Este vem um pouco a propósito do anterior post, solidário com a geração parva à rasca e com os seus protestos e reivindicações - em rigor é uma minoria dentro de uma geração, uma larga minoria, mas uma minoria, já que a maior parte até se vai safando razoavelmente.
Este fim de semana fui com a família passear e, pelo caminho, fomos visitar o castelo de Leiria. Lembrei-me disto porque foi também uma ocasião de apreciar, em toda a sua pequenina grandeza, o mamarracho futebolístico que o (des)enquadramento na paisagem agiganta ao ponto de eclipsar tudo à sua volta com a sua fealdade, inclusive o castelo. E o que é que isto tem a ver com gerações parvas?
O estádio de Leiria, até porque parece não servir para mais nada, é um símbolo poderoso. Um símbolo do que está mal neste país e uma prova viva, perdão, morta, da responsabilidade inter-geracional e geral pelo estado da nação e da responsabilidade tanto de governantes como de governados. Nação essa que é o somatório de decisões atrás de decisões desastradas e desastrosas. Muitas delas, como a decisão do Euro 2004, amplamente aplaudidas pelo povo. O mesmo povo que hoje atira pedras aos políticos, basicamente os mesmos que ajuda a eleger, por acção ou omissão, eleições atrás de eleições. Sobretudo por omissão.
O estádio de futebol de Leiria, exemplo perfeito de investimento público inútil, é um símbolo de um povo, ontem como hoje, parvo e rasco, que se alheia da coisa pública e que pelo caminho de História se esqueceu de arriscar e de empreender (se é que alguma vez se lembrou), à sombra de um Estado tentacular e providencialista com as prioridades trocadas, que continua a asfixiar a iniciativa privada e a capacidade criativa do indivíduo.
O estádio de Leiria é um símbolo de um povo fadista, inconsequente e dependente, que prefere a lamentação à acção e o subsídio ao risco. Em suma, o estádio de Leiria é um símbolo de um povo que não sabe ser livre e que tem os políticos que merece.
É por estas e por outras que «correr de lá com estes políticos», uma das bandeiras dos jovens descontentes, não muda rigorosamente nada. Não muda porque o problema não é do balde, é do que lá está dentro. E lá dentro estamos todos - todos os que aplaudimos os euros da bola e o circo, por exemplo. Isto é, os nossos políticos somos nós.
Por isso a minha resposta à geração parva e à rasca é: parem lá com as manifs e com o choradinho e organizem-se, pá! Infiltrem-se em partidos, organizem-se em novos partidos ou projectos políticos independentes, organizem-se em associações, em lóbis, em cooperativas, vão à luta, acreditem mais em vós próprios, não fiquem à espera que os outros resolvam os vossos problemas ou de empregos para a vida e criem projectos empresariais, sejam empreendedores e participativos, rasguem novos horizontes. Em suma, mexam-se! Só assim conseguirão a mudança que reclamam.
12 comentários:
De facto, há qualquer coisa no teu funcionamento mental que eu não consigo entender. Tu és um perito em dizer a mesma coisa e o seu contrário. O último parágrafo deste post é completamente contraditório com a ideia de que a geração que protesta está no «choradinho» (um termo que, não por acaso, é léxico corrente em indivíduos como o sampaio presidente, o almeida santos, o santos silva e mais uns quantos xuxas manhosos de referência). Estás, portanto, em óptimas companhias...
Depois tb não percebo o que é que gostar de futebol tem a ver com ser apoiante de obras faraónicas... Eu adoro futebol e sempre fui um crítico desta idiotice dos estádios e do euro (o socas e os xuxas mais uma vez estiveram a liderar o processo). A relação que estabeleces é mais uma vez uma chinesice típica, como se a culpa dos estádios fosse das pessoas que gostam de bola, ponto final.
De resto, seria interessante que emitisses a tua opinião sobre as obras faraónicas que este governo teima em manter. É que o assunto não morreu... Não, nós temos os xuxas e o socas a defenderem hoje aquilo que no post dizes que é do povo e da geração não sei quê...Tb és a favor do tgv do socas (até ao poceirão) e da 3ª ponte que ai virá? e do novo aeroporto? É que o que dizes no post não é tema do passado é uma recorrência nestes xuxas vaidosões, irreponsáveis e taxistas e tens aqui uma boa oportunidade para, em coerência, fazeres um post sobre esta idiossincracia xuxa que persiste. Recordo apenas que no debate com a »Velha» o socas convenceu o povo de como eram lindas as obras do regime e a »Velha », cheia de razão, foi batida em eleições. Quem é que apoiaste na altura? Não me digas que foi a »Velha»?
E, finalmente, quando dizes que correr com estes políticos não muda nada, eu respondo-te cque correr com os xuxas em concreto mudaria sim e muito pela simples razao de que nunca este país esteve entregue a uma organização mafiosa como está agora. Claro que ainda ficarai muito por fazer, mas livramo-nos deste parasitismo xuxa endémico era um grande, um enorme passo em frente. Infelizmente os xuxas mal resolvidos e de consciência pesada continuam a apoiá-los, a votar neles e a alinhar nos slogans do conformismo estabelecido do «sejam positivos e empreendedores» e «criem» e não sejam choramingas e vivam pobretes e alegretes sossegadinhos. O caralho cos foda!
P.S. Já o disse uma vez e repito: orgulho-me do registo anti-xuxa deste blog! Sinto-me envergonhado quando vejo posts como este. Mas, enfim, compreendo que o direito à diferença e à liberdade de expressão é muito mais importante que o meu pudor. Viva pois o direito à difereneça. Mas que sinceramente, posts destes que parecem escritos pelo silva pereira me envergonham e envergonham o Tapor ai isso é verdade....
Anti-Xuxa
Ó Anti, já te disse e repito: não sou xuxa, nem tenho nada a ver com essa gente de que falas, nem precisas de ficar envergonhado, só acho que te fica bem essa abertura à diversidade. Não sou é fanático ou fundamentalista, como se me afigura às vezes o teu discurso, um pouco obsessivo e intolerante. Nem vejo de que forma o último parágrafo seja contraditório com alguma coisa. No fundo o que digo é simplesmente: parem de protestar e façam alguma coisa construtiva com a vossa vida. Se isso é ser xuxa ou gostar de xuxas vou ali e já venho.
Também não percebo essa coisa do gostar de futebol ou deixar de gostar de futebol. O que digo é que, na altura, a maioria do povo português apoiou entusiasticamente a candidatura ao Euro e as obras faraónicas e inúteis que daí decorreram. A chinesice está na tua cabeça e quanto a isso nada posso fazer.
Sobre as obras faraónicas projectadas por este governo (em que não votei) tenho exatamente a mesma opinião de todas as anteriores, dos jerónimos aos estádios. Em concreto: Não, são sou a favor do TGV. O novo aeroporto também não me parece que seja uma prioridade e não tenho uma opinião formada acerca da necessidade de uma terceira ponte no Tejo. Mas o facto trágico (para mim e para ti que não votamos PS) é que a maioria do povo português escolheu o semi-engenheiro, gostemos ou não. Podes dizer: epá, mas isso não é a maioria e que apenas uma pequena percentagem votou efectivamente no gajo. E eu respondo-te com o mesmo argumento que utilizo no post: Isso não interessa para nada, o homem teve a maioria dos votantes expressos, que são os que importam. E contou com o beneplácito dos abstencionistas. Isto é, com a omissão de que falo. Se o povo fosse mais participativo, nomeadamente nas urnas, outros galos cantariam.
E sim, por muito que aches estranho, digo-te que apoiei a Ferreira Leite. E mantenho: se o povo português não muda de atitude e de mentalidade no sentido que advogo, não adianta muito mudar de políticos, mesmo que uns sejam melhores do que outros. O essencial persistirá, como tem persistido nos últimos 900 anos e nem ferreiras leites nos valem.
É por estas e por outras que esta frase me parece completamente surrealista: «Infelizmente os xuxas mal resolvidos e de consciência pesada continuam a apoiá-los, a votar neles e a alinhar nos slogans do conformismo estabelecido do «sejam positivos e empreendedores» e «criem» e não sejam choramingas e vivam pobretes e alegretes sossegadinhos». É que nem há palavras para contestar isto, pura e simplesmente. «Vivam pobretes e alegretes sossegadinhos»???!!! Contra este tipo de argumento rasteiro só há uma expressão em bom português: Ora foda-se!
