O animal vê-se de longe, de muito longe. Sempre ao cimo de um monte, sempre a abarcar a plenitude do horizonte. O bicho é altivo, soberbo, um miúra de força e pujança. Um toiro de colhões salientes e bem salientes. Um Toro de Cojones, de raça. Na planície que galgamos, o Osborne cresce para nós e investe destemido. A negra e colossal presença é enigmática e ofuscante. Um colosso de 14 metros de altura e 4.000 kg de chapa negra. Politicamente incorrecto, quer pela cornadura publicitária e arrogante, quer pelos cojones avantajados. Não tem olhos, mas enfrenta-nos com o olhar mais poderoso de que há memória. Um caso feliz de síntese entre o ícone publicitário e o sentir das gentes de españa.
Estou a falar obviamente dos 91 "El Toro de Osborne" que estão plantados ao longo de toda a tierra de nuestros hermanos. Passamos por eles a alta velocidade e muitas vezes não pensamos sequer na renhida luta que o Toro teve que travar para ali estar a pastar. Belo, belíssimo. Poderoso e misterioso.
El Toro Osborne viu a luz em 1957, como suporte publicitário do brandy espanhol Veterano, do grupo de bebidas Osborne, que faz brandys, jerez, faz uma marca do nosso vinho do porto e há pouco tempo comprou também a marca de presunto pata negra Sanchez Romero Carvajal, de Jabugo. Um mimo, mas larguemos o pata negra para outra altura, que hoje é só toiro.
A partir de 1957 a Osborne espalhou os toros por toda la españa e a manada engordou até aos 91 exemplares.
Ao início El Toro não era todo negro, mas a negritude vinha a caminho. O animal magnífico tinha pintado no corpanzil as referências ao brandy Veterano e à Osborne.
Mas El Gobierno, essa besta infame, veio em 1988, com a Ley General de Carreteras ordenar a eliminação de toda a presença publicitária en las carreteras e fuera de los tramos urbanos.
El Toro tremeu, mas não caiu. A Osborne vai de pincel e tinta e zás, pintou de negro toda a manada, apagando os vermelhos das referências publicitárias. Logo nesse cerco, sucumbiu a restante zoologia estradal. Mas o animal magnífico, agora pleno de negritude e mistério, aguentou-se.
Mas a besta infame voltou à carga e em 1994, el Gobierno (hay Gobierno? soy contra!) mandou publicar el Regulamento General de Carreteras que veio apertar a malha e ordenar a eliminação de toda a manada. El Toro era claramente o visado nesta ley de perfídia.
Mas já era tarde. El Gobierno descuidou-se. Já eram muitos os anos de presença do animal magnífico pelas carreteras hermosas. Nuestros hermanos, ao fim de 37 anos de lide tinham-se afionado à presença do miúra. Já não era uma marca, um brandy, mas sim um compadre! Era Espanha, OLÉ! Com Cojones e tudo. E la gente d`españa, d`afició (em valenciano no original!) com los cojones en su sitio, gritou "OLÉ TUS COJONES !". Povão e classe artística partiu em defesa da manada. Houve petições, manifestações, lutas de rádio e tv e a coisa chegou aos média internacionais e ao Tribunal Supremo.
El Gobierno acagaçou-se, que diabo era só um Toro e nem sequer votava, e suspendeu a morte da manada, a aguardar a decisão do Supremo.
E el Tribunal Supremo, outros toros de cojones, vieram a criar o que hoje é conhecido como "El Indulto D`El Toro", criando uma excepção à Ley e determinando que o Osborne "tinha superado o inicial sentido publicitário e tinha-se integrado na paisagem"
A manada salvou-se a afirmou-se como símbolo de toda a Espanha. Mas também permanece como imagem de marca da Osborne, cumprindo assim o sonho de qualquer publicitário, de transformar em mito reconhecível por todos o logotipo do produto.
Hoje, El Toro aí está como símbolo das gentes de Espanha, afirmando-se mais do que tudo, como um traço de união de um embrião de nação, que a Espanha ainda não é. Não são nação ainda, mas têm Toros e Toros de Cojones.
"Ólha pai, ólha ali outro, estes gajos que falam mal, gostam mesmo de toros pai, não é?"
Estou a falar obviamente dos 91 "El Toro de Osborne" que estão plantados ao longo de toda a tierra de nuestros hermanos. Passamos por eles a alta velocidade e muitas vezes não pensamos sequer na renhida luta que o Toro teve que travar para ali estar a pastar. Belo, belíssimo. Poderoso e misterioso.
El Toro Osborne viu a luz em 1957, como suporte publicitário do brandy espanhol Veterano, do grupo de bebidas Osborne, que faz brandys, jerez, faz uma marca do nosso vinho do porto e há pouco tempo comprou também a marca de presunto pata negra Sanchez Romero Carvajal, de Jabugo. Um mimo, mas larguemos o pata negra para outra altura, que hoje é só toiro.
A partir de 1957 a Osborne espalhou os toros por toda la españa e a manada engordou até aos 91 exemplares.
Ao início El Toro não era todo negro, mas a negritude vinha a caminho. O animal magnífico tinha pintado no corpanzil as referências ao brandy Veterano e à Osborne.
Mas El Gobierno, essa besta infame, veio em 1988, com a Ley General de Carreteras ordenar a eliminação de toda a presença publicitária en las carreteras e fuera de los tramos urbanos.
El Toro tremeu, mas não caiu. A Osborne vai de pincel e tinta e zás, pintou de negro toda a manada, apagando os vermelhos das referências publicitárias. Logo nesse cerco, sucumbiu a restante zoologia estradal. Mas o animal magnífico, agora pleno de negritude e mistério, aguentou-se.
Mas a besta infame voltou à carga e em 1994, el Gobierno (hay Gobierno? soy contra!) mandou publicar el Regulamento General de Carreteras que veio apertar a malha e ordenar a eliminação de toda a manada. El Toro era claramente o visado nesta ley de perfídia.
Mas já era tarde. El Gobierno descuidou-se. Já eram muitos os anos de presença do animal magnífico pelas carreteras hermosas. Nuestros hermanos, ao fim de 37 anos de lide tinham-se afionado à presença do miúra. Já não era uma marca, um brandy, mas sim um compadre! Era Espanha, OLÉ! Com Cojones e tudo. E la gente d`españa, d`afició (em valenciano no original!) com los cojones en su sitio, gritou "OLÉ TUS COJONES !". Povão e classe artística partiu em defesa da manada. Houve petições, manifestações, lutas de rádio e tv e a coisa chegou aos média internacionais e ao Tribunal Supremo.
El Gobierno acagaçou-se, que diabo era só um Toro e nem sequer votava, e suspendeu a morte da manada, a aguardar a decisão do Supremo.
E el Tribunal Supremo, outros toros de cojones, vieram a criar o que hoje é conhecido como "El Indulto D`El Toro", criando uma excepção à Ley e determinando que o Osborne "tinha superado o inicial sentido publicitário e tinha-se integrado na paisagem"
A manada salvou-se a afirmou-se como símbolo de toda a Espanha. Mas também permanece como imagem de marca da Osborne, cumprindo assim o sonho de qualquer publicitário, de transformar em mito reconhecível por todos o logotipo do produto.
Hoje, El Toro aí está como símbolo das gentes de Espanha, afirmando-se mais do que tudo, como um traço de união de um embrião de nação, que a Espanha ainda não é. Não são nação ainda, mas têm Toros e Toros de Cojones.
"Ólha pai, ólha ali outro, estes gajos que falam mal, gostam mesmo de toros pai, não é?"
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