FINALMENTE! Portugal livrou-se do pior primeiro ministro de que há memória na vida democrática portuguesa ( e a nossa sorte foi ter levado com ele já depois do 25 de Abril...). Politicamente, o ingenheiro era um embuste, o protótipo perfeito do político de carreira que nunca fez nada - nem em termos académicos nem profissionais - para além de andar desde pequenino na politiquice. Aliás quando se fala na sua vida académica pensamos na famigerada licenciatura; e quando pensamos na sua vida profissional pensamos em quê? Pois, nas casinhas...O sucesso deste homem sempre foi para mim um mistério. Digo sempre e digo bem. Desde os seus primeiros aparecimentos públicos que achei que o homem era risível. Nunca vi nada nele que o distinguisse do vulgar político do interior profundo que, quando muito, podia fazer sucesso como candidato à junta de freguesia da terra. Nisso enganei-me, infelizmente. Quando o vi candidato a secretário geral do ps devo ter rido à gargalhada - para mim não seria muito diferente da candidatura do tino de rãs, sempre vestiu bem melhor, é certo... Mas imaginem o meu espanto quando vejo zé socrates a ser eleito secretário geral do ps! palavra: não acreditei! Achei que o ps caminhava alegremente para o suicídio político e que aquele equívoco não poderia durar muito tempo. Durou seis anos!
Agora, tanto tempo depois e após ter deixado o país neste estado lastimável, vejo que acertei tanto quanto me enganei em relação à personagem. Enganei-me - porque não pensei que um político medíocre, sem consistência,sem convicções, sem cultura, sem curriculum académico e profissional, mal relacionado e com um histórico duvidoso pudesse chegar onde chegou. Enganei-me porque sempre pensei que uma boa agência de propaganda - que ele sempre teve - aliada àquilo que alguns chamam uma «notável capacidade de comunicação» (e a que eu chamo capacidade de fantasiar) pudessem ser suficientes. Aqui enganei-me, de facto, profundamente, eu que nunca quis acreditar que «vender um político ou um sabonete é exactamente a mesma coisa».
Mas acertei em cheio quando, ainda este indivíduo era um mero secretário de estado do ambiente, vi que estava perante um impreparado para gerir a coisa pública. Acertei em cheio quando, desde o primeiro dia, percebi que este homem era perigoso, que ainda íamos pagar caro a sua ambição pessoal. Tive razão e oxalá não tivesse tido, para bem de todos nós...
Ontem, FINALMENTE, os portugueses abriram a pestana e meteram-no a andar, como ele mereceu. Foi preciso que sentissem no bolso a sua acção incompetente e irresponsável. Mas há muito que a sua falta de credibilidade justificava a demissão. Somos um povo de compreensão mais lenta que o normal, mas prontos, mais vale tarde que nunca, o que importa é que as pessoas foram capazes de perceber ao fim de longos seis anos quem era esta gente que nos governava.
Zé socrates conseguiu assim realizar o velho sonho de Sá Carneiro: uma maioria, um governo, um presidente. PSD e CdS agradecem-lhe! Nem Durão, nem Santana, nem Cavaco o conseguiram. Milhares e milhares de portugueses viram-se obrigados a votar no psd e no cds porque, simplesmente, estavam em pânico com a perspectiva do ingenheiro ganhar as eleições. Socrates conseguiu fazer baixar o ps abaixo do nível santana lopes - é obra e é bem feito para um partido que se tornou numa espécie de coreia do norte em versão partidária.
Até na hora da saída este homem foi igual a si próprio. Nem na derrota largou o tele-ponto! Falou durante quarenta minutos, qual Fidel Castro, representando (digo bem: representando)um discurso centrado no seu tema preferido: ele próprio e a sua enorme, galáctica, incomensurável grandeza! O discurso estava antecipadamente redigido e preparado para este cenário e sócrates limitou-se a representá-lo - coisa que aliás faz muito bem. Antevi portugueses a ficarem de lágrima ao canto do olho com pena do grande líder injustiçado. Afinal havia que começar, desde logo, a preparar o futuro. Pode Zelig ser autêntico?
No meio daquela encenação (mais uma: o teatro é a sua essência mais profunda) uma coisa falhou: o fiel Luís («Ó Luís fico melhor assim ou assim?») desta vez parece tê-lo abandonado. Não previu bem os efeitos cénicos de discursar durante quarenta minutos na cave de um hotel e o «animal feroz», desta vez, suava em bica e limpava a testa com a mão. Suava, suava, suava mas os «animais ferozes» não suam assim.
12 comentários:
esta posta tá muito boa. assino por baixo.
e só mais uma coisita:
como se aproxima o 10 de junho e já se deu medalhas a tanta gentinha, porque não uma boa e merecida medalha àquela jornalista da renascença que meteu o dedo na ferida e fez engasgar o home. lindo.
ass: Vai No Caralho Filho Da Puta!
Ps: e se lá estivesse ainda lhe fazia mais uma perguntita: acha mesmo necessária a auto-estrada celorico da beira - macedo de cavaleiros?
Essa jornalista estevemuito bem, também acho. E foi engraçado ver a reacção dos xuxas que trataram logo de a vaiar. Pois é, os jornalistas são bem vindos quando fazem as perguntas que os boys querem. Quando se toca nos temas incómodos cai o carmo e a trindade. É como se diz no post: sorte temos nós de não ter apanhado com a tralha xuxa antes do 25 de abril...
FINALMENTE.... Agora é que vai ser crescer. OU não. Porque apanhamos um país num estado pior do que aquilo que pensávamos e o governo anterior atou as nossas mãos. E nós também negociamos a ajuda externa,, ai não, isto não é para se dizer.