A propósito de fanatismos, de responsabilidades repartidas e da frase «o socas e os xuxas mais uma vez estiveram a liderar o processo», a propósito do Euro, convinha acrescentar que o processo do Euro atravessou vários governos e foi lançado ainda nos anos 90, tendo sido abraçado por governos xuxas e laranjas e por câmaras de várias cores partidárias. A bem do rigor.
Ass.: Eu cá não sou xuxa.
Não vale a pena. A culpa do país é destes choramingas, pois claro. Tivesses tu feito isso tudo. Confia em ti, J! Tens o microcrédito... então investe tu! Isto está bom para riscos desses, principalmente para quem não tem dinheiro. Portanto força!
E mais: lê o site do IAPMEI! Cria tu um negócio! Sê empreendedor! E abre novos horizontes.
Quanto a mim tenho vergonha do povo do meu país que vota em quem vota. Tenho vergonha de quem permitiu que o país chegasse a este ponto. E tenho vergonha que alguém defenda o que eu li neste texto. Vergonha.
Nem vale a argumentação. O futuro? Será o mesmo: a grande maioria dos bons profissionais acabarão por emigrar e este país fica com a esterqueira que está habituada a ter, como dizes, há "900 anos". E, com opiniões como a do texto, é bem feito...
«Tivesses tu feito isso tudo. Confia em ti, J! Tens o microcrédito... então investe tu! Isto está bom para riscos desses, principalmente para quem não tem dinheiro. Portanto força!
E mais: lê o site do IAPMEI! Cria tu um negócio! Sê empreendedor! E abre novos horizontes.»
Foi precisamente isso que fiz. Estava desemoregado, não tinha dinheiro, li o site do IAPMEI e outros, recorri a apoios do género do micro-crédito, criei um negócio (entretanto são dois) e abri novos horizontes para a minha vida.
Agora, que és parvo não há dúvida nenhuma. Mas, ainda assim, estou aberto a conversar civilizadamente sobre o problema e sobre as questões que o meu post suscita. E podemos começar pelo que nos une: da vergonha do país que vota como vota (ou como não vota) e de quem permitiu que isto chegasse onde chegou.
«E tenho vergonha que alguém defenda o que eu li neste texto».
Também gostaria de saber o que é que achas que se defende neste post. É com parvos nunca se sabe se sabem ler e convém clarificar certas coisas.
Mas quem é o autor do post? A fernanda câncio? Mas ela não escreve no jugular ou lá o que é? O porco tá mesmo em baixo...
Mau, mau. A fernanda escancio a escrever aqui...assim vou para a libia (que lá é melhor).
"infiltrem-se em partidos", "pertençam a lobis",...é exactamente por causa destes boys que esta merda está assim. Aliás, quem escreve o post deve ser alguém que: ou é um dos infiltrados, ou deve muito favor aos gajos. E, bem entendido, acreditar em si próprio é infiltrar-se nos partidos?! Fantástico. Este blog está a parecer-se com as torres gémeas depois do 11 de Setembro. Portanto, a conclusão é que estes desgraçados dos "quinhentistas" é que têm a culpa? De quê? De terem um governo corrupto? De os "nabos" terem votado neles? Da incompetência destes? Das trapalhadas repetidas até à náusea? Do compadrio? Da vigarice? Ah, pois, organizem-se...em partidos. Ou infiltrem-se nos que há - porque, aí sim, deixam de ser parvos e à rasca (e passam a ser corruptos e espertalhões). Boa, fernanda escancio. Tu já conseguiste...
Fedro
Contra a estupidez não há argumentos. Mas devo confessar que esperava um pouco mais e melhor do anti-xuxa...
A estupidez afere-se a partir dos burros que a decretam. Perante um post, absolutamente desprezível e sinónimo de alguma perturbação mental, todos os possíveis comentários são suaves.
Aliás, a sandice idiota de quem tem a pretensão de, NESTE BLOG, tecer loas aos xuxas, é risível
Fédon
«tecer loas aos xuxas»? Onde? E isso come-se?
Come, come... é ver a chusma de gajos que anda a comer à custa do erário público só por ser xuxa
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