13/01/09

Viva o Nosso Menino, Pá, por Capitão Mouro

Ontem o Crespiano Ronaldo ganhou o prémio do melhor jogador de bola do mundo de 2008. Parabéns, o prémio é, de facto, relevante.Pessoalmente não estou de acordo que o ronaldo seja o melhor jogador de futebol do mundo. Messi é para mim o melhor seja em 2008, em 2009, em 2010 ou em 2014. É de outra galáxia e prontos.

Para celebrar o evento a RTP resolveu dedicar praticamente toda a programação de ontem ao crespiano. A sport tv idem aspas. Quando zapei pela sport tv estava lá um rapaz vestido com uma camisola roxa que, percebi com o decorrer da conversa, marcava presença na qualidade de «amigalhaço» do ronaldo. O rapaz da camisola roxa estava a gozar os seus 15 minutos de fama e estava muito contente por ser amigo do crespiano. O pivot do programa ria-se muito e na altura em que zapei para fugir dali, mais ou menos 2 minutos depois de ter começado a ver aquilo, estavam a falar das alcunhas de infância do cristiano. Um mimo!

Entretanto a RTP fazia um prós e contras - supostamente o grande programa de debate da nação do regime - acerca do tema. Aguentei cerca de 5 minutos de inanidades. O programa entretanto prolongou-se das 23 à 1 da noite, segundo a programação publicada no jornal. Mas o que é que há para debater? A nação não tem mais nada com que se entreter que não seja passar três horas mandar hossanas a um jogador de futebol?

Para além do mais a qualidade dos intervenientes e da moderadora do programa, nos cinco minutos de que me apercebi, foi deprimente. Quando liguei estava a falar um ex treinador de futebol que ficou famoso no mundo do pontapé na chincha por ter descido de divisão duas equipas na mesma época. Acho que o apelido do homem ia a Campos e é por isso que no futebol toda a gente o conhece por Campas. Olhó Campas, disse eu e fiquei a ouvi-lo. O Campas perorava alegremente sobre a qualidade técnico-tática-atlético-física do nosso crespinao. Desenvolvia uma tese sobre a velocidade de pensamento e de decisão do ronaldo que parece que é uma espécie de professor chibanga porque, segundo o campas, ainda a bola não lhe chegou e ele já tem soluções e mais não sei o quê. O campas fazia questão de advertir os espectadores que agora falava «enquanto treinador» estatuto que ninguém lhe reconhece. Depois concluiu com chave de ouro, dizendo que «são as crianças quem mais gosta do cristinao».

Nesse ponto a moderadora, a fátima parreira, que tinha passado o tempo a ver como é que havia de cortar a palavra ao campas que não parava mais de falar, resolveu fazer uma das suas inteligentes intervenções: «as crianças e as mulheres... As mulheres também gostam muito do nosso ronaldo». E desenvolveu a sua inteligente observação. Entretanto a realização do programa, em cima do lance, deu-nos logo uns planos da assitência onde algumas mulheres ostentavam um sorrisinho maroto. A fatima carreira reparou e comentou a malandrice das senhoras que levaram a coisa para outro lado. Um espectáculo!

Estávamos nisto quando a câmara focou outra sumidade, um senhor anafado, com um ar muito importante que também queria intervir, a propósito. Era o sr. laurentino dias, secretário de estado do desporto. Disse o dias, com um ar muito grave como se estivesse a comentar a guerra israelo-palestiniana, que as mulheres apreciam muito o cristiano, mas de entre estas queria salientar as grandes mulheres da vida do atleta, as que sempre o acompanharam e que são as suas primeiras fãs. A Nereida, a merche ou qualquer outra actriz italiana, inglesa ou ucraniana? Não senhor. A mãe e as irmãs. Essas sim é que são as mulheres da vida dele. Acho que o laurentino arrancou aplausos da assistência e a fátima carrapato aplaudiu também. Quer dizer, como diria o ronaldo, aqui «eu acho que penso que deve ter sido assim» porque não aguentei mais esta pobreza franciscana e desliguei a televisão. Já é mau que a televisão pública tenha tirado o dia para tecer loas ao crestiano, mas porra, se o queriam fazer podiam tê-lo feito de uma forma melhor do que juntar estas sumidades epô-las a perorar num programa chamdo prós e contras durante três horas! E assim vai o país do regime. Amanhã há fado. E prá semana fátima outra vez.

5 comentários:

Anónimo disse...

eu acho mal que se bata no home. pra mais agora que o rapazito deu cabo do Ferrari. Acho que devia haver uma subscrição nacional, sei lá, umas rifas, umas quermesses, qualquer coisa para ajudar o minino a substituir o cavalino rompante. ou acham bem que o nosso finest ande de táxi, ou quiçá de golf highline?

ass: Hermenegilda Lapiseira

PS: e mais devia-se-lhe enviar um magalhãeszito para ele se distrair com uns bukkakes enquanto espera pelas rifas.

Anónimo disse...

“foi graças a eles que ganhei esta coisinha aqui”!

Andei aí a vagalhar na bloga e parece que o Ronaldo, no elocutio da consagração, utilizou este minudente diminutivo – “esta coisinha aqui”. A boataria e a zoeira começaram! Veio uma gaja de um clube de fãs dizer que vão tirar o quadro 6x6 da sede e não fazem mais pagelas com o Ronaldo em tronco nu. Disse a porta – voz que, ainda que o Ronaldo se estivesse a referir à estatueta, “coisinha” não é coisa que macho colhudo diga. Aliás, segundo esta representante, Ronaldo já na semana passada tinha utilizado o adjectivo rabigo “bonito” para se referir a um passe do Rooney. Ora, como diz o gentio e repetiu a moçoila muito bem, bonito, bonito é o piço a bater no pito…!
Escuso de dizer, é claro, que a rapariga está cheia de razão!

Anónimo disse...

Esse teu vaguear na blogosfera, caro brit, dava um belíssimo post de investigação. O momento da consagração ronaldiana presta-se à atoarda, à bojarda, é um momento muito especial. Como aqueles anos especiais que dão vinhos grandiosos. Neste país, basta percorrermos os media, para recolhermos verdadeiras pérolas da inanidade quando não da imbecilidade.

Anónimo disse...

Mais reacções ao discurso do Ronaldo!
Estas ninhices desportivas são intermináveis, cagafoda-se!

Lusa, 13 de Janeiro de 2009, 23:31

Opus Gay e Ilga Portugal gostaram da “coisinha” do Ronaldo.

“Desde aquela fotografia do Filipão a palpar o nalgal calipígio do jogador após um jogo da selecção que Ronaldo concitava a atenção destas associações”, referiu à nossa agência o presidente da Opus Gay. No que diz respeito ao adjectivo “bonito”, usado a semana passada pelo jogador para designar o passe de Rooney, o representante da Ilga Portugal salientou “a largueza do espectro semântico deste adjectivo”, e concluiu obtemperando com a seguinte questão: “se, como diz o gentio e nós repetimos e afiançamos, bonito, bonito é o piço a bater no pipo! porque não há-de ser “bonito” o passe daquela gracinha do Rooney?”
Responda quem souber!

Anónimo disse...

panisga, panisga, panisga, panisga


van der saa