Nas últimas duas semanas, resolvi actualizar a minha agenda de filmes que ainda não tinha visto e precisava desesperadamente de ver. Foi óptimo. Vi, apenas, os seguintes filmes:
Shreck 2 - Para além de acabar de vez com a lamechice pegada e a moral politicamente correcta dos filmes da Disney – imaginem um casal de ogres que se peida na lama, dá cabeçadas em príncipes bonitos e faz festas malucas ao som dos Chic e do Ricky Martin –, os cenários parecem sonhos arrancados à nossa cabeça de quando éramos miúdos. ****
E a tua mãe também, Alfonso Cuarón - Há neste filme um sentido de humor que tem algo de latino, burlesco e cruel. Uma viagem no México, é também um choque entre a energia de viver e os tabus sociais. ****
Black Hawk Down, Ridley Scott – Ideologicamente pode ser mistificador, com a sua mensagem muito simples: «fazemos isto pelo gajo do lado»... A violência é tanta que chega a ser enjoativo. E os Somalis ganharam a guerra… Mas é uma excelente realização. ***
Red Dragon, Brett Ratner - Um bom filme, mas é o menos bom da trilogia. Deixa na sombra o personagem mais interessante, precisamente, o Dr. Lecter. Não consegue ultrapassar a condição de filme policial, embora seja excelente, enquanto tal. A relação entre o Dragão e a mulher cega é o aspecto mais interessante do filme (remete para Sartre e para a sua poderosa metáfora do olhar). ***
Hannibal, Ridley Scott – Excelente. Uma história de amor com o mesmo encanto da de Shreck, quem diria?*****
Elephant, Gus Van Sant – O massacre de Colombine chega ao cinema. Já tinha decorrido meia hora de filme e eu preparava-me para desistir quando, de repente, deu-me um click. É excelente, filma um segmento temporal muito reduzido de uma maneira muito peculiar à luz das diferentes perspectivas dos vários personagens. A mesma cena vista a partir do olhar das várias personalidades que por ali se cruzam. Amoral. ****
Cidade de Deus, Fernando Meirelles - O melhor filme brasileiro que alguma vez me foi dado a ver. Um manifesto de violência, a história da favela que a história oficial nunca faria. A narrativa é brilhante e transcende a linearidade do argumento. *****
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