01/03/04

O SENHOR DOS ANÉIS, por Senhor dos Pasteis

Óscar de Melhor Filme? Que diabo, será que sou só eu a achar que o Senhor dos Anéis não vale um caracol. A coisa está longe de ser uma obra-prima e está longe de ser o melhor filme do ano.
Até o João Pereira Coutinho embandeira em arco. Não há pachorra. Sim senhora, grandes cenários, grandes merdas técnicas, etc, etc. A cena da batalha, é alucinante de ritmo, efeitos especiais e grandiosidade. A mensagem de que o mal existe e sempre existirá e é preciso combatê-lo, com mais umas moralidades pelo meio sobre o poder e o seu poder de corrupção, ainda é a única coisa que por ali se salva. Mas para isso não eram precisos três filmes e quase quatro horas neste último. E valha-me Deus, a cena do casório no final nem nas novelas da Corin Tellado e a cena dos Hobbits a subirem o vulcão, brada aos céus de seca e inanidade. Todas as cenas são de uma previsibilidade sequencial atroz, do género, tá-se mesmo a ver que ainda não é desta que chegam lá, agora vão aqui mas vai ali saltar outro mau, e ali aparecem imensos maus mas vão todos levar no toutiço. Mesmo descontando o que já se sabia desde o inicio, de que o bem ia triunfar, e que o que interessa é a união de todos, blá, blá, aquilo é sobretudo um bom filme de desenhos animados. Nem lhe falta a saída do casal em barco ao pôr-do-sol, direitos à felicidade e bem-aventurança. Xaropada nefanda, de que só se safam as magníficas paisagens da Nova Zelândia. O melhor filme do ano, dos que vi, devia ser o Mystic River, e mesmo esse, que é bom, fica longe da obra-prima.

Sem comentários: