01/10/09

Eles Andam Aí!, por Zitromax


Esta manhã fui às Urgências do Hospital. O meu filho acordou com uma tosse medonha e eu percebi que era melhor levá-lo ao hospital e não à escola. Chegado às Urgências, depois de passada a fase de triagem, mandaram-me esperar numa sala à pinha com doentes que aguardavam vez. Entretanto passou um senhor de bata branca que, estranhamente, nos cumprimentou com um sorriso e até disse bom dia e tudo! Perguntou se já estávamos atendidos e até mandou uma piada ao puto… É curioso o que me passou pela cabeça nesses instantes e não resisto a partilhá-lo.


Primeiro, quando olhei para ele e o vi de bata branca, julguei, naturalmente, que fosse o médico. Mas logo a seguir pensei que, afinal, não podia ser. Um sorriso às 8 15 da manhã? «Bom dia?» «Se já estamos atendidos?» E até uma piada ao puto? E tudo isto com um sorriso nos lábios? Ná…


Isto pode ser muito injusto para os médicos, mas confesso que o que pensei depois disto tudo foi, nem mais nem menos: «Não pode ser médico! Deve ser enfermeiro ( como o Mangas) ou então auxiliar de limpeza». Ou seja, eu raciocinei automaticamente: foi simpático e educado – logo não é médico!


Não é minha intenção insinuar que os médicos são todos uns carroceiros ou que não existem médicos simpáticos, polidos e preocupados. Pelo contrário, alguns dos meus melhores amigos são médicos e já fui atendido por doutores que foram impecáveis. Mas, sinceramente, foram a excepção. Não creio que a minha experiência seja diferente da da maior parte das pessoas. Muitas vezes somos mal atendidos por médicos em Hospitais Públicos (pelo contrário sempre que fui a consultas de medicina privada os sôtores foram de uma simpatia inexcedível!). A imagem comum dos médicos dos nosso hospitais é a de uns gajos que às vezes nem levantam a fronha do écran do computador, que mal ouvem o que dizemos e que quando falam para nós é de lá do cimo das estratosféricas altitudes onde se julgam situar. E há sempre uma impaciência latente, parece que estão com vontade de se irem embora dali para irem ganhar a vida.


Mas, de repente, ali estava eu com um tipo de bata branca, genuinamente interessado em mim e no miúdo. Afinal era mesmo o médico: viu o miúdo, ouviu o que tínhamos a dizer, receitou umas coisas, explicou o que eram e quais os seus efeitos e, tudo isto, com um sorriso bem disposto. Por fim ainda nos disse que, se a tosse não parasse, coisa que duvidava, podíamos voltar a passar por lá para falar com ele. Acaso estaria eu a sonhar? Que médico era este, de uma espécie que eu raramente vi até hoje? Do planeta Zorg?


Percebi tudo quando vi o nome dele na folha da receita: um nome ucraniano Vitaly Hubshev (chamemos-lhe assim). Falava português sem pronúncia e só a simpatia denunciou a sua origem, mas fiquei a pensar porque raio hão-de tantos dos nossos médicos ter um rei na barriga? Será assim tão difícil atenderem-nos sem ser com duas pedras na mão? Vendo bem as coisas o médico ucraniano limitou-se a ser educado, profissional e simpático, como é obrigação de todos nós, médicos ou não. E só por causa disso já ganhou um post no Tapornumporco! Ah, é verdade, o miúdo tá melhor, obrigado…

6 comentários:

Anónimo disse...

engraçado. hoje fui ao hospital. cheguei junto do balcão, esperei que a administrativa levantasse os olhos do que estava a fazer, disse bom dia...e nada. olhei, gritei bom dia e, só então, a senhora me grunhiu bom dia. é pá deve ser do convívio...que raio do país. ah, tá explicado, é o país onde o socas ganha

instrutor

Mangas disse...

Enfim... a marrada fica com o boi k a manda...

Anónimo disse...

este Mangas também deve ser médico, não?...

Anónimo disse...

Não. Este mangas é massagista. Outra espécie selvagem dos hospitais...

Mangas disse...

Para k se entenda: a marrada era referente ao Zitromax, e não ao instrutor. É claro k o Zitromax percebeu e depois anonimou como um qualquer charolês tímido k morde pela calada. Mas está lá, na orelha esquerda, o selo do criador e não passa despercebida a tatuagem M, de Manso, na pata esquerda. Dêem -lhe palha k ele não se cala mais...!

Supernova disse...

A diferença é que no privado os médicos também são vendedores de um serviço e como o cliente por vezes não reclama, apenas deixa de aparecer, um sorriso e simpatia tornam-se muitas vezes num bom cartaz. No entanto até acho que actualmente se nota um ambiente bem mais cordial nos hospitais e dos caminhos que levam até à sala onde o mangas (may the Force be with you)dá umas boas malhas ao pessoal só tenho a dizer bem.