28/11/07

O APONTADOR, por Medalhinha

Série: Novas Profissões – Parte Dois
Imagine-se um funcionário público. Típico. Imaginamos uma repartição pública minúscula, forrada com estantes cheias de Diários da República e amontoados de papel uns ao lado dos outros. Entre os pilares de folhas encontramos um espécime humano, escanzelado, com uns jeans Lee e um camisolão de lã até ao queixo. Ah!! Não podemos esquecer os óculos, o ar totó e os maguitos pretos nos braços. E pronto, a nossa imaginação levou-nos ao funcionário público por excelência.

Um funcionário público é, normalmente, aquela pessoa de quem todo o pessoal se queixa, mas que todo o pessoal sonha ser! Sim…, quem não gostaria de não contribuir para o PIB, ou de permanecer no local de trabalho de forma limitada (com prolongadas ausências físicas e/ou intelectuais); de tratar mal o pessoal que faz perguntinhas do lado de lá do balcão; ou de fazer tricô nas horas de expediente. Quem não gosta do dinheirinho garantido aos 21 de cada mês, e dos privilegiozinhos da ADSE, e de todos esses miminhos?

Ora bem, um Apontador é um funcionário público e tem todas as regalias da função pública. Daí a nossa aposta como segunda profissão a ser apontada. E a função pública precisa de muitos apontadores. Não falamos obviamente dos escrivães apontadores, mas sim dos homens do terreno. Que enchem a mão e apontam, corajosamente e sem medos. Sim porque isto é uma profissão de risco. Um Apontador é como se fosse a mão de Deus a auxiliar a Mãe Natureza.

Esta espécie rara e altamente seleccionada, serve o Estado Português e exerce as funções inerentes à sua categoria profissional na antiga Coudelaria Real, hoje conhecida como Coudelaria de Alter. Com o objectivo de assegurar a continuidade do Cavalo Alter, o Estado Português providenciou pela pontaria do equídeo! Um Apontador é a garantia de qualquer potro marca Lusitano.

A profissão não é de acesso fácil, mas a respectiva categoria é bem paga. Embora não seja dos serviços mais limpos e seguros é inegável a sua acutilância e honradez. É um trabalho de mão cheia. Quantas vezes não vimos nós já no YouTube ou na National Geographic, o desespero do equídeo que martela, martela e não há meio de acertar no ponto G. Daí a importância do apontador. E o estado português atento às necessidades da bestialidade, arranjou o Apontador. E pergunta-se: Quantas vezes não falhamos nós por falta de pontaria? Será que não podia incluir o serviço de Apontador nos benefícios da ADSE? Certamente que haveria menos surpresas e berraria por essas camas e noites afora!

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