
Adorei o carnaval de Havana, um acontecimento primitivo e eufórico, uma onda de energia que varre o Malecón que é literalmente ocupado por milhares e milhares de foliões. É como ver o carnaval do Rio mas há 70 anos atrás. Também devia ser assim, ainda desorganizado e popular. Os ritmos, aqui, são caribenhos e africanos e os metais limitam-se a seguir o frenesim dos batuques. As máscaras fazem lembrar os nosso próprios carnavais transmontanos, há gigantones, bonecos vermelhos como os de barcelos e uma vaca descontrolada que faz rir toda a gente, graúdos e pequenos. E há bailarinas praticamente nuas que se movem ao som dos ritmos dos trópicos a uma velocidade vertiginosa. São 23 horas devem estar 30 graus mas a temperatura parece aumentar com o passar da noite...
Mas segundo o taxista (que combateu em Angola nos anos 80) o carnaval de Havana nem é o melhor:
- Deviam ver o de Guantánamo que dura 24 horas, noite e dia, durante uma semana. Ao pé desse o de Havana é muito certinho. Em Guantánamo bebe-se ainda mais rum e as chicas é só escolher e apanhá-las...
Outra coisa que foi para mim uma grata surpresa foi a pintura cubana. Como este Carnaval de Víctor Patrício Landaluze (1830-1889), um basco que viveu na colónia, um retratista de costumes. Era assim, como o ilustra o pic do início do post, nem de propósito, que ele via o carnaval do seu tempo. O de hoje é mais assim:

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