Recentemente, numa tarde chuvosa aproveitei para me debruçar sobre vários artigos e programas referentes a actual crise económica global . O dia estava cinzento e a leitura só carregava o barómetro, desesperante. Esta conturbada crise já foi interpelada com várias e diferentes soluções. Cada semana é surpreendida com uma nova medida messiânica para aplacar a inércia fatal desta crise. As medidas não são bem vindas por todos e sempre há alguém que deita as mãos à cabeça e clama por um salvador ou no mínimo por um profeta que nos oriente neste caos. Se há algum consenso neste denso tráfico de opiniões, é essencialmente em dois pontos. Primeiro, ninguém deu com a solução para uma crise que é global e multifactorial e o que é pior, não sabem quando acabará. E já agora, pergunto, para que servem os economistas?. A resposta seria fácil se a razão fosse só económica, mas estamos não só perante uma crise de liquidez, também é uma crise de valores e isto não se resolve com dinheiro. Precisamos de partidos políticos com menos demagogia, intelectualmente superiores, menos dialéctica mísera e mais acordos ou consensos em questões fulcrais. O segundo ponto de encontro, é que todos concordam que a crise não será para as economias capazes de adaptar-se e encontrar novas soluções e ideias (I+D). Já não se considera suficiente um extenso curriculum académico e ampla experiencia profissional, não chega. É preciso mostrar uma formação emocional sólida, que arraste positivamente que traga motivação, e inclusivamente que demonstrem um compromisso ou colaboração em projectos comuns ou solidários. Por outras palavras, não se procuram robots com habilidades técnicas e aptidões profissionais sobradas, procuram-se indivíduos que tenham estabilidade emocional, ideias e, uma raridade, ideais.
A net é o paradigma desta nova geração e um bom exemplo é o projecto Playing for Change. Este demonstra uma maneira de nos aproximarmos utilizando a rede, de encontrar novos talentos e formas de comunicação, juntando sentimento e afinidades para um projecto comum que vigorize a humanidade. As crises são como trovoadas que acabam numa alegre tarde, onde a luz nos surpreende, tudo tem um brilho especial, o aroma enche a atmosfera de esperança e os sons agradam. As crises, como as guerras, arrasam e só os brotes da nova geração sobrevivem. O resto ou nos adaptamos ou somos arrastados pelo alude.
No matter who you are, no matter where you go in your life. At some point you’re going to need somebody to stand by you.
http://www.youtube.com/watch?v=cI_0Hyn57Lk&feature=fvsr
9 comentários:
Isto do stand by me é uma parolice pseudo-solidária. Caridadezinhas ou o carago. Bardamerda mais isto.
Ó anti nem vejo tanto a coisa pelo seu lado ético de solidariedade e isso. vejo-a pelo lado estético e, desse ponto de vista, a coisa parece-me muito interessante.
Anti-anti
Esteticamente, prefiro Grapelli, Menuhin, Costello, Brahms. Isto não me diz nada. É tipo TVI global.
Bem eu esteticamente podia dizer que prefiro Mozart. Shostakovich, Bach e Schoenberg. Mas isso faz deste projecto um projecto, esteticamente, menor? O raciocínio é: como gosto muito de Wagner os Clash e os Pearl jam são desinteressantes? Ná...
Anti-anti-anti-anti
Não é preciso ir buscar nomes nenhuns, de facto. Este projecto é uma merda.
Pronto, então com esse argumento de que este projecto é uma merda e prontos, já me calo...
antiantiantiantiantianti
Já que concordas, isto não é um projecto, é um dejecto.
a CARIDADEZINHA de pacotilha, quer das ONG quer dos governos são um nojo indescritível que pura e simpklesmente deveria ser cortado.
era mil vezes preferível comprar-lhes as bananas, o café, a copra, o ferro etc etc a preços justos, isto é, dar-lhes lucro nas suas produções e exportações, do que andar a meter-lhes farinha e aspirina pelas goelas abaixo que além de os engasgar, envergonhar, alimentar governos corruptos e senhores da guerra ainda lhes aniquila o resto da pouca agricultura e produção que têm.
e ninguém tem coragem de acabar com esta pouca vergonha.
gafanhoto
É isso tudo, gafanhoto, isso tudo. Merda para as caridadezinhas pós-modernas ou o carago.
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