O Chelsea elininou o Barcelona! Chega à final da Chamipons praticando uma espécie de jogo que se parece vagamente com o futebol. De facto o jogo do Chelsea em Camp Nou é uma espécie de «andebolização» do futebol: em termos tácticos e estratégicos é-o inteiramente.
Esta forma de jogar consiste em abdicar de atacar e em colocar os 11 jogadores (depois da expulsão de Terry foram os 10) a defender na área como no andebol. Decreta-se a inexistência do meio campo e chega-se à baliza adversária em contra-ataques excepcionais. Esta descida do futebol ao seu grau zero é a expressão mais radical do estilo de jogo à italiana que vem dos anos sessenta. Já tínhamos visto uma versão da «coisa» quando o inter-de-mourinho também chegou assim à final europeia da há dois anos. Agora esta forma de jogar futebol como se fosse andebol chegou aos seu ponto mais extremo.
Devia ser lindo uma final entre este chelsea-do-di matteo e o inter-do-mourinho, dois expoentes desta forma de (não) jogar futebol... 90 minutos com duas equipas a trocarem a bola nas áreas respectivas, mais meia hora de prolongamento e penalties sem ninguém arriscar. Podia-se abdicar do meio campo (uma imensa poupança de espaço), passar de onze para sete jogadores e ir directamente para os penalties sem ser necessário aturarmos cento e tal minutos deste tédio. Seria um alívio para quem gosta de futebol... Uma final entre duas equipas como a do Chelsea de ontem seria um pesadelo se a quiséssemos ver (na hipótese de sermos masoquistas). Felizmente existem equipas que, mesmo perdendo, assumem o jogo de futebol e jogam para ganhar... É por isso que, mesmo tendo perdido, o modo de actuar do Barça é uma vitória para o futebol!
Pode objectar-se que o Chelsea joga com as armas que tem e faz uso do anti jogo que lhe é permitido pelas regras do jogo. Certo. Esta forma de jogar é permitida. É verdade, mas não devia sê-lo. Deviam existir penalizações para a prática do anti-jogo como acontece noutras modalidades. Mas, pura e simplesmente, no caso do futebol ou não existem ou são incipientes.
Os mais culpados desta andebolização futebolística nem sequer são os treinadores ultra-defensivos que jogam para o resultado. É a própria Fifa que não protege o jogo. No basquete ou no hóquei por exemplo, há regras que punem o anti-jogo e só no futebol ele é, não só tolerado, mas até recompensado. E enquanto a Fifa não o perceber vamos continuar a ver equipas de andebol a chegar às finais da champions deixando para trás equipas que se preocupam com o espectáculo, como este Barça de Messi e Guardiola. É pena.
Ah é verdade esta forma de jogar ainda lembra vagamente o futebol: pelo menos por enquanto ainda é, maioritariamente, jogado com os pés.
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