Há dias perguntava a Gotika pelo Vinho do Porto australiano. Ao mesmo tempo no seu blog, questionava-se em que é que Portugal era grande. Mata-se assim dois cágados, digo, dois coelhos de uma só cajadada.
Entre outras coisas, Portugal é excelente no seu Vinho do Porto. O Vinho do Porto é no estrangeiro uma vaca mítica e sagrada, que é sacrificada regularmente aos deuses do Olimpo. Mas atenção, que o nosso bom Vinho do Porto e que reconhecidamente goza de prestígio e estatuto de raridade gourmet in all the world that mater`s, não é a mistela de 4/5 euros que os gajos de fato-de-treino, se afadigam a comprar ao domingo nos Continentes, para os anos da sogra. Esses “lágrimas”, “rubys”, “tawnys”, “crusted” e quejandos, são parentes muito distantes do verdadeiro néctar do Douro, destinados a alimentar a esperança lusa de um ataque fulminante nas sogras ou a distrair os comparsas da bola das poucas cervejas que restam lá em casa. Essa tropa nefanda, vende-se por cá e não se vende para lá. Para lá vai a nata, os Vinhos do Porto “Vintage” e os “LBV” ou “Late Bottled Vintage”. E aqui importa descer ao mundo da precisão. Os “Vintage” são Vinhos do Porto, de uma única colheita (ano), considerada excepcional, que depois de um pequeno estágio em madeira, é engarrafado entre o Segundo e o Terceiro ano, após a vindima. Enquanto o tawny envelhece em madeira por anos e anos ou mesmo, dezenas de anos, até ganhar aquela cor amarelada e o sabor de “vinagrinho” característico, o “Vintage” ao invés, é engarrafado praticamente de imediato e vai envelhecer em garrafa, se o deixarem claro!
Este é o topo de gama do Porto, a categoria especial, a quinta-essência da coisa.
O “LBV” é a segunda categoria especial de Vinho do Porto, também de um só ano, identificado na garrafa, de uma colheita considerada muito boa, mas que não atingiu o nível de excepção, e que após um estágio em madeira mais prolongado que o Vintage, foi engarrafado entre o Quarto e o Sexto ano, após a vindima.
Estas duas categorias de Vinho do Porto, como não são sujeitas a estágios de madeira prolongados, são engarrafadas com uma força e uma riqueza aromática e gustativa, que nada tem a ver com as mistelas destinadas a cumprir a função de vinho doce nos aniversários. No essencial são vinhos tintos, só que mais alcoólicos (20%) e pujantes que o tinto normal. O doce está lá, mas abafado por uma complexidade e distinção aromática que nos deixa de rastos. Para quem, até agora, só andou pelas mistelas e vem meter os queixos, num Porto Noval, LBV, 1996 (14€), 97 (15€), ou mesmo num Warre`s, LBV, 92 (15€) ou no 94 (10€), só para falar dos três ou quatro que ainda me perduram na memória papilar, a coisa é um autêntico murro no estômago de contentamento e uma explosão no cérebro de admiração.
Infelizmente, os Vintage não são da nossa divisão. Jogam com os Châteaux Margaux, Haut-Brion, e Yquem`s nas major league inglesa, americana e japonesa, ao preço de 2.000,00€ a colheita do ano do Porto, Noval, Vintage, Nacional, ou ao preço de 20.000,00€ pelo mesmo Nacional de 1931, eleito pela Wine Spectator como um dos Cem Melhores Vinhos do Século. Tais belezas, (vintages da Noval, Dows, Niepoort, Graham`s, etc) estão todos os anos nas listas dos melhores do mundo da Wine Spectator, do Robert Parker ou da Challenge. Vão para lá e nós por cá se queremos ferrar o dente num Niepoort, Vintage, 1997 (98 pontos em 100 da Wine Spectator de Fevereiro de 2000), já temos que esportular 200,00€ e é encontrá-lo, que o animal já hiberna nas caves dos tascos e investidores de Nova Iorque e Tóquio.
Os autralianos, sul-africanos e californianos, obviamente querem uma fatia do bolo, mas só a conseguem junto dos gajos de fatito-de-treino dos antípodas que ainda tentam despachar a sogra.
Mas atenção, que os japões, britts e os yankees, esses capitalistas de merda, não o levam todo, não senhora! Há uma categoria especial, que resiste ainda e sempre, ao avanço das hordas bárbaras, que é o LBV. O LBV, tem a vantagem em relação ao Vintage de não se ter que esperar por ele, uma vez que já vem pró mercado com o estágio completo feito e está pronto a ser consumido. Obviamente, como tem menor potencial de envelhecimento, é menos apetecido pela corja monopolizadora.
E pra gáudio nosso, acontece que os brutos também se enganam. Como é que se distingue um colheita “excepcional” de uma “muito boa”? Por vezes, os rapazes lá do douro falham e fazem LBV de coisas excepcionais, que só por engano deles ou por imprevisível evolução no estágio, é que para aqui vem, em vez de ir pra Vintage. É o caso do Noval, LBV, 1997 que a 14,00€ euros, é ambrósia roubada aos deuses que nos aplaca a fúria anti-capitalista no final de uma boa refeição!
Entre outras coisas, Portugal é excelente no seu Vinho do Porto. O Vinho do Porto é no estrangeiro uma vaca mítica e sagrada, que é sacrificada regularmente aos deuses do Olimpo. Mas atenção, que o nosso bom Vinho do Porto e que reconhecidamente goza de prestígio e estatuto de raridade gourmet in all the world that mater`s, não é a mistela de 4/5 euros que os gajos de fato-de-treino, se afadigam a comprar ao domingo nos Continentes, para os anos da sogra. Esses “lágrimas”, “rubys”, “tawnys”, “crusted” e quejandos, são parentes muito distantes do verdadeiro néctar do Douro, destinados a alimentar a esperança lusa de um ataque fulminante nas sogras ou a distrair os comparsas da bola das poucas cervejas que restam lá em casa. Essa tropa nefanda, vende-se por cá e não se vende para lá. Para lá vai a nata, os Vinhos do Porto “Vintage” e os “LBV” ou “Late Bottled Vintage”. E aqui importa descer ao mundo da precisão. Os “Vintage” são Vinhos do Porto, de uma única colheita (ano), considerada excepcional, que depois de um pequeno estágio em madeira, é engarrafado entre o Segundo e o Terceiro ano, após a vindima. Enquanto o tawny envelhece em madeira por anos e anos ou mesmo, dezenas de anos, até ganhar aquela cor amarelada e o sabor de “vinagrinho” característico, o “Vintage” ao invés, é engarrafado praticamente de imediato e vai envelhecer em garrafa, se o deixarem claro!
Este é o topo de gama do Porto, a categoria especial, a quinta-essência da coisa.
O “LBV” é a segunda categoria especial de Vinho do Porto, também de um só ano, identificado na garrafa, de uma colheita considerada muito boa, mas que não atingiu o nível de excepção, e que após um estágio em madeira mais prolongado que o Vintage, foi engarrafado entre o Quarto e o Sexto ano, após a vindima.
Estas duas categorias de Vinho do Porto, como não são sujeitas a estágios de madeira prolongados, são engarrafadas com uma força e uma riqueza aromática e gustativa, que nada tem a ver com as mistelas destinadas a cumprir a função de vinho doce nos aniversários. No essencial são vinhos tintos, só que mais alcoólicos (20%) e pujantes que o tinto normal. O doce está lá, mas abafado por uma complexidade e distinção aromática que nos deixa de rastos. Para quem, até agora, só andou pelas mistelas e vem meter os queixos, num Porto Noval, LBV, 1996 (14€), 97 (15€), ou mesmo num Warre`s, LBV, 92 (15€) ou no 94 (10€), só para falar dos três ou quatro que ainda me perduram na memória papilar, a coisa é um autêntico murro no estômago de contentamento e uma explosão no cérebro de admiração.
Infelizmente, os Vintage não são da nossa divisão. Jogam com os Châteaux Margaux, Haut-Brion, e Yquem`s nas major league inglesa, americana e japonesa, ao preço de 2.000,00€ a colheita do ano do Porto, Noval, Vintage, Nacional, ou ao preço de 20.000,00€ pelo mesmo Nacional de 1931, eleito pela Wine Spectator como um dos Cem Melhores Vinhos do Século. Tais belezas, (vintages da Noval, Dows, Niepoort, Graham`s, etc) estão todos os anos nas listas dos melhores do mundo da Wine Spectator, do Robert Parker ou da Challenge. Vão para lá e nós por cá se queremos ferrar o dente num Niepoort, Vintage, 1997 (98 pontos em 100 da Wine Spectator de Fevereiro de 2000), já temos que esportular 200,00€ e é encontrá-lo, que o animal já hiberna nas caves dos tascos e investidores de Nova Iorque e Tóquio.
Os autralianos, sul-africanos e californianos, obviamente querem uma fatia do bolo, mas só a conseguem junto dos gajos de fatito-de-treino dos antípodas que ainda tentam despachar a sogra.
Mas atenção, que os japões, britts e os yankees, esses capitalistas de merda, não o levam todo, não senhora! Há uma categoria especial, que resiste ainda e sempre, ao avanço das hordas bárbaras, que é o LBV. O LBV, tem a vantagem em relação ao Vintage de não se ter que esperar por ele, uma vez que já vem pró mercado com o estágio completo feito e está pronto a ser consumido. Obviamente, como tem menor potencial de envelhecimento, é menos apetecido pela corja monopolizadora.
E pra gáudio nosso, acontece que os brutos também se enganam. Como é que se distingue um colheita “excepcional” de uma “muito boa”? Por vezes, os rapazes lá do douro falham e fazem LBV de coisas excepcionais, que só por engano deles ou por imprevisível evolução no estágio, é que para aqui vem, em vez de ir pra Vintage. É o caso do Noval, LBV, 1997 que a 14,00€ euros, é ambrósia roubada aos deuses que nos aplaca a fúria anti-capitalista no final de uma boa refeição!
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