Cheguei a Madrid de manhã cedo e, depois de um sólido pequeno – almoço, enfiei-me no Prado a ver a exposição de um dos meus pintores – fetiche, que eu tinha como um segredo bem guardado: Caspar – David Friederich, um romântico alemão, meticuloso, alucinado e luminoso. E, porque nunca o verei vezes que cheguem até que a morte nos separe, gastei ainda meia – hora, entre encontrões, excursões e raros momentos de trégua, diante do mais fantástico quadro que alguma vez alguém pintou ou pintará: As Meninas, do Velásquez.
Junto à Plaza Mayor, procurei e descobri um restaurante basco cuja recordação guardava num canto da memória. Comi o que eles chamam de “besugo” e que eu chamo de pargo e a que os deuses chamarão milagre. Esta, para mim, é a melhor cozinha do mundo e este primeiro dia “na Europa” começara esplendorosamente: Velásquez, Caspar – David Friederich, besugo à basca e, a seguir, um Partagas Lusitano, de uma caixa de 25 que comprei à saída do restaurante e que fumei sentado na mala que carregava comigo desde que saíra do comboio, encostado a um muro da Plaza Mayor, sob um céu finalmente cinzento e prometendo chuva.
(excerto de “Viagem”, do livro “Não te deixarei morrer, David Crockett”, de Miguel Sousa Tavares)
Junto à Plaza Mayor, procurei e descobri um restaurante basco cuja recordação guardava num canto da memória. Comi o que eles chamam de “besugo” e que eu chamo de pargo e a que os deuses chamarão milagre. Esta, para mim, é a melhor cozinha do mundo e este primeiro dia “na Europa” começara esplendorosamente: Velásquez, Caspar – David Friederich, besugo à basca e, a seguir, um Partagas Lusitano, de uma caixa de 25 que comprei à saída do restaurante e que fumei sentado na mala que carregava comigo desde que saíra do comboio, encostado a um muro da Plaza Mayor, sob um céu finalmente cinzento e prometendo chuva.
(excerto de “Viagem”, do livro “Não te deixarei morrer, David Crockett”, de Miguel Sousa Tavares)
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