O Socrates foi tão mau que meteu a grecia e a irlanda em crise. Foi tão mau que nos faz escolher só uma pensão entre as muitas que podíamos ter. Ai! isto também não era para se dizer.
Agora é sempre abrir.
Vamos ser uma potencia
O senhor orange, ou melhor, o senhor xuxa do comment anterior é xuxa. Porque, como é sabido, vamos passar pelas dificuldades óbvias e graves que decorrem do estado lastimoso em que o ingenheiro catástrofe e a sua pandilha deixaram o país. è por isso que corremos com ele, xuxa, lembras-te?
Infelizmente não negociámos ajuda externa nenhuma porque não tendo o ingenheiro negociado essa ajuda quando ainda tínhamos um resto de posição negocial, fomos obrigados a a aceitar de cócoras as actuais medidas duríssimas. Culpa inteira do ingenehiro, dos seus xuxas e do xuxa que aqui comenta que votou neles! Para mim isto é gestão danosa e em certos países dá TRIBUNAL!
O xuxa repete o argumento dos burros quando diz que a grécia e a irlanda também pediram ajuda. Pois foi... Eles e portugal. Mas na europa ainda temos a inglaterra, a espnha, frnaça, itália, bélgica, holanda, polónia, hungria, malta, chipre, croácia, islândia, suécia, noruega, ucrânia, ufff, e muitos mais. Uns mais pobres e outros mais ricos que nós, mas, não querem lá ver, não estavam na bancarrota como nós. e por isso não precisaram de ajuda do fmi. O argumento de que a crise levou «toda a europa» a pedir ajuda é de uma burrice atroz porque os factos são exactamente ao contrário - só o país dos xuxas, a irlanda (com um problema específico relacionado com a banca) e a grécia (um forró ao nível socretino) é que tiveram de pedir a intervenção externa.
Caro xuxa:gajos como tu deviam ser reunidos num distrito xuxa(ainda os há?) e continuarem a gramar com o ingenheiro bancarrota e a sua maltosa.É o que vos desejo.
Caro anónimo o que me custa mais no meu sentido de voto é o facto de votar no mesmo partido que vossa excelência iluminado.
Só me causa alguma decepção saber que o país é governado e alberga democratas que antes de serem cidadãos são terroristas políticos.
A melhor forma de avaliar o carácter das pessoas é pela forma como abordam as vitorias e a vossa abordagem à vitoria não diz nada de bom da vossa educação e espelha muito bem porque é que o país chegou a este ponto. Se calhar quem te aparou À nascença tinha valores socialistas, quem te deu o 1º supositório também, quem te casou também quem te trocar um dia a arrastadeira também assim como quem um dia te preparar para a travessia do rio styx. E essas pessoas são lixo porque são socialistas.
Já se mataram muitas pessoas por ódios bem menores.
Vou gostar de ver a tua coragem a enumerar os erros do próximo governo. Já agora consegues enumerar alguns dos governos do cavaco do Durão ou do Santana?
Se calhar não porque nessa altura era uma chuva de dinheiro para Portugal que era espectacular.
Bom senso conheces?
O homem falhou muito é bem verdade.
"O homem falhou muito é bem verdade."
Ó Orangenation, dizes isto e argumentas ao mesmo tempo que devíamos continuar com o Inginheiro Bancarrota?
Não percebo.
ass: Sardanápalo
Falhou muito!!?? Não me lembro de nada acertado... mas enfim!
Acho "piada" aos extremismos a que esta cegueira leva: nem todos os socialistas são lixo, mas nem todos os que não são socialistas não prestam!
Um dos problemas de que ainda Portugal padece (cada vez mais, ao invés de ser menos) é o fundamentalismo dos -ismos! Não se consegue pensar criticamente sem se estar amarrado a um grupo, neste caso um partido (em termos sociológicos passa-se exactamente o mesmo com o futebol). Depois perde-se lucidez e pensa-se como um "grupo", um lobby.
Ass: Já não há pachorra (apartidário)
Sardanápalo eu não disse que o homem devia ter ficado ou disse?
Ena, ena acertei na mouche quando dei na cabeça (?) do xuxa lá de cima. Que, pela segunda vez em dois comments, voltou a provar a sua evidente BURRICE! Pois se o argumento é a minha falta de educação basta ler o que este burro escreveu para perceber a ideia que tal criatura faz de boa educação...
Entretanto sobre os argumentos que acrescentei no meu comment ao seu débil comentário, o xuxa responde ZERO. Limita-se a insultar-me e é pouco. Mas é por isto que mantenho oo tapor vivo: gosto de picar criaturas destas que aqui vêm morder o isco. Manda sempre xuxa amigo!
(Sardanápalo passa palavra: temos um xuxa na rede e eles são raros nesta altura!)
"É difícil perceber que um governo seja punido pelas medidas que o partido vitorioso vai implementar de forma ainda mais dura. Para mim, é até hoje um mistério que o partido de José Manuel Durão Barroso tenha forçado o partido de Sócrates a cair, pelas medidas que Barroso pediu, e Passos Coelho vai agora implementar. Este é um caso único na Europa, sem precedente" Martin Schulz
caro WTF:
A mim isso não me parece nada, mesmo nada, difícil de compreender. Pelo contrário é do mais elementar: tem a ver com credibilidade. Não é, obviamente, a mesma coisa que as mesmas medidas sejam implementadas por um governo cuja credibilidade estava nas ruas da amargura (por amplas provas demonstradas de incompetência, desonestidade, falta de idoneidade, de ética, etc, etc)ou por um outro que, pelo menos, merece o benefício da dúvida. Onde é que está a dificuldade em entender isto?
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