21/09/04

Salvem as Sardinhas, Ó Pá!, por Tinó

Eu detesto golfinhos e tartarugas. O golfinho, então, é particularmente irritante, com aquele seu sorrisinho cínico de Giocônda. Há um mito segundo o qual os golfinhos são nossos amigos. Pois sim, com papas e bolos se enganam os tolos, e mais não digo para não me acusarem de alarmismo… Ainda por cima esses animais têm um tratamento privilegiado em relação aos outros animais, em nome de um estatuto hierárquico que nunca percebi. No outro vi uma reportagem na televisão sobre uma “inocente” tartaruga (reparem como coloco inocente entre aspas..) que tinha sido recolhida no mar com um anzol no estômago. Pois foi uma correria de zoólogos e veterinários a acudir à “inocente” tartaruga! E que fizeram então, para a reabilitar? Deram-lhe a comer… sardinhas. O operador de câmara filmou, sem vacilar, a cena do tratador da “inocente” tartaruga a atirar sardinhas para o aquário. Não vêm nada de ontologicamente errado aqui? Não haverá qualquer coisa de estranho em condenar um animal para salvar outro? Ora, eu julgo que está na altura de equilibrar as coisas, antes que seja tarde. Eu tenho um sonho. Eu imagino o dia em que finalmente saia a seguinte notícia:

Foi encontrada no Mar do Norte, por um arrastão de pesca ao golfinho, uma sardinha com um anzol cravado nas guelras. De acordo com o pescador que a recolheu, e que por isso está a receber tratamento psicológico, o animal estava debilitado e parecia sofrer bastante. A sardinha, a quem puseram o nome de Flipper, foi de imediato levada para o Centro Internacional de Reabilitação de Sardinhas do Cartaxo, onde está a ser vigiada por um grupo de cientistas e alimentada a pedacinhos de tartaruga. Em todo o país têm surgido manifestações de júbilo pelo salvamento da sardinha e as crianças têm enviado para o Centro postais com bonitos desenhos e poemas para a animar. Prevê-se que no prazo máximo de um mês, a sardinha recupere a sua saúde e estabilidade emocional e possa assim ser devolvida ao seu habitat natural.

Ou esta:

Um grupo de activistas da ONG “Save the Sardines”, invadiu ontem o Sardinha Fun, parque de diversões aquático no Jardim Zoológico, para exigir a libertação do cativeiro das sardinhas que ali se exibem para as crianças. “É impressionante que em pleno século XXI ainda se use a sardinha como motivo de diversão, atentando contra a sua dignidade de sardinha”, afirmou um dos activistas. O responsável do parque de diversões, por sua vez, disse compreender as preocupações dos manifestantes, mas garante que os animais são bem tratados. Segundo ele, e citamos, “a saúde das sardinhas é vigiada por veterinários e gastamos com elas cerca de vinte quilos de carne de golfinho por dia. E acrescentou: “Queria chamar também a atenção para o facto de muitas das sardinhas terem já nascido em cativeiro, pelo que é quase certo que não se iriam habituar ao mundo selvagem lá fora, ficando sem defesa para se defender de predadores daninhos como o golfinho e a tartaruga”

Ou ainda esta:

Foi descoberta na Lagoa da Vela, em Quiaios, uma praga de golfinhos. Um trabalhador da Câmara Municipal disse à nossa reportagem: “Caramba, ainda há pouco tempo andámos a arrancar o limo da lagoa e agora aparece-nos isto! Não há descanso! Se cai ali uma criança é que eu quero ver como é!”

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito Bom!!.. Estava justamente procurando material para fazer um vídeo intitulado: " SALVEM AS SARDINHAS ". Quando completar minha tarefa disponibilizarei o vídeo no youtube e daí para o mundo!

SALVEM AS SARDINHAS!!! please..