26/01/09

Da Maria Absoluta e doutros insectos, por Cão

Somos um país de insectos. Como insectos, somos esmagáveis com uma facilidade de chinelada. Vem a imagem lepidóptera (mais a ver com traças do que com borboletas) da tragicomédia em que esta terra se volveu.´
É o tremendo sr. Sócrates a requerer a “Maria Absoluta”, essa gaja tenebrosa.
É o inenarrável sr. Madail, ao arrepio das finanças nacionais, a encomendar o Mundial da Bola 2018, depois do fartote pato-bravo que foi o Euro 2004.
É a “benesse” ético-coisital dos casamentos gay (com adopção ou sem adoção de meninos?).
É o desbocado sr. Policarpo, cuja religião não permite sacerdotisas, a dizer aos papás que livrem as filhas de casamentos com aquela maltosa que passa férias em Guantánamo.(E já que a crónica mete o Cardeal ao barulho, pegue-se na Bíblia, encontre-se o Livro dos Provérbios e leia-se este apotegma: “Por três coisas se alvoroça a terra, e a quarta não a pode suportar: pelo servo, quando reina; pelo tolo, quando anda farto de pão; pela mulher aborrecida, quando casa; e pela serva, quando fica herdeira da sua senhora.”.)
A “senhora” em causa é, claro, a Maria Absoluta. O “tolo” é quem casa com ela.
Assim andam e desandam as coisas cá pelo “reino cadaveroso”. A canalhada mandante é vil. A desvergonha atinge foros de paroxismo. O saque é geral. A perspectiva é nula. A expectativa é magra. O “poder local” deveria levar “h” depois do “p”. O bacalhau sabe a tainha. O vinho das cooperativas é todo igual ao litro. E a traça nunca será borboleta.
Agora, que o meu leitor volte a cabeça de repente e para cima: vê? É o chinelo.

Crónica nº 87 da série Rosário Breve (O Ribatejo, www.oribatejo.pt)

1 comentário:

Anónimo disse...

o problema são as luzes: os insectos não lhe resistem...

helicóptero