O Apartamento era magnífico. Um quarto andar a 50 metros da praia e a 150 do mar imenso. Carote, como se impõe a um prédio de avenida marginal ao mar em pleno Reino dos Ingleses e dos Algarves. Varandim contínuo e aberto, a lamber directamente da maresia contagiante. Uma delícia, acordar de manhã com o barulho da rebentação e o cheiro da espuma das ondas. O adormecer, era sobre o mais longo e prateado luar de mar de que há memória.
Mas não há rosa sem espinho, nem bela sem senão. E o senão, o zenão, o zangão e o caralho que a foda e a puta que a pariu, era aqui personificado por uma sacana de uma máquina caça níquel, daquelas de abanar o cú a criancinhas, que ao nível do chão e colocada na esplanada de um café, fazia sempre a mesma música simples e irritante: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
A coisa fazia chaminé de som até ao 4º andar e se no primeiro dia era ligeiramente irritante, no segundo dia era infernal. Ao terceiro dia, já lá ia às 4 da matina enfiar-lhe chiclets na goela. Mas não resultou, e logo de manhã, um cabrão dum fedelho saca uma moedinha ao merdas do avô e saca de um pauzito nojento, limpa a chiclet e zás, a maldita a azucrinar: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
Nesse dia – Domingo – a coisa má, não mais parou, acordou-me, irritou-me o pequeno almoço, estragou-me o almoço, a sesta e o jantar. A puta da maquineta, uma espécie de burro do oeste onde os rebentos que me rebentavam as timpaneiras se sentavam, era incansável: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
E de madrugada, pior ainda, quando já me preparava para novos assaltos de chave de fendas, lá vinham das discotecas a corja de jovemzarros que achava muito impressionante para as teenagers fazer a cavalgadela na maquineta infame. As namoradinhas queriam certamente outra coisa, que não a nojice que me abrasava a mioleira, mas qual quê: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
Foram quinze dias de martírio. Para evitar o delírio, já ficava na praia a ler até ser de noite e a mulher telefonar prá janta. Mas à hora da janta a coisa era ainda pior. As putas das criancinhas faziam bicha e zás: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
Fiz de tudo àquele martírio em forma de far-west, chiclets, patadas, chave de fendas na ranhura, água pró dentro e até areia trouxe da praia e cheguei a obrigar a minha filha a andar naquela merda só pra poder judiar daquilo, enquanto supostamente procurava meter a moeda. Népias. A máquina do demo nunca abrandou: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
E o pior de tudo, é que a nojenta, a infame melodia encasquetou-se-me no subsconsciente e ainda hoje, anos depois, meia volta distraio-me e dou por mim a cantarolar: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
Fico fodido e pior do que isso praguejo e dá-me prá asneira o que me torna incompreensível e demente para quem está ao lado.
Não sei se é a puta da máquina a vingar-se das tropelias que lhe fiz, se é o meu subconsciente a avisar-me que não me vai dar descanso enquanto não puser pés ao caminho e não voltar a Monte Gordo de propósito, numa noite fria e escura de inverno, foder o cabrão do: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
Mas não há rosa sem espinho, nem bela sem senão. E o senão, o zenão, o zangão e o caralho que a foda e a puta que a pariu, era aqui personificado por uma sacana de uma máquina caça níquel, daquelas de abanar o cú a criancinhas, que ao nível do chão e colocada na esplanada de um café, fazia sempre a mesma música simples e irritante: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
A coisa fazia chaminé de som até ao 4º andar e se no primeiro dia era ligeiramente irritante, no segundo dia era infernal. Ao terceiro dia, já lá ia às 4 da matina enfiar-lhe chiclets na goela. Mas não resultou, e logo de manhã, um cabrão dum fedelho saca uma moedinha ao merdas do avô e saca de um pauzito nojento, limpa a chiclet e zás, a maldita a azucrinar: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
Nesse dia – Domingo – a coisa má, não mais parou, acordou-me, irritou-me o pequeno almoço, estragou-me o almoço, a sesta e o jantar. A puta da maquineta, uma espécie de burro do oeste onde os rebentos que me rebentavam as timpaneiras se sentavam, era incansável: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
E de madrugada, pior ainda, quando já me preparava para novos assaltos de chave de fendas, lá vinham das discotecas a corja de jovemzarros que achava muito impressionante para as teenagers fazer a cavalgadela na maquineta infame. As namoradinhas queriam certamente outra coisa, que não a nojice que me abrasava a mioleira, mas qual quê: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
Foram quinze dias de martírio. Para evitar o delírio, já ficava na praia a ler até ser de noite e a mulher telefonar prá janta. Mas à hora da janta a coisa era ainda pior. As putas das criancinhas faziam bicha e zás: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
Fiz de tudo àquele martírio em forma de far-west, chiclets, patadas, chave de fendas na ranhura, água pró dentro e até areia trouxe da praia e cheguei a obrigar a minha filha a andar naquela merda só pra poder judiar daquilo, enquanto supostamente procurava meter a moeda. Népias. A máquina do demo nunca abrandou: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
E o pior de tudo, é que a nojenta, a infame melodia encasquetou-se-me no subsconsciente e ainda hoje, anos depois, meia volta distraio-me e dou por mim a cantarolar: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
Fico fodido e pior do que isso praguejo e dá-me prá asneira o que me torna incompreensível e demente para quem está ao lado.
Não sei se é a puta da máquina a vingar-se das tropelias que lhe fiz, se é o meu subconsciente a avisar-me que não me vai dar descanso enquanto não puser pés ao caminho e não voltar a Monte Gordo de propósito, numa noite fria e escura de inverno, foder o cabrão do: tinó, tinó, tinóninóninó, tinó, tinó, tinóninóninó....
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