- Desculpe mas não pode entrar - repetiu o porteiro do alto do seu uniforme impecável. Não vale a pena argumentar. As instruções são claras.
Dei-me por vencido. Irritado, apertei os botões do meu sobretudo roxo e ajeitei a gravata de pele de crocodilo. Voltei a enfiar o sombrero na cabeça rapada, calcei a luva branca na respectiva mão direita e enrosquei a garra de aço na esquerda. Apaguei o cachimbo de água e pus-me a andar dali pra fora a toda a velocidade permitida pelo meu skate. Bati a porta do guichet da 5ª Reparticção com toda a força e olhei, uma última vez, para o letreiro que lá continuava pendurado, secamente:
«Proibida a entrada a pessoas estranhas».
Detesto funcionários picuinhas!
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