político (é pena é que seja uma arma de pólvora seca); e o Vitorino xuxa defendeu a superioridade moral do branco sobre a abstenção (como se essas fossem as duas únicas possibilidades). Convém-lhes, claro, mas aposto que nenhum deles vai votar em branco...
Este discurso de defesa dos brancos convém ainda ao simpatizante xuxa anónimo. Este apelo cai bem nas consciências pesadas daqueles que passaram os últimos anos a defender os xuxas, mas que agora têm pudor em votar neles, sem que, contudo, tenham a coragem suficiente de serem coerentes, assumindo o voto pêsse. Pessoalmente, respeito mais os que sempre defenderam os xuxas e que agora, coerentemente, vão votar neles do que aqueles que passaram o tempo a defendê-los e que agora vêm muito enojados, coitadinhos, defender o voto em branco. Assumam-se, fónix! Este é o tipo de gente pequenina que, enfim, me mete nojo…
Além disso o voto em branco não vale nada porque não é durável. Se acontecesse uma percentagem brutal de votos em branco, coisa em que não acredito, daqui a alguns meses já ninguém se lembraria. O que perdura são os lugarzinhos com os seus eurodeputados lá sentadinhos. O que perdura são as vitórias e as derrotas nas eleições. Passados os dois dias de choradinho e o respectivo «prós e contras» na televisão pública dedicado à qualidade da democracia, já ninguém ligará aos brancos. Mas a vitória xuxa, essa aí estará, se não votarmos contra eles, com uma duração de quatro anos.
Resta ainda que o voto em branco só faria sentido se correspondesse a algo de efectivo, por exemplo, se uma certa percentagem de brancos implicasse a vagatura de x mandatos. Mas não é assim, os lugares são sempre preenchidos, quer haja um quer hajam milhões de votos em branco. E enquanto não mudarem as regras, os brancos não são mais que uma miserável vitória de Pirro.
Em suma, não chega, de modo algum, votar em branco. É preciso ir lá e votar contra o socas. Há que votar! Votar à esquerda ou à direita mas contra os xuxas! E eu votava nem que fosse no emplastro, no tatonas, no batatoon, só para tirar a clique xuxialista do poder. Aqueles que querem REALMENTE correr com o socas e com os seus muchachos só podem ir votar contra eles. Onde quiserem mas CONTRA eles. E aqueles que dizem estar fartos dos pêesses, mas, ainda assim, aconselham o voto em branco, das duas uma: ou são ingénuos ou são xuxas (mais ou menos decepcionados, mas sobretudo, xuxas). Agora fiquem em casa ou votem em branco em vez de votarem contra eles… Depois não se queixem!