Mais uma vez (para aí a centésima só nos últimos anos) veio a público um episódio revelador da intolerável promiscuidade entre a maçonaria e a política. Nem sequer espanta. Espantoso sim é que a habitual tropa de pseudo-veneráveis figuras maçónicas venha, mais uma vez, defender o indefensável sem, pelo menos, corar de vergonha. Mário soares, o poeta alegre, o grão arnaut e mais uma catrefada de impolutos maçons, sempre que rebenta mais um escândalo, lá aparecem nos media para proclamarem a sua justa indignação. A liberdade, a igualdade, a fraternidade, os nobres ideias da irmandade, blá, blá, blá... Poupem-nos: a actual maçonaria (ou maçonarias, tantas as lojas existentes) faria o próprio Mozart aderir à Opus Dei.
E porque razão há-de esta gente teimar no secretismo? Ainda se vivêssemos em ditadura.... Mas não são alguns destes pseudo-veneráveis senhores, alegadamente, os próprios fundadores da democracia portuguesa? É este o entendimento que têm da «sociedade transparente»? Entendamo-nos: não se pode defender a transparência da democracia à segunda para, à terça e à quarta, vir bater-se pela legitimidade de lobbies secretos. De resto é, para mim, muito claro porque é que esta gente teima no secretismo: precisamente para que não possamos traçar o mapa negro da sua influência. Devia ser lindo se pudéssemos comprovar publicamente a geografia dos negócios, das nomeações e das influências. Chegaríamos à conclusão de que a maçonaria é um verdadeiro estado dentro do estado, o que aliás já se sabe mesmo mantendo-se o secretismo da coisa.
Afinal estes senhores são lerdos ou fazem-se? Mas quais ideiais? Aquilo não passa de uma organização secreta destinada à prática do tráfico de influência. Aquilo serve para impor sobre o mérito a cunha e a influência oculta(porque é que entre dois professores universitários aquele que consegue ser catedrático é, precisamente, o mais incompetente? Porque usa avental). Aquilo serve para negociatas. Aquilo serve para distribuir benesses e poderes pelos «irmãos», aquilo é uma forma de exercício de poder oculto intolerável em democracia. Não que a maçonaria devesse ser proibida, claro que não. Mas é o mínimo dos mínimos que os seus membros sejam obrigados a fazer uma declaração de pertença ao lobbie sempre que sejam candidatos a cargos públicos de relevo.
Têm direito à privacidade? Mas isto não é privacidade nenhuma. É lobbing. Mais direito temos nós, como cidadãos de conhecer as dependências e fidelidades políticas e interesseiras daqueles que é suposto elegermos. É que isto já nem se pode debater, sequer, no estrito plano dos princípios. Não. A proliferação de escândalos, muitos do foro criminal, foi tanta nos últimos anos que o caso já se tornou uma exigência de sanidade pública. Se mais evidências do carácter nefando e pouco respeitável da coisa não houvesse, uma bastaria: as acusações que as diferentes lojas e dissidências da seita troca entre si. Se são os próprios «irmãos» a vilipendiarem-se uns aos outros, como podem os pseudo-veneráveis do costume vir convencer-nos da inanidade da maçonaria? Como podem convencer-se a si próprios?
4 comentários:
O tema da pedreirada já foi tratado no Porco. Aqui: http://tapornumporco.blogspot.com/2006/04/pedreiros-livres-por-z-carpinteiro.html
Finalmente um post sobre isto! sim a maçonaria é movida pelas influencias mas gostava de saber o que é que a população faria se tivesse o conhecimento real do tipo de cultos que se praticam.
Quanto a mim, Bohemian o problema não está nos cultos. Não me faz impressão nenhuma que as pessoas fazem parte de sociedades secretas que se dedicam à prtática de orgias gay (penso não ser o caso da maçonaria) ou de danças com aventais. Isso é lá com eles, não tenho nada com isso. O que me faz confusão é saber que organizações secretas são coupadas por gente que detém enorme poder em virtude de ocupar cagos políticos importantes e se dedica a traficar influências. O que me faz impressão é saber que há negócios que envolvem dinheiros públicos que são feitoas assim, cunhas e favores que são decisivos que são feitos assim, etc, etc. E compreendo que os maçons queiram continuar a ser secretos poque se pudéssemos saber quem eram os gajos facilmente traçávamos o mapa das suas ligações perigosaas. Imagina: «olha este irmão deu emprego (público em detyrimento de um candidato melhor) á filha daquele»; «mas olha, aquele já lhe tinha dado dinheiro a ganhar numa concessão pública», etc, etc, etc. É por isso que são secretos e querem continuar a ser, não tem nad a ver com direitos de privacidade e afins, tretas...
pó caralho, a mim nada disto me cheateia. que cultem, que se corrompam, que trafiquem.
a mim o que me fode é que não gosto de me ver de avental, além de que ver os outros me dá tusa, o que me impossibilita por completo de participar esbórnia cornupta de leitosa abundância que se trafica nessas órgias de traficâncias.
púdico
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