14/03/12

O Odelino, Afinal, Sempre Existia, por Azeiteiro

Esta semana desfez-se, finalmente, o lamentável clima de suspeição que pairava sobre uma verdade por mim afirmada há já muitos anos. Existem verdades que demoram anos a serem confirmadas. Mas elas são como o azeite, as verdades, e vêm sempre ao de cima.

Tudo começou já lá vão uns 10 anos. Eu e o L. regressávamos de umas férias na Ilha do Sal e para nos entretermos das agruras da viagem de avião, vínhamos a jogar ao stop, aquele jogo infantil de dizer nomes de capitais, plantas e bichos começados pelas letras do alfabeto. Claro que o nosso jogo incluía temas um pouco alternativos como vocalistas de bandas americanas dos anos 70, filósofos suicidas e, claro, restaurantes da zona centro. Chegados à letra O com o jogo praticamente empatado, eu resolvo a meu favor enfiando-lhe com o OdeLino. O L. não achou piada e declarou a inexistência do Odelino. Eu teimei que o Odelino existia mas não o consegui convencer e o jogo acabou logo ali.

Mal aterrámos ele começou a campanha mais insistente de que há memória para anular a existência do Odelino. E, chegado a Coimbra, encontrou no G. o aliado ideal. O G. não perde uma oportunidade para afirmar a sua sapiência em matérias que vão desde a Igreja Universal da Geografia até às Correntes Estéticas do Porno Francês e cavalgou imediatamente a onda. O Odelino, defendeu o G., não existe. O Odelino nunca existiu. Ponto final. O L. exultou.

Esta aliança contra natura entre o L. e o G. durou, pois, cerca de 10 anos, durante os quais me infernizaram várias vezes os cafés que bebemos juntos. De cada vez que havia uma divergência de fundo sobre, digamos, a Iconoclastia dos Pintores de Vila Moura, lá me era atirado à cara que alguém que, como eu, tinha defendido a existência do Odelino, não tinha qualquer credibilidade. Eu defendia-me mas de nada valia. A existência do Odelino passara a depender do volume medido em decibéis atingidos pelas cordas vocais dos arguentes e eles eram dois contra um.

Até que, esta segunda feira, eu provei a existência do Odelino. É verdade que já não existe - atingido pela crise, o restaturante Odelino já fechou. Mas existiu durante muitos anos e existiu certamente à data em que o mencionei no jogo do stop. Tive a confirmação insofismável na segunda à tarde quando encontrei um gajo que foi dele cliente. É verdade: o A. garantiu a pés juntos que comeu lá muitas vezes e que o restaurante até nem era mau e que era, sobretudo, barato. Ficava numa daquelas ruazinhas ao pé da Diligência na baixa de Coimbra.

Feito o testemunho de fé do A. tratei de ligar imediatamente ao G. que confirmou, finalmente, que tanto ele como L. tinham estado a argumentar de má fé durante anos a fio e que, sim, é verdade, o Odelino existiu mesmo. Acho que vou passar os próximos 10 anos a infernizar-lhes os cafés que beberem entretanto comigo. E agradeço aqui, do fundo do coração, ao A. esse santo, essa azinheira de Fátima, esse testemunho vivo, em carne e osso, da realidade do Odelino. O A., já agora, só por uma questão de curiosidade, é a inicial de Adelino. E ainda dizem que não há bruxas...

3 comentários:

Anónimo disse...

ólhe que não doutor, ólhe que não.

ficamos a saber portanto que um certo rapaz garante de per si e sem mais ou necessidade de mais que em sitio não identificável e em período remoto e tendo já fechado terá existido um odelino de restauração. tá provado tá provado.

no mais é um chorrilho de inverdades que não ficam bem ao autor. o que foi dito é que a certa altura na net se tropeçou com um odelino em lousada ou coisa que o valha, coisa que o odelinista jamais sabia ou poderia saber, pelo que inventou um odelino, apenas porque começava por ó. aliás quando interrogado jamais referiu tal bicho como sendo em coimbra e muito menos na zona da democrática, da diligência ou do mijacão sitios frequentados amiúde por todos desde há centenários e que jamais tropeçaram num odelino ali.

e já agora, ódelino não é de ó adelino, mas sim diminuitivo carinhoso de adélio. estudassem.

G. the point

Anónimo disse...

Estes ateus de merda... Era atear-lhes as brasas aos pés.
Santa Inquisição

Anónimo disse...

ùltimos desenvolvimentos: o adelino continua a dizer que era cliente do odelino. E mais: facilmene arranja clientes da altura dele. Não sei se o G. the Point quer chegar á frente e apostar um almocinho... Se calahar é o adelino que tá a mentir váse lá saber em nome de que obscuro interesse